sábado, 21 de agosto de 2010

DOM FERNANDO GOMES DOS SANTOS

O GUERREIRO DA PAZ

José Ozildo dos Santos

F
igura da maior expressão e destaque no clero brasileiro, Dom Fernando Gomes dos Santos foi uma liderança incontestável e incontestada. De tradicional família católica, nasceu numa segunda-feira, dia 4 de abril de 1910 na cidade de Patos, Estado da Paraíba. Foram seus pais Francisco Gomes dos Santos e Veneranda Gomes Lustosa. Aos dez dias daquele mês, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, recebeu o sacramento do batismo, oficiado pelo cônego Joaquim Alves Machado, vigário local, de cujas mãos, no mesmo local, aos 24 de maio de 1917, recebeu a sua primeira comunhão.
Em Patos, com seu próprio genitor, aprendeu as primeiras letras, matriculando-se em seguida na escola do professor Alfredo Lustosa Cabral. Aos oito anos de idade, passou a auxiliar o padre José Neves de Sá em suas celebrações. E, vocacionado para o sacerdócio, ingressou no Seminário Arquidiocesano da Paraíba, no dia 9 de fevereiro de 1921. Ali, concluiu o primário e perfez os cursos de humanidades e de Filosofia, iniciando o curso teológico, que foi concluído no Colégio Pio-Americano, em Roma, licenciando-se em dogmática, pela Universidade Gregoriana.


À esquerda, Dom Fernando seminarista

Nos tempos de Seminário, em Roma


O Seminarista

Na ‘cidade eterna’, teve como colega de estudos o jovem Walfredo Dantas Gurgel, futuro monsenhor e governador do vizinho Estado do Rio Grande do Norte. Sua ordenação sacerdotal ocorreu numa terça-feira, dia 1º de novembro de 1932, em solenidade realizada na Capela do Pontifício Colégio Pio-Americano, recebendo a ordem sagrada do presbiterato das mãos do cardeal Marchetti Selvaggiani. No dia seguinte, celebrou sua primeira missa no túmulo dos Apóstolos Pedro e Paulo.

Padre Fernando Gomes, récem-ordenado

Volvendo ao Brasil, o padre Fernando Gomes, que tornou-se “soldado de uma causa pela vida toda” [...], “dispôs a levar para a imensa arena os grandes recursos que lhe dava sua vocação e uma educação que sempre se completaram numa interação perfeita”.
Integrando-se ao clero paraibano, foi nomeado diretor do Colégio Diocesano ‘Padre Rolim’, em Cajazeiras, a cuja Diocese pertencia. À frente daquele educandário, desenvolveu uma gestão administrativa digna de registro. Graças aos seus esforços e continua dedicação, conseguiu equipara-lo ao Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro.
Durante os quatro anos em que permaneceu em Cajazeiras, o padre Fernando Gomes não se limitou apenas ao magistério: dirigiu o semanário “O Rio do Peixe” (editado pela Diocese), organizou a Paróquia local (da qual foi vigário durante o ano de 1936) e difundiu o ensino do catecismo.
Sacerdote virtuoso, aos 17 de dezembro de 1936, foi nomeado vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Guia, sediada em sua terra natal, empossando-se em suas novas funções no dia 1º do mês seguinte, em substituição ao talentoso padre Manoel Otaviano de Moura Lima. Para ele, a referida nomeação representou a realização de um sonho e sua consagração como servo de Deus.


Início do vicariato do padre Fernando Gomes, em Patos

Seu vicariato - que durou seis anos - não foi fácil. Enfrentou as mais diversas dificuldades. Nesse período, o sertão paraibano foi assolado por uma longa estiagem e os transtornos sociais resultantes, foram agravados pelos reflexos da Segunda Grande Guerra. Mas, graça aos seus esforços contínuos, conseguiu realizar uma ação pastoral das mais produtivas para a cidade de Patos, tendo dedicado-se “ao paroquiato de sua terra natal com o vigor da juventude e o ardo de quem se sente plenamente realizado”.
Desde o início de seu vicariato, o padre Fernando Gomes entendeu que sua paróquia necessitava de uma Igreja Matriz mais ampla, que pudesse acomodar melhor seus fiéis e que estivesse à altura do progresso da cidade de Patos. Assim, ouviu seus paroquianos e com o total apoio da comunidade católica, iniciou os trabalhos de reconstrução da velha Matriz, nos moldes rigorosos da moderna arquitetura sacra, cuja solenidade de benção da primeira pedra, ocorreu no domingo, dia 2 de junho de 1940 e contou com a participação de João da Mata do Amaral, bispo de Cajazeiras, além de várias outras autoridades civis e religiosas.
Os referidos trabalhos somente cessaram quando a obra estava completamente concluída. Assim, num curto período de dois anos, o jovem sacerdote entregou à cidade de Patos sua nova Igreja Matriz, fato que demonstrou a força de sua operosidade. A referida Igreja - cujo projeto foi elaborado pelo arquiteto pernambucano Carlos Fest - por sua majestosidade, passou a ser um dos mais belos monumentos da cidade e foi inaugurada durante a festa de setembro de 1942. Nela, sobreleva-se um magnífico campanário, coroado de originalidade e beleza.


Matriz de N. Sra. da Guia (atual Catedral de Patos), construída pelo padre Fernando

Em Patos, o padre Fernando esteve presente em todos os setores da atividade humana. Dele é a letra do ‘Hino de Louvor a Nossa Senhora da Guia’, entoado com fervor, durante as festas de setembro, pelo povo patoense.
Sacerdote virtuoso, adquiriu e remodelou um imóvel, no centro da cidade, que passou a servir como ‘Casa Paroquial’. Para ele, “o braço direito, dado por Deus à mente e ao coração do pároco”, era a ‘Ação Católica’. Assim, organizou-a e num amplo prédio, adquirido por compra, instalando-a em solenidade - que contou com a participação de dom João da Mata Amaral - realizada a 17 de dezembro de 1939, data que transformou-se num “acontecimento de maior projeção na história católica da Paróquia de N. S. da Guia”.
Ainda em finais de 1939, iniciou em sua paróquia uma campanha visando despertar a classe trabalhadora para a criação do ‘Círculo Operário de Patos’. Sua iniciativa foi bem recebida pela categoria e tornou-se realidade a 25 de fevereiro de 1940, quando “reunindo no salão da Ação Católica um elevado número de operários e perante uma grande assistência”, declarou instalado provisoriamente o referido Círculo.


Instalação da Ação Católica, em Patos

Em Patos, o padre Fernando desenvolveu uma intensa atividade social. Fundou a ‘Casa dos Pobres’ - instalada num amplo galpão - destinada a abrigar e alimentar os flagelados, que convergiram para a capital das Espinharas, durante a seca de 1941-1942. Mais tarde, auxiliado pela ‘Conferência Vicentina’, ‘Associações Paroquiais’ e ‘Religiosas Filhas do Amor Divino’, realizou uma ampla reforma naquela ‘Casa’, transformando-a no ‘Dispensário dos Pobres’, dotado de aposentos arejados, cozinha, enfermaria e um modesto mobiliário, destinando-o a abrigar os pedintes que havia na cidade.
Homem humilde, o padre Fernando Gomes era sempre encontrado naquele dispensário, no meio dos pobres, confortando-os com sua presença como ministro e servo de Deus. Por essas atitudes, tornou-se popular e querido.
Sempre preocupado com a educação, instalou na cidade de Patos dois novos educandários: o ‘Colégio Cristo Rei’ e o ‘Ginásio Diocesano’, garantindo o desenvolvimento cultural da juventude patoense e de municípios circunvizinhos, prestando “com o brilho de sua inteligência uma colaboração sincera, leal e eficiente, sem olhar interesses subalternos”.
Seu nome está diretamente ligado à história do ‘Colégio Cristo Rei’, que iniciou suas atividades no dia 4 de março de 1938. Nesse estabelecimento de ensino, desde sua fundação até finais de 1942, o padre Fernando lecionou as disciplinas de Língua Portuguesa e Religião. E, quando da construção do prédio daquele educandário, tomou para si a responsabilidade dos referidos trabalhos, “aos quais assistiu em todas as suas fases, até o aparecimento dos primeiros frutos colhidos em dezembro de 1942, com a primeira turma de professoras, que num gesto unânime de simpatia e gratidão o aclamou paraninfo da cerimônia de colação de grau”.
O padre Fernando Gomes dos Santos tanto fez que conquistou a estima total de seus paroquianos. Sua magnífica ação pastoral contribuiu para sua distinção com o canonicato, ocorrida no dia 18 de junho de 1941. No ano seguinte, aos 18 de janeiro, foi agraciado com o título de monsenhor e por fim, em 12 de janeiro de 1943 - aos 33 anos de idade incompletos - ascendeu ao episcopado, sendo nomeado bispo titular da Diocese de Penedo-AL, em substituição a dom Jonas de Araújo Batinga, que falecera no exercício de sua ação episcopal.


Dom Fernando no dia de sua sagração episcopal

Sua elevação ao episcopado representou um prêmio às suas excelsas virtudes. Na época, Teotônio Rodrigues assim definiu a passagem de dom Fernando pela Paróquia de Nossa Senhora da Guia: “suas idéias, sua maneira de viver, sua superioridade moral, sua capacidade de organização e de trabalho, sua simpatia pelos pobres, sua profunda compreensão do dever sacerdotal, sua sociabilidade cativante, tudo isto concorreu para o grande êxito de sua missão entre nós".




Sagração de Dom Fernando, em Patos-PB

A sagração episcopal de dom Fernando Gomes dos Santos, ocorreu na Igreja Matriz da cidade de Patos, a 4 de abril de 1943 - dia de seu natalício - tendo como sagrante dom Moisés Coelho, Arcebispo da Paraíba e, consagrantes, dom José de Medeiros Delgado e dom João da Mata do Amaral, bispos das dioceses de Caicó (RN) e Cajazeiras (PB), respectivamente.
A referida solenidade, converteu-se num grande cerimonial. Na tarde daquele dia, a ‘Ação Católica’, o ‘Colégio Cristo Rei’ e ‘Ginásio Diocesano’, associados a várias outras entidades religiosas da cidade, prestaram significativas homenagens ao ilustre prelado, que recebeu um simbólico presente da Paróquia de Nossa Senhora da Guia, da qual, foi seu maior benfeitor. Encerrando as solenidades, às 19:00 horas, celebrou-se um ‘Te Deum’, na Igreja Matriz de Nossa Senhora Guia, cujo sermão ficou a cargo de dom Mário de Miranda Vilas Boas, bispo de Garanhuns, considerando um dos maiores oradores sacros daquela época.
Em Patos, dom Fernando fundou e organizou a ‘Juventude Estudantina Católica’ e quando foi escolhido bispo de Penedo, acumulava suas funções sacerdotais com o cargo de Diretor da ‘Pia União das Filhas de Maria do Educandário’. Ao tomar posse naquela Diocese, era, pois, o mais jovem prelado do Brasil. Ali, como também aconteceu em Patos, destacou-se por “seu infatigável labor e pela facilidade de atrair amigos e crentes fervorosos com a simpatia”, demonstrando ser um “sacerdote virtuoso e dedicado à causa da Igreja”.
Dinâmico, por onde passou, Dom Fernando deixou a marca de suas realizações. Ampliou o clero sergipano, visitou todas as paróquias sob sua jurisdição e promoveu uma ação episcopal, voltada para as questões sociais, enfrentadas por seus diocesanos. Por sua iniciativa foi criado o ‘Colégio Diocesano de Penedo’, oficialmente instalado aos 12 de março de 1944. Nesse ano, publicou sua ‘Carta pastoral: vocação sacerdotal’, em Salvador-BA, através da gráfica ‘Mensageiro da Fé’.
A permanência de Dom Fernando em Penedo prolongou-se até 1949, quando foi nomeado titular da Diocese de Aracajú, em substituição a dom José Tomás Gomes da Silva, falecido aos 31 de outubro do ano anterior.


  
 Dom Fernando Gomes dos Santos e o clero de Penedo, no salão nobre da cúria diocesana

Em Aracajú, sua ação episcopal por demais significativa. Verdadeiro “símbolo de vontade e de força”, iluminado por Deus, cuidou do rebanho católico alagoano como um bom pai cuida de um filho. Naquela capital, seu nome é lembrado, designando uma escola e uma das principais vias públicas.

Coégio Diocesano de Penedo, construído por Dom Fernando

Criada a Arquidiocese de Goiânia, Dom Fernando foi nomeado seu primeiro arcebispo, por Bula assinada pelo Santo Papa Pio XII, empossando-se em suas novas funções no dia 16 de junho de 1957, logo após a instalação daquele núcleo arquidiocesano, em solenidade presidida por dom Armando Lombardi, Núncio Apostólico no Brasil, e, que contou com a presença de vários prelados, de todo o presbitério goiano e de representações de todas as paróquias daquela Arquidiocese.




Posse de Dom Fernando na Arquidiocese de Goiânia, ao lado de Dom Armando Lombardi,
Nuncio Apostólico, no Brasil

Consigo, levou alguns sacerdotes, que tornaram-se seus auxiliares. Depois, com seu espírito de liderança, passou a despertar a união do clero goiano, realizando, mensalmente, reuniões com seus presbíteros. Possuidor de uma visão ampla, cedo, dom Fernando viu que “a Arquidiocese tinha leigos em muitas associações religiosas e movimentos cristão”. Assim, na esperança de obter bons frutos, “deu-lhes apoio, procurando unir e coordenar o laicato na vida da comunidade eclesial” e “dinamizou a Ação Católica, como fonte promotora da presença da Igreja, dando incentivo à JUC (universitária), à JEC (estudantil), JAC (agrária), JIC (dos meios independentes da classe média) e JOC, que hoje é a Pastoral Operária, nos meios dos trabalhadores”.
Iniciados os trabalhos de construção de Brasília, com sua visão ampla, dom Fernando cedo verificou que tratava-se de uma realidade. E, percebendo o extraordinário potencial do Centro-Oeste brasileiro, ainda no mês de julho de 1957, criou duas paróquias na futura capital federal: a de São João Bosco, no Núcleo Bandeirante, onde residiam os operários, e a de Santa Cruz, nos canteiros de obras do Plano Piloto.


Primeira visita à Brasília, ao lado do presidente Juscelino

Ainda naquele mês, fundou a ‘Revista da Arquidiocese’, que adotando o lema ‘A verdade vos libertará’, teve circulação interrupta até 1992. Hoje, a referida revista, reativada em junho de 1995, encontra-se numa segunda fase. No editorial do primeiro número da referida revista, dom Fernando expôs as metas de sua ação pastoral, afirmando que “em meio às absorventes tarefas do clero, aos crescentes anseios do povo católico, torna-se indispensável um laço de união, de conforto espiritual que estimule, que coordene nossas atividades pela consolidação e difusão do Reino de Deus, na imensa vastidão territorial da Arquidiocese”.
Dinâmico, reativou também o antigo jornal ‘O Brasil Central’, que passou a ser editado pela Arquidiocese, em Goiânia e que durante muito tempo, teve circulação diária. No dia 1º de agosto de 1957, menos de dois meses após sua posse, realizou a primeira visita pastoral ao interior de sua extensa Arquidiocese, começando pelas paróquias de Piracanjuba, Caldas Novas, Corumbaíba e Marzagão. E, verificando que o grande problema de sua Arquidiocese era a escassez de padres, reativou o ‘Seminário Santa Cruz’ e criou a ‘Obra de Vocações Sacerdotais’, em cada paróquia.
Ainda no primeiro ano de seu governo arquidiocesano, “querendo abrir a Igreja à comunidade, criou um programa na Rádio Brasil Central”, sob o título ‘A Arquidiocese Informa’, diariamente levado ao ar, em horário pago. No entanto, o referido programa durou pouco. Por ter falado algo que não agradou ao ‘Grupo Coimbra Bueno’, proprietário da referida emissora, teve seu contrato rescindido.
Nessa época, surgiu uma pequena rádio à venda em Goiânia. Dom Fernando, com muitos esforços, conseguiu adquirir para Arquidiocese aquela emissora, que adotou a denominação ‘Rádio Difusora de Goiânia’ e foi repassada à administração dos Padres Paulinos, tornando-se a principal base para atuação do Movimento de Educação de Base, estimulando a alfabetização e o sindicalismo, por parte dos trabalhadores rurais.
No campo educacional, sua primeira iniciativa foi reestruturar a ‘Sociedade de Educação e Ensino’. Em finais de 1957, reuniu todos os bispos de sua Arquidiocese, oportunidade em que foi aprovada uma carta pastoral, determinando a criação da Universidade Católica de Goiânia.
No ano seguinte, dom Fernando organizou a ‘Sociedade Goiana de Cultura’, destinada a preparar juridicamente, criar e gerir a futura Universidade. Assim, entregou “todo o ensino de primeiro e segundo graus às entidades que já militavam nessas áreas”, passando a ocupar-se apenas do ensino superior. E, em setembro de 1959, a Universidade Católica tornou-se realidade.
Por sua iniciativa, em 1958, a Assembléia Geral da CNBB, foi realizada em Goiânia, no ‘Colégio Santa Clara’. Durante aquela Assembléia, surgiu a idéia de se transferir o episcopal nacional para a futura capital, algo que foi bastante criticado por alguns diocesanos. Mas, amplamente defendido por Dom Fernando, com o apoio de Dom Hélder Câmara. Ainda em finais daquele ano, Dom Fernando iniciou a construção do ‘Seminário Santa Cruz’, na sede de sua Arquidiocese.
Quando da inauguração do Palácio da Alvorada, na nova capital federal, em cerimônia realizada no dia 30 de junho de 1958, Dom Fernando celebrou uma grande missa campal, em Brasília.
Na oportunidade, “pronunciou um sermão gratulatório, assinalando que aquele dia 30 era de excepcional importância para o futuro do país”, afirmando que “a inauguração das primeiras obras de Brasília”, marcava “o início de uma nova fase da História, nessa marcha árdua e dificílima para o interior”. Pois, com a construção da nova capital, o Brasil deixava de completar o mar, “por onde vieram as caravelas do descobrimento e do progresso, para se voltar para si mesmo, como a despertar de um grande sonho”.
Em Goiânia, Dom Fernando organizou o Secretariado da Pastoral Arquidiocesana (1968), que converteu-se numa espécie de centro de irradiação e convergência da ação pastora. Com sua ação consciente, revitalizou as paróquias de sua Arquidiocese e criou o núcleo das Regiões Pastorais, elaborando o primeiro Plano da Pastoral, na Assembléia Arquidiocesana, reunida em Goiânia, no ano de 1977.
Antes, porém, em 1975, apoiou a criação da CPT (Comissão Pastoral da Terra), fazendo de Goiânia um “ponto de convergência de movimentos transformadores”, através da realização de cursos e assembléias nacionais do CIMI (Conselho Indigenista Missionário). Assim, dom Fernando organizou a Arquidiocese de Goiânia, “dotando-a de estruturas físicas e administrativas para seu funcionamento”.
No campo eclesial, Dom Fernando marcou sua presença como um dos principais artífices da criação da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (1952), na qual, por vários mandatos, dirigiu alguns departamentos, sobretudo dos leigos e da Ação Católica. Participante ativo do ‘Concílio Vaticano II’ (1962 a 1965), presidiu a Comissão que elaborou o documento sobre os meios de comunicações sociais, durante o ‘Concílio de Medellin’ (1968), em cuja Conferência atuou como delegado e de lá trouxe ‘o vigor das pequenas comunidades cristãs’, que depois tornaram-se as Comunidades Eclesiais de Bases.
Quando da realização da Conferência de Puebla, embora tenha sido escolhido para representar o Brasil, não pode participar daquele Concílio, por problemas de saúde. Em sua dedicação integral e única à Igreja de Cristo, Dom Fernando acolheu em sua Arquidiocese inúmeros missionários e missionárias de todos os lugares do Brasil e do exterior, pessoas que deram significativa contribuição na construção da Igreja de Goiânia.
Espírito incansável, auxiliou na fundação da ‘Comissão de Justiça e Paz’ - no Brasil e em Goiânia - organização que tem por missão, a promoção e a defesa dos direitos humanos, especialmente, dos mais fracos. Em síntese, pode-se dizer que “a dimensão de sua vida se estende para a Igreja Universal”, porque ele soube, de maneira consciente, transformar a ação evangelizadora, colocando-a em defesa dos mais humildes.
Pastor firme e sereno, áspero e denso, culto e aberto, Dom Fernando entrou para a História do Clero Brasileiro como um “poeta combatente dos bons combates pela fé, pela verdade, e pela justiça social”. E, como sacerdote e cidadão, teve uma vida “marcada por duas grandes preocupação: a evangelização e a justiça social”.
Conciliador, ensinava que “o maior pecado é o pecado contra a unidade” e que “a causa da Igreja é a causa de Cristo e que a causa de Cristo é o Homem”.
Assim, na observação da Irmã Laura Chaer, nasceu ‘o Dom Fernando profeta’, um Arcebispo que defendia “o homem, sua dignidade, sua liberdade, sua responsabilidade e cidadania”, e, ensinava que todo homem tem “o direito de crescer, de ter sua palavra na marcha da História, de intervir, livre e responsavelmente, no curso do processo social”.
Espírito polêmico e irrequieto, Dom Fernando era um homem transparente, autêntico, capaz de gestos simples e solidários com qualquer pessoa. Adepto da ‘Teologia da Libertação’ e cultor da verdade, em sua ação, fez dessa primícia, seu lema e freqüentemente afirmava que era preciso “construir o Reino de Deus sem medo e sem violência”.
Existem algumas páginas da vida desse ilustre patoense, que foram marcadas por lágrimas e sofrimentos. Na década de 1960, quando o Brasil viu-se mergulhado no arbitrarismo do regime militar, Dom Fernando dialogou com a ditadura, procurando mostrar que através da violência não se consegue o respeito e muito pouco, a governabilidade de um país. Incompreendido, rompeu com o novo regime e pôs em prática seu lema ‘Sem Violência e Sem Medo’, por entender que ‘patriotismo não é privilégio de militar’.
Grande defensor dos direitos humanos, durante aqueles tristes anos da história pátria, numa atitude corajosa, fez de sua residência - localizada no cruzamento da Rua 20 com a 14, no centro de Goiânia - abrigo e asilo para aqueles que fugiam do arbitrarismo e das perseguições políticas. Por suas atitudes, foi sitiado e pressionado. No entanto, em nada cedeu.
Numa visível demonstração de arbitrariedade e desrespeito a Deus e à Igreja Católica, acusando Dom Fernando de subversão, os militares, no dia 15 de setembro de 1968, invadiram a Catedral Metropolitana, metralhando alguns estudantes e ativistas.
Após esse episódio triste, por algum tempo, Dom Fernando foi mantido preso em seu sólio. Entretanto, em momento algum fraquejou, nem mesmo quando teve a Rádio Difusora censurada e a ‘Revista da Arquidiocese’ impedida de circular (1973-1974).
Corajoso, moldado pela rudeza e aspereza do Nordeste - onde nascera - continuou resistindo e orientando seu rebanho, mostrando-se solidário a todos que lutavam contra as injustiças e violências, praticadas pelo regime militar. Certa vez, relembrando a invasão de sua Catedral, assim reportou-se: “os acontecimentos de 1968 fizeram história e dela a Igreja participou com seu testemunho”.
Em 29 de dezembro de 1980, numa carta pastoral, destinadas aos bacharéis de Direito da UFG, disse: “unamo-nos, sem violência e sem medo, para vencer o arbítrio, a prepotência e o terrorismo. Mais do que escravos da lei iníqua, sejamos arautos da Justiça e amantes da verdade” e “sejamos livres, no pleno e evangélico sentido da Liberdade, e elevaremos o mundo acima de suas iniqüidades e faremos triunfar os ideais de Vida, de Amor e de Paz”.


Dom Fernando e o Santo Papa

Em Goiás, Dom Fernando Gomes dos Santos foi o criador dos primeiros centros de desenvolvimento comunitário, “fruto extraordinário do seu trabalho e da sua visão, que penduram até hoje”.
Curioso, é observar que as ações pastorais por ele desenvolvidas em Goiânia, “foram um reflexo de tendências e aptidões já demonstradas em seus primeiros anos de sacerdote, destacadamente em Patos, sua terra natal, como pároco. A luta em favor da educação, o amor e a dedicação à sua Igreja, o fervor pela Ação Católica, a defesa dos oprimidos, tudo isso Dom Fernando já tornara concreto em seus dias de vigário de Patos, quando era apenas o padre Fernando”.
Em Goiânia, ele construiu o Asilo ‘São Cotolengo’, a Escola Agroindustrial e o Centro Pastoral (hoje, chamado de Dom Fernando); concluiu as obras da Catedral; criou o ‘Aprendizado Agrícola São José’, a ‘Escola Doméstica Pio XII (atual Lar Pio XII) e incentivou inúmeras campanhas sociais, dando maior ênfase à Campanha da Fraternidade. Hoje, mais de duas décadas após sua morte, toda a sua obra social, cultural e missionária, em Goiás, continua em pleno desenvolvimento.
Por sua ação consciente, foi responsável pela idealização da primeira experiência de reforma agrária no Estado de Goiás, loteando os 320 alqueires da Fazenda Conceição, patrimônio da Arquidiocese, em Corumbá, entre 52 famílias de trabalhadores rurais, prestando-lhes assistência técnica e humana.
Para concretizar seus objetivos, Dom Fernando contou com o apoio do Banco do Brasil SA e da Misereor, uma organização alemã, interessada na promoção social da América Latina. Naquele assentamento, construiu uma vila rural, dotada com posto de saúde, escola comunitária e centro de assistência social. Essa experiência pioneira mereceu os mais louváveis elogios do ex-presidente Jânio Quadros, que, na ocasião, afirmou ser aquele modelo, uma solução humanitária, que bem poderia “resolver o grande problema da terra e do homem do campo”, no Brasil.
De forma responsável, Dom Fernando incentivou a ‘reforma urbana’, apoiando “a luta dos posseiros sem eira e sem beira, sem vez e sem voz nas periferias goianienses e que depois teve, como homenagem, o seu próprio bairro numa ação coerente da Igreja”, graças à presença continuada, firme, sincera, humilde e corajosa do intrépido Arcebispo.
Relembrando a trajetória da vida de Dom Fernando, o jornal ‘O Popular’, de Goiânia, em sua edição de 1º de junho de 1995, expressou: “a presença deste nordestino franco e corajoso, em que pese os desafetos que encontrou pelo caminho, revolucionou o papel da Igreja em Goiás. As questões sociais se tornaram temas de discussões no âmbito pastoral e nunca mais deixaram de integrar as preocupações da Arquidiocese de Goiânia”.


Dom Fernando, o estadista

Utópico, criticado por alguns e apoiado por muitos, Dom Fernando foi um realizador, na expressão completa da palavra. A certeza da morte, tornou-o um homem preocupado com a vida. Assim, oito anos antes de falecer já havia redigido seu testamento.
Defensor e procurador do povo, cognado ‘o Pai da Igreja de Goiânia’, Dom Fernando foi o construtor da Arquidiocese daquela capital, cuja história é dividida em duas etapas: antes e depois desse grande ministro da Igreja. Ali, sua memória é reverenciada e sua presença, é notada em inúmeras obras e realizações, que partiram de seu espírito de incansável servo do Senhor.
Dom Fernando e Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz


Graças a sua gestão arquidiocesana, a cidade de Goiânia foi colocada “no rol das grandes Dioceses do Brasil”, dando-lhe dimensão pública, “na vivência da realidade do Brasil”, fato que levou Dom Antônio Ribeiro, seu sucessor, a afirmar: “Dom Fernando continua vivo entre nós, na sua obra, mas, sobretudo na gigantesca ação social, religiosa e política, no bom sentido, da transformação social deste país, num Brasil para todos os brasileiros”.


Jubileu de Ouro Sacerdotal de Dom Fernando, em Goiânia

Figura impressionante, para o povo de Goiânia, ele não foi apenas o seu primeiro Arcebispo e um pastor bondoso. Foi também um pai, um educador, um protetor dos pobres, principalmente da classe camponesa e do operariado. E, por sua continua ação pastoral, tornou-se também um defensor da vida, que a todos ensinava que “Jesus veio ao mundo para dar a vida e não a morte, a fome e a destruição”.
Sua Igreja não conhecia o marasmo. De forma consciente, Dom Fernando soube inscrever seu nome na História de Goiânia. Sua ação pastoral ganhou projeção, ultrapassou os limites arquidiocesanos e projetou-se nacionalmente. Dois anos após tomar posse na Arquidiocese de Goiânia, criou a Diocese de São Luís dos Montes Belos. E, fez da criação da Arquidiocese de Brasília, sua bandeira de luta.
Na década de 1960, devidamente autorizado pela Santa Sé, criou mais cinco dioceses, entre elas, Ipameri, Anápolis, Itumbiara e Luziânia. Sempre disposto a colaborar, lutou pela criação e instituição das dioceses de Rubiataba e Miracema do Tocantins, demonstrando que era um homem “com uma visão de prospecção do futuro extraordinária”. Assim, por sua reconhecida dedicação à Igreja, foi nomeado Assistente do Sólio Pontifício, pelo Papa João XXIII, em 1960.


Grão Chanceler da Universidade de Goiás, membro da Comissão Central da CNBB e Secretário da Regional Centro-Oeste, no dia 1º de junho de 1985, chamado por Deus, Dom Fernando deixou a vida terrena. Seu corpo, em câmara ardente, foi exposto na Catedral Metropolitana de Goiânia, para visitação pública. Na tarde do dia seguinte, após uma missa de réquiem e dos rituais prescritos pela Igreja Católica, seu corpo foi inumado no interior daquela catedral.
Patrono da cadeira nº 10 do Instituto Histórico e Geográfico de Patos, o nome de Dom Fernando, em sua terra natal, é lembrado designando uma Escola Estadual de Ensino Médio e uma via pública. Algo muito pouco, para reverenciar a memória de alguém que, em vida, foi o mais ilustre de seus filhos.
No dia 1º de junho de 1995, a Arquidiocese de Goiânia, a ‘Sociedade Goiana de Cultura’ e a ‘Universidade Católica de Goiás’, em magníficas celebrações, comemoram o décimo aniversário de falecimento de Dom Fernando Gomes dos Santos. Após conferência proferida pelo Arcebispo de Goiânia, Dom Antônio Ribeiro de Oliveira, no ‘Centro Pastoral Dom Fernando’, na Vila Pedroso, sob o título ‘O Papel de Dom Fernando na Igreja de Goiânia e Sociedade de Goiás’, houve uma celebração eucarística na Catedral Metropolitana, presidida por Dom Antônio e concelebrada pelos bispos Benedito Cóscia (Diocese de Jataí), Orlando Dotti (Diocese de Vacaria-RS), Washington Cruz (Diocese de São Luís de Montes Belos), Tarcísio Lopes (Diocese de Ipameri), além de vários padres, ficando a homilia a cargo de Dom Tomás Baldoino, Bispo de Goiás.
Em seguida, ocorreu a inauguração da nova sede da ‘Sociedade Goiana de Cultura’, oportunidade em que também foi inaugurado um busto em bronze, do ilustre sacerdote patoense, em frente à referida instituição e ao Hospital das Clínicas, no Setor Universitário, no qual lê-se, numa lápide: “Dom Fernando Gomes dos Santos * 10-04-1910 + 01-06-1985. Unidos a Jesus Cristo, sem violência e sem medo”.
Ainda durante as festividades daquela noite, foi criado o ‘Instituto Dom Fernando’, destinado a promover o desenvolvimento social, a preservação do meio ambiente, da imagem do Centro-Oeste e da Amazônia Brasileira, entidade que teve o jornalista Washington Novaes como seu primeiro presidente.
Em ato continuo, foi instituído o ‘Prêmio Dom Fernando de Direitos Humanos’, que passou a ser concedido anualmente pela Sociedade Goiana de Cultura a pessoas e entidades que, “fiel a Doutrina Social da Igreja, fiel a ética e a moral cristã, promover, defender, de maneira nítida e destemida, os Direitos Humanos”.
Encerrando a referida solenidade, Dom Antônio Ribeiro de Oliveira assinou o decreto nº 5, daquela data, alterando a denominação da Escola Agroindustrial de Goiânia, para ‘Escola Dom Fernando’, que constitui-se também numa justa homenagem ao seu criador.
Pastor, contador de histórias, conhecedor das realidades filosóficas e dos problemas sociais de seu tempo, Dom Fernando Gomes foi um prelado moderno. E, em todos os atos de sua vida, podemos notar a visível presença dos traços de sua inteligência.
Orador sacro de reconhecido valor, possuía o dom da palavra limpa, do aticismo da linguagem, dominando e encantando a todos com sua eloqüência, pois a vernaculidade de sua conversa era uma sinfonia da linguagem.
Homem inteligente, possuidor de uma vasta cultura clássica e filosófica, era um latinista de grandes conhecimentos na língua de Cícero. Falando ou escrevendo, via-se nele a versatilidade dos clássicos. Sua bibliografia é extensa e valiosa. Conhecidíssimo é seu livro ‘Sem Violência e Sem Medo’, onde expõe grande parte de seu pensamento filosófico.
Poeta, nas horas vagas, era um cultor do soneto e alguns de seus poemas “são verdadeiras pequenas jóias de sabedoria e bom humor”. Em sua poesia, Dom Fernando retrata a vida, o mundo e o homem. Num de seus poemas, expõe:

“O Homem, em mistério vive imerso.
O Que há dentro dele, ninguém sabe.
Em qualquer um de nós, cabe o universo.
Entretanto, em si mesmo ninguém cabe” [...].

Trabalhador incansável, sua vida foi ‘cheia de frutos e louros’ e por onde passou, semeou a bondade, a harmonia e a paz. Lutar era o seu lema. Trabalhar era a sua divisa. Fazer o bem era o seu credo. Nenhum patoense merece de seus conterrâneos os aplausos e as orações, do que Dom Fernando Gomes dos Santos, que em vida, “foi uma figura inconfundível, que viverá na memória e no coração de Patos”.
Sábio, em seu grande e nobre coração, habitava ‘uma bondade santa’. Havia nele, os mais completos exemplos de fé cristã, manifestados de forma ardente e robusta, que dignificava-o como ministro de Deus. Por ele, a cidade de Patos chorou duas vezes. A primeira, quando perdeu-o como vigário, mesmo sentindo-se feliz por sua elevação ao episcopado. E, a segunda, quando foi abalada pela infausta notícia de sua morte.
Em vida, Dom Fernando foi a integridade em pessoa, que habitava o corpo solene de um patriarca nordestino. Possuidor de um “coração imenso de bom pastor”, de maneira corajosa, fez de sua voz, uma das mais importantes arma em defesa dos oprimidos.
Verdadeiro ‘Guerreiro da Paz’, em todos os sentidos, é unânime o pensamento do real significado que teve Dom Fernando Gomes dos Santos na Igreja da Paraíba, de Alagoas, de Sergipe e Goiás, do Brasil e do mundo.
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Artigo publicado no jornal ‘Folha Patoense’, Ano VIII, nº 47, Patos-PB, edição de maio/junho de 2004.

5 comentários:

  1. Luciano Dias de Morais27 de fevereiro de 2011 às 14:32

    Quero cumprimentar o autor desta bela biografia de Dom Fernando Gomes dos Santos, que estudou no Colégio Pio Latino em Roma e na Gregoriana, onde estou estudando atualmente. Dom Fernando, com inteligência e coragem pedia no magno Concílio Vaticano II, nos seus interventos de propor um documento sobre a vida dos padres e de pedir a revisão de algumas diciplinas. Brilhante orador e defensor dos pobres. Amigo de Alírio Wanderley, em momentos difíceis da história dos sertões rebeldes. Que nunca esqueçamos este amigo de Dom Hélder Camara, que foi Bispo dos Pobres e admirável administrador em terras missionárias do Goiás. Temos um defensor de Patos na Casa do Pai. Sempre se referia a Patos como "minha terrinha", modo carinhoso e cheio de respeito por Dom Expedito Eduardo de Oliveira, que pastoralmente ia noutra direção, apesar de se entederem. Veio poucas vezes a Patos, como arcebispo de Goiânia, embora vinha passar as férias em João Pessoa. Mons. Luis Layres da Nóbrega o convidou para pregar na Festa de Nossa Senhora da Guia, se não me engano em 1974 ou 1975. Era belissimo, reconhecer aquele belo homem, cheio de amor à Igreja, falar de novo no púlpito da Igreja que ele mesmo construiu.

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  2. Meu caro padre Luciano, um abraço amigo.
    A distância que nos separa é eliminada pelos recursos tecnológicos que temos em mãos. Agradeço por suas palavras e por suas visitas ao nosso simples blog, que tenta mostrar para o mundo, um pouco de nossa história, de nossa Paraíba e de nosso Rio Grande do Norte.
    A figura de Dom Fernando encantou-me desde muito cedo. No início da década de 1980, conheci em Goiás a sua ação episcopal, que de tão grande, ainda não encontrei palavras para descrevê-la. Eu via de perto aquela ação e imaginava que ele era paulista ou de outro mundo. Mas, nunca paraibano, nunca do sertão das Espinharas. E, quando conheci a sua história, fiquei surpreso. Nunca imaginei que o pobre sertão das Espinharas tivesse produzido tão grande homem. Depois disto, passei a coletar tudo que encontrava a seu respeito. E, quando passei a residir em Patos, publiquei na imprensa local alguns artigos narrando a trajetória da vida desse grande Levita do Senhor, que foram republicados em jornais e revistas de Goiânia. Hoje, possuo inédito um pequeno livreto com o título ‘Dom Fernando: vida e poesia’, que espero um dia vê-lo no prelo. Agradeço a sua presença, tenho a honra de relatá-la entre alguns amigos patoenses. Nossa Diocese, espera seu retorno como quem espera um de seus mais ilustres filhos.
    Um forte abraço,

    Ozildo/Rosélia.

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  3. dom fernando criou uma escla chamada de escola dom fernando nonjardim riviera em aparecida de goiania.agatha 11 anos aluna desta escola.
    30.04.20112

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  4. Prezado José Ozildo,

    Muito nos deixa orgulhosos sua publicação sobre Dom Fernando. Sou neto de sua irmã Apolônia Gomes Vieira. Recentemente crie uma página no Facebook: Patos - Sertão da Paraíba onde exponho fotos, contos, crônicas e em especial a biografia de Dom Fernando. Estarei expondo também as fotos e a biografia por você escrita. Fizemos recentemente o 2º Encontro da Família Gomes & Vieira aqui no Rio, mas o 1º ocorreu em Patos-PB. O próximo deverá ser em Goiânia. Caso deseje venha "curtir" a página e ajudar a acrescentar todo o seu conhecimento histórico dessa cidade com fotos e fatos.
    Atenciosamente,
    Edison Gomes Vieira Jr.

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  5. Primo que não cheguei a conhecer, meu pai Manoel Gomes Filho falava muito nêle.

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