quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

SERRA DO TAMBORIL: BELEZAS E MISTÉRIOS

José Ozildo dos Santos
Rosélia Maria de Sousa Santos
Almair de Albuquerquer Fernandes


N
o acesso até a Serra do Tamboril, partindo-se de Flores, pega-se a PE 227, indo-se até o Distrito Sítio dos Nunes, de onde, utilizando-se a BR 232, que liga aquela localidade à cidade Serra Talhada, chega-se a comunidade do Tamboril, 6 Km após o referido distrito.

Paisagem vista de cima da Serra do Tamboril

A Serra do Tamboril, além de sua beleza paisagística, abriga um rico sítio arqueológico, formado unicamente por pinturas: trata-se da Casa de Pedra do Tamboril. Para se chegar ao referido atrativo, a melhor trilha é a que se inicia pelo ‘Passador de Pereira’, situado num ponto dado pelas coordenadas 08º 02’ 90” S e 37º 53’ 89” W.
Serrote do Piquete

A mencionada Casa de Pedra encontra-se dentro dos limites traçados para uma área de preservação ambiental, consignada na antiga Fazenda São Gonçalo, que foi desapropriada no início do presente século, para a formação do Assentamento Rural Riacho do Navio II.

Sítio Arqueológico Casa de Pedra

O abrigo conhecido como Sítio Arqueológico Casa de Pedra encontra-se localizado num ponto dado pelas coordenadas 08º 04’ 57” S e 37º 54’ 63” W, numa elevação de 758 m.

Pinturas rupestres existentes na Serra do Tamboril

O sitio arqueológico apresenta um único painel de pinturas, onde se destacam três mãos humanas, ainda bastante visíveis. Um fato interessante observado é que tais representações possuem tamanhos iguais, ou seja, 13 cm x 6 cm, como se tivessem sido reproduzidas a partir de um mesmo molde.

Pinturas rupestres existentes na Serra do Tamboril

O referido sítio não apresenta pichações em suas pinturas. Nele, medidas já foram tomadas, visando evitar que produzidas por caçadores e lenhadores que passam pelo local, depredem o atrativo. 

Aspectos da vegetação nativa da Serra do Tamboril

É impossível subir a Serra do Tamboril e não se impressionar com a exuberância da vegetação nativa que cobre grande parte do referido acidente orográfico. Exemplares de Catingueiras, Facheiros, Angicos e outras espécies nativas, com alturas superiores a 10 m, são facilmente encontrados.

Aspectos da vegetação nativa da Serra do Tamboril

Vários pequenos cursos d’águas correm pelas encostas da Serra do Tamboril, inclusive, o riacho que dá nome a referida formação. Em alguns pontos, a água parece brotar do nada e sai correndo por entre a vegetação para desaparecer lá na frente. Noutros pontos, pequenas quedas d’água modificam a paisagem, tornando-a mais bela e encantadora.

Queda d’águas - Encostas da Serra do Tamboril

Outros dois atrativos da Serra do Tamboril que se destacam por suas belezas e caracteres são o Serrote do Piquete e a Pedra do Altar. Tais formações são separadas por uma distancia de praticamente 1,5 km e estão situadas em lados opostos, oferecendo amplas visões do entorno da referida serra.

Fotos: Rosélia Santos
Guia: João José da Cruz Neto 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

SERVIÇO SOCIAL - AMARRAS E TRADICIONALISMO



José Ozildo dos Santos
Rosélia Maria de Sousa Santos

1 APRESENTAÇÃO


H
istoricamente, o serviço social se configurou no âmbito das relações entre o Estado e a sociedade como fruto das transformações ocorridas nos processos de produção e reprodução da vida social, que instituíram limites e possibilidades ao exercício profissional, condicionando as respostas profissionais dos assistentes sociais aos limites do sistema capitalista.
O presente artigo tem por objetivo mostrar porque o serviço social tradicional, ao longo de seu processo histórico, se preservou fechado em interpretações superficiais das situações sociais-problemas, sem conseguir relacioná-las com a divisão de classe ou com o processo ideológico capitalista.

2 DESENVOLVIMENTO

O
 Serviço Social surgiu a partir da iniciativa dos grupos dominantes, setores da burguesia, Estado e Igreja, constituindo-se, basicamente, por militantes femininas do movimento católico, que incorporaram a formação doutrinária católica para enfrentamento dos ‘problemas sociais’ (IAMAMOTO, 2007).
Dissertando sobre as origens da profissionalização do Serviço Social, Paulo Neto (2001, p. 79) afirma que:

Originalmente parametrado e dinamizado pelo pensamento conservador, [o Serviço Social] adequou-se ao tratamento dos problemas sociais quer tomados nas suas refrações individualizadas (donde a funcionalidade da psicologização das relações sociais), quer tomados como seqüelas inevitáveis do ‘progresso’ (donde a funcionalidade da perspectiva ‘pública’ da intervenção - e desenvolveu-se legitimando-se precisamente como interveniente prático-empírico e organizador simbólico no âmbito das políticas sociais.

No princípio, os profissionais do Serviço Social foram considerados agentes requisitados pelos interesses burgueses. Tais profissionais tinham suas ações dirigidas à classe subalternalizada e sua missão era implementar e executar as políticas sociais alinhadas com a lógica de expansão do capital.
As pioneiras assistentes sociais possuíam um contato direto com o ambiente operário, tendo como objetivo manter o funcionamento ‘adequado’ da sociedade, cabendo-lhe a missão de desenvolverem ações voltadas para o soerguimento moral da família operária, visando conter a influência anarco-sindicalista.
Influenciados pela concepção de homem-sociedade-estado, alimentada, principalmente, pela doutrina social da Igreja Católica, esses profissionais limitavam suas ações à confirmação da ordem constituída, excluindo-se à crítica. Eram, desta forma, desautorizados a fazer qualquer questionamento que negasse os alicerces da realidade social, da vida social concreta no mundo capitalista.
No Brasil, o Serviço Social foi fortemente influenciado pelos pressupostos do funcionalismo adotado pelo Serviço Social norte-americano, sem, contudo, apresentar uma superação do ideário neotomista, estruturando-se nos períodos em que as concepções desenvolvimentistas tiveram hegemonia no Brasil e no continente latino-americano (AGUIAR, 1985).
Distanciando um pouco da influência européia, no Brasil, o Serviço Social, no princípio, apresentou uma roupagem diferente da caridade, pois seu campo de atuação era o Estado e entidades filantrópicas do empresariado, desenvolvendo um trabalho que se limitava a ações educativas junto à família operária, visado à prevenção dos ‘problemas sociais’.
Nesse período, a questão social era vista, segundo registra Martinelli (2001, p. 114), “de forma bastante reducionista, como manifestação de problemas individuais, passíveis de controle, através de uma prática social cada vez mais nitidamente concebida como uma atividade reformadora do caráter’.
Iamamoto (2007) mostra que o Serviço Social surgiu para atuar em favor da classe dominante, visando conter o avanço do proletariado, impedindo suas lutas e conquistas.
Nesse sentido, o Serviço Social foi concedido para não enfrentar a questão social, ignorando-a. Na concepção de Iamamoto (2007, p. 20-21):

Desconhecendo o caráter de classe dos antagonismos sociais, os efeitos desses antagonismos são considerados motivos relevantes para um tratamento sócio-educativo da ‘clientela’, tratamento esse de cunho doutrinário e moralizador, amplamente haurido no senso comum da classe de origem desses profissionais.

No princípio, os militantes do corpo do Serviço Social internalizaram o projeto de sociedade capitalista e acreditavam nas suas ações, embasadas pela doutrina católica, muito mais do que por uma base propriamente científica.
Embora não estivesse visivelmente no seu discurso, as assistentes sociais serviam aos interesses burgueses, atuando frente às demandas da classe trabalhadora. Nesse período histórico, o Serviço Social não era requisitado pela clientela. Ele era imposto aos usuários como obrigação burocrática às suas aspirações.
Informa Martinelli (2001), que tais profissionais agiam contra as manifestações dos trabalhadores. O serviço social não as enxergavam como expressão da luta de classes e sim como conflitos sociais, geradores de desordem, que deveriam ser equacionadas em favor do equilíbrio da sociedade.
Esse posicionamento fazia com que o proletariado organizado não legitima-se a atuação do Serviço Social. A classe trabalhadora sentia que a ação profissional só os imobilizava política e socialmente.
De tal forma, que o Serviço Social não era requisitado pelo proletariado, por considerá-lo impregnado pelo o pensamento conservador e ser formado por agentes do preconceito. Nesse período histórico, apenas os segmentos mais pobres, que necessitavam da assistência pública, para conseguirem sobreviver no regime capitalista, viam as assistentes sociais com ‘bons olhos’.
Entretanto, se o proletariado ‘repulsava’ o Serviço Social, a burguesia apoiava a sua prática. Pois, para manter sua hegemonia na sociedade, ela necessitava oferecer práticas assistenciais, serviços e benefícios, ocultando a dimensão política das expressões da questão social, e tudo fazia para “bloquear o desenvolvimento da consciência de classe do proletariado e sua organização política” (MARTINELLI, 2001, p.118).
Apesar de se ter registrado nas décadas de 1940 e 1950 uma busca por conhecimentos científicos na psicologia, psicanálise, medicina e no direito, visando reformular sua atividade, o serviço Social continuou fechado em interpretações superficiais das situações sociais-problemas. E, não conseguia relacionar tais situações com a divisão de classes ou com o processo ideológico capitalista.
Informa Martinelli (2001), que o aprofundamento técnico-científico desenvolvido nessa época, não produziu transformações na atuação dos agentes do Serviço Social, que continuaram a intervir com suas tendências pragmáticas e empiricistas em ações educativas e preventivas de transgressões, que poderiam vir a acontecer de acordo com desajustes individuais e morais.
As transformações ocorridas no Serviço Social, nos Estados Unidos, não refletiram nos profissionais vinculados a esse setor no Brasil, de tal forma que aqui:

O Serviço Social manteve seu caráter técnico-instrumental voltado para uma ação educativa e organizativa entre o proletariado urbano, articulando, na justificativa dessa ação o discurso humanista, calcado na filosofia aristotélico-tomista, aos princípios da teoria da modernização presente nas ciências sociais (IAMAMOTO, 2007, p. 21).

Fechado em seu modelo tradicional, apesar de conhecer os novos procedimentos de intervenção, baseados no modelo norte-americano, o Serviço Social no Brasil ainda continuou apresentando traços de um projeto profissional preso aos fundamentos do reformismo conservador e embasado no modelo aristotélico-tomista.
Nesse contexto, o que se percebia era que as assistentes sociais atendiam as exigências de tecnificação, impostas pela modernização da sociedade capitalista e do Estado, sem perder o seu caráter missionário. Havia, pois, uma contradição entre seus objetivos e suas ações.

3 CONCLUSÃO

F
echado em interpretações superficiais, no princípio, o Serviço Social defendia a parceria do operariado com a burguesia, utilizando um discurso de ‘cooperação mútua’, tentando convencer o proletariado a empenhar-se ao máximo em seu trabalho, superando qualquer diferença social.
Sustentando a estratégia de controle social, difundindo o modo capitalista de pensar, o Serviço Social tradicional utilizava uma prática voltada aos interesses burgueses, por entender que esta era única forma de consolidar-se como grupo profissional.
E, assim, preso a esses interesses, o Serviço Social não foi capaz de encarar as questões sociais com um problema e nem de correlacioná-las com a divisão de classe ou com o processo ideológico capitalista. Sequer era capaz de vê que era utilizado como instrumento de ampliação da ordem capitalista e de contenção de possíveis avanços do proletariado na direção da luta de classes.

5 REFERÊNCIAS

1. AGUIAR, Antônio G. de. Serviço social e filosofia: das origens a Araxá. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1985.
2. IAMAMOTO, Marilda Vilella. Renovação e conservadorismo no serviço social: Ensaios críticos. São Paulo: Cortez, 2007.
3. MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço social: identidade e alienação. São Paulo: Cortez, 2001.
4. PAULO NETTO, José. Capitalismo monopolista e serviço social. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

domingo, 12 de dezembro de 2010

EPITÁCIO PESSOA

           UM ESTADISTA

José Ozildo dos Santos


E
pitácio Pessoa foi o paraibano de maior projeção na política nacional, durante a Primeira República. Nasceu a 23 de maio de 1865, na Casa dos Barros, na Fazenda Marcos de Castro, em Umbuzeiro, sendo filho do casal José da Silva Pessoa e Henriqueta Barbosa de Lucena. Órfão aos sete anos de idade, passou a viver sob a responsabilidade de seu tio materno - o futuro Barão de Lucena.
            Pensionista da Província de Pernambuco, no antigo Liceu Pernambucano, fez seus estudos básicos (1874-1876). Aluno aplicado, ali também cursou o ginasial e o secundário (1876-1881). E, ingressando na tradicional Faculdade de Direito do Recife, diplomou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, na turma de 1886.

Epitácio Pessoa, diplomado pela Faculdade de Direito do Recife, em 1886

            Era ainda acadêmico, quando foi nomeado Promotor Público interino de Ingá-PB (1883). Formado, passou a ocupar o mesmo cargo na Comarca de Bom Jardim, no interior de Pernambuco (1886), tornando-se, posteriormente, titular da promotoria da cidade do Cabo-PE (1886-1889).


Epitácio Pessoa, Promotor Público

            Abolicionista e republicano nato, em meados de 1889, renunciando suas funções no Ministério Público, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde passou a atuar como advogado, participando, ativamente das campanhas de propagandas republicanas, ao lado de Aristides Lobo, Coelho Lisboa e outros expoentes nacionais.
            Proclamada a República, retornou à Paraíba nomeado Secretário Geral do Governo Venâncio Neiva. No exercício de suas funções, tornou-se o mais eficiente colaborador do referido governo. Em 1891, elegeu-se deputado à Assembléia Nacional Constituinte. Durante os trabalhos constituintes, teve uma atuação destacada, merecendo elogios de seus colegas parlamentares e da imprensa nacional. Na Câmara dos Deputados, fez forte oposição ao Governo Floriano Peixoto e ao modelo político implantado na Paraíba, por Álvaro Machado, que assumiu o governo estadual, após a queda de Venâncio Neiva.
            Professor catedrático da Faculdade de Direito do Recife (1891-1902), Epitácio Pessoa revelou-se uma das maiores culturas jurídicas do país. No Governo Campos Sales, foi Ministro da Justiça e Negócios Interiores (1898-1901) e no exercício de suas funções iniciou a elaboração do Código Civil Brasileiro. Em agosto de 1901, apresentou ao governo um Código de Ensino. No entanto, o referido projeto gerou fortes reações, levando-o a pedir sua exoneração daquela pasta.
            Deixando o Ministério da Justiça, foi designado Ministro do Superior Tribunal Federal. Nessa condição, assumiu a Procuradoria Geral da República no período de 1902 a 1905.  Em 1909, a convite do Barão do Rio Branco, elaborou o projeto de Código Internacional Público.
            Em princípios de 1912, presidiu a Junta Internacional de Jurisconsultos, reunida no Rio de Janeiro. Aposentado do serviço público, retornou ao cenário político paraibano, eleito senador da República (1912-1919), iniciando uma carreia política mais bem sucedidas na história brasileira. Prestigiado pelo Governo Central, fortemente influiu na escolha do sucessor do Dr. João Lopes Machado no governo da Paraíba, conseguindo eleger para o referido cargo o senador João Pereira de Castro Pinto, seu ex-colega de turma concluinte na Faculdade de Direito do Recife.
            Em 1914, como quem prenunciava um futuro brilhante, Liberato Bittencourt assim traçou-lhe o perfil: “homem de regular constituição, na inteligência máxima, na erudição jurídica profunda, na capacidade de trabalho inimitável, esse ilustre brasileiro de grande popularidade como um dos maiores cidadãos da grande Pátria Brasileira, porventura um dos maiores paraibanos em continua e proveitosíssima atividade intelectual e política”.
            Em 1915, às vésperas das eleições para o Senado e à Câmara dos Deputados, as disputas internas dentro de seu partido, iniciadas em 1912, quando da escolha de Castro Pinto se ascenderam e culminaram com seu rompimento com o senador Walfredo Leal, sucessor de Álvaro Machado na chefia política do Estado. Vitorioso, Epitácio assumiu o comando político estadual, conseguindo eleger seus candidatos ao Senado e à Câmara dos Deputados. Nascia, assim, na Paraíba, o epitacismo, que mais tarde seria combalido pelo Governo João Pessoa e extinto pelo Movimento Revolucionário de 1930.
            No Senado Federal, Epitácio Pessoa teve uma atuação marcante, tendo fortemente contribuído para a aprovação do projeto do Código Civil, transformado em lei, a 1º de janeiro de 1916. Em dezembro de 1918, foi convidado para participar da Delegação Brasileira à Conferência de Paz, a ser realizada em Versalhes. E, com a desistência do ex-senador Rui Barbosa em presidir a referida delegação, foi escolhido seu substituto.
            Encontrava-se em Versalhes, representando o Brasil, quando faleceu o presidente Rodrigues Alves e por telegrama, foi informado que seu nome havia sido homologado em convenção para disputar a Presidência da República. Eleito, após visitar alguns países da Europa, retornou ao Brasil em maio de 1919 para organizar seu governo, cujo ministério apresentou uma particularidade: ministros civis ocupando pastas militares.

Epitácio Pessoa, na Presidência da República 

            Historicamente, foi o primeiro Presidente do Brasil a preocupar-se com a valorização sócio-econômica da região nordestina, onde executou grandes realizações, principalmente, voltadas para vencer o drama das secas. Durante seu governo, reestruturou a IFOCS, Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas, que tornou-se responsável pelas chamadas ‘grandes obras do Nordeste’, fundou a Universidade Carioca, realizou a Primeira Exposição Internacional (Rio, 1922) e revogou o decreto de baniu a família real do Brasil. Nesse período, ocorreu a instalação da primeira estação de rádio, no Brasil.
            No campo social, seu governo foi marcado por greves e agitações políticas, tendo determinado intervenção nos estados da Bahia, Maranhão e Pernambuco. Por outro lado, a sua iniciativa de nomear ministros civis para pastas militares, causou descontentamento entre as tropas, gerando uma grande insatisfação, que culminou com o fechamento e a prisão Presidente do Clube Militar, o Marechal Hermes da Fonseca, fato que foi o estopim para o levante do Forte de Copacabana (05-07-1922), da Escola Militar do Rio de Janeiro e da Guarnição do Estado do Mato Grosso, levando o Governo a decretar estado de sítio por trinta dias, que prorrogado, sucessivamente, prolongou-se até 1926.
            A crise econômica, na qual encontrava-se o país, obrigou seu governo a contraiu um empréstimo, junto à Inglaterra para fazer frente a um terceira valorização do café. Na Presidência da Nação, Epitácio Pessoa foi sucedido pelo mineiro Artur da Silva Bernardes, eleito a 15 de novembro de 1922.
            Em novembro de 1923, foi eleito Juiz da Corte Internacional de Justiça, sediada em Haia, Holanda. No ano seguinte, foi reconduzido ao Senado Federal, por seu estado natal. No entanto, teve seu mandato prejudicado com a dissolução do Congresso Nacional, por ato do Governo Revolucionário, instalado no país em outubro de 1930. No Senado, em seu segundo mandato, foi membro da Comissão de Justiça e Legislação.
            Casou em primeiras núpcias com a senhora Francisca Chagas. Enviuvando, a 8 de novembro de 1898 desposou a senhora Maria da Conceição M. Sayão, de tradicional família carioca. Vítima do Mal de Parkson, faleceu a 13 de fevereiro de 1942, aos 77 anos de idade incompletos, em Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro. Aos 23 de maio de 1965, seus restos mortais e os de sua segunda esposa, foram transladados e inumados numa cripta, construída ao lado direito da entrada do Palácio da Justiça da Paraíba, em João Pessoa.

Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa, o Estadista

            Advogado, jornalista, jurisconsulto e professor universitário, Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa possui uma extensa bibliografia, compilada em 22 volumes, sob o título de ‘Obras Completas’ e sua memória é reverenciada em toda a Paraíba, que foi por ele projetada além dos limites nacionais. No Senado Federal, seu nome, encontra-se inserido nas galerias daqueles que honram aquela Casa.

Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa, o Paladino da Justiça

            Verdadeiro ‘Paladino da Justiça’, nela sempre viu “sua estrela guia, a meta mais excelsa e coruscante de seu ideal” e como homem público “foi grande como parlamentar, sumo como estadista, imenso como juiz, advogado e cultor do Direito, extraordinário na sentença, no parecer, na defesa e no libero”. Patrono da cadeira nº 31 da Academia Paraibana de Letras, Epitácio Pessoa “não foi um escritor como poderia ter sido (...), porque nele o orador traía o escritor” e por suas qualidades de reconhecimento público, era ele “um Cidadão, um Cidadão do Brasil em Consciência Nacional”. 

domingo, 5 de dezembro de 2010

CAICÓ - RN



José Ozildo dos Santos

DEZEMBRO

DATAS E NOTAS PARA A HISTÓRIA
DO MUNICÍPIO DE CAICÓ - RN



01-12-1860
Por ato do governo provincial, foi nomeado professor público da Vila do Príncipe, Rafael Arcanjo Maria da Fonseca. Homem de reconhecida cultura e orador talentoso, notabilizou-se por suas participações no plenário da Assembléia Legislativa Provincial, onde exerceu seu mandato como deputado.

01-12-2008
Tem início a semana de eventos para comemorar o centenário do ilustres caiconese Monsenhor Walfredo Gurgel. O homenageado nasceu a 2 de dezembro de 1908 e morreu em Natal, no dia 4 de novembro de 1971, antes de completar 63 anos de vida. Sacerdote, educador e político, Monsenhor Walfredo elegeu-se deputado federal, vice-governador, senador e governador do RN.


01-12-1890
Nesta data, a população caicoense foi às ruas e comemorou festivamente o advento da Republica.

02-12-1908
Nasce em Caicó, Walfredo Dantas Gurgel.

Monsenhor Walfredo Dantas Gurgel, quando jovem

02-12-1945
O caicoense José Augusto Bezerra de Medeiros era eleito deputado à Assembléia Nacional Constituinte, oficialmente instalada no dia 5 de fevereiro de 1946.

03-12-1821
Por eleição realizada nesta, o senhor Manoel de Medeiros Rocha, capitão-mor da Vila do Príncipe, foi escolhido membro da Junta Governativa da Capitania do Rio Grande do Norte, que recebeu o governo das mãos do coronel José Inácio Borges.

03-12-1863
Nasce em Caicó, Francisco Gorgônio da Nóbrega. Figura da maior projeção no cenário político e social caicoense, foi membro da Intendência Municipal nos primeiros anos do regime republicano.

03-12-1887
Nesta data, aparecem na Vila de Caraúbas algumas moedas falsas, procedentes de Caicó. O fato foi levado ao conhecimento do Dr. José Marcelino da Rosa e Silva, Presidente da Província, pelo Chefe de Polícia, Tito Lívio Vieira Dantas.

03-12-1889
Em Manifesto publicado nesta data, o coronel José Bernardo explica o seu apoio à República.

03-12-1949
Aparece o primeiro número da Folha de Caicó, sob a direção de Levi Dantas e redigido por J. Cântele. Jornal independente e noticioso, a ‘Folha de Caicó’ - que teve vida efêmera - a partir de seu segundo número passou a ser dirigido por Minervino Wanderley. Seu quatro e último número, circulou em 31 de dezembro de 1949.

04-12-1882
Era nomeado para o ocupar o cargo de promotor público da Comarca do Seridó, o Dr. Tomás Gomes de Silva.

04-12-1892
Nasce na Fazenda Oiticicas, município de Caicó, Joel Adonias Dantas. Filho de José Calazâncio Dantas (Bembém das Oiticicas) e Enedina Maria de Sant'Ana, após casar-se com Julieta de Medeiros Dantas, passou a residir na cidade de Caicó (1919). Senhor e proprietário de fazendas na Ribeira do Piranhas, na Paraíba (Curralinho de Cima e Paxecu, no hoje município de Paulista, e Carnaúba, no município de Pombal), e em Pau dos Ferros (Fazenda Conselho), adquiriu e manteve por muitos anos uma máquina a vapor para beneficiamento de algodão. Prefeito Municipal de Caicó, no período de 1932 a 1933, faleceu em Natal, no dia 12 de outubro de 1981. Seu corpo, transladado para Caicó, foi sepultado num jazigo da família, no Cemitério São Vicente de Paula.

05-12-1801
O futuro padre Francisco de Brito Guerra, pronuncia sua famosa Oratio Acadêmica, dedicada a Dom Azeredo Coutinho, no Seminário de Olinda, onde estudava, na presença do referido prelado, superiores e “da flor da intelectualidade pernambucana da época”. A citada Oração, que revela as qualidades de exímio latinista do antigo vigário caicoense, foi publicada em 1808, num florilégio, publicado em Lisboa (1808), sob o título de ‘Gratidão Pernambucana’, homenageando o idealizador do seminário olindense. E isto faz do Padre Brito Guerra foi o primeiro beletrista norte-riograndense. Antes, porém, ninguém havia publicado nada.

05-12-1873
Era um dia de feira em Caicó, quando um grupo armado sob o comando de João Lopes de Medeiros, penetrou nas casas comerciais, apoderando-se dos litros, pesos e metros, que foram atirados no ‘Poço de Santana’, “tentando, ainda, queimar documentos do cartório e da coletoria ante as vistas impassíveis das autoridades policiais”.

05-12-1907
Falece no Rio de Janeiro, o professor Manoel Augusto Bezerra de Araújo. Natural do Acari, exerceu seu magistério por longos anos na cidade do Caicó, onde ocupou as cadeira de Latim e Francês. Seu filho, José Augusto Bezerra de Medeiros, advogado, educador e escritor, foi um dos maiores da cultura potiguar, que, destacando-se na política, foi deputado estadual, deputado federal, governador do Rio Grande do Norte e senador da República.

 Manoel Augusto Bezerra de Araújo

05-12-1920
É fundada a Sociedade Dramática Caicoense.

05-12-1958
Era criada a vila de Timbaúba dos Batistas, no município de Caicó. A referida localidade originou-se de uma fazenda - a Timbaúba - fundada na segunda metade do século XIX, pelo major José Batista dos Santos, que era chefe do Partido Conservador em Caicó, onde presidiu a Câmara Municipal e elegeu-se deputado provincial por quatro legislaturas. É desse José Batista dos Santos, que vem a denominação da citada localidade, emancipada politicamente aos 12 de agosto de 1963.

Timbaúba dos Batistas - RN

06-12-1755
Nesta data, o senhor Alexandre Rodrigues da Cruz foi nomeado para ocupar o cargo de coronel do Regimento de Cavalaria das Ordenanças da Ribeira do Seridó, em substituição ao coronel João Gonçalves de Melo.

06-12-1930
Circulou nesta data o primeiro número do Jornal de Caicó, semanário independente e noticioso, sob a direção de José Gurgel de Araújo. O referido periódico circulou em três fases. A primeira, de 06-12-1930 a 09-04-1932 e, posteriormente, de 07-07 a 24-11-1934. Em sua segunda fase, o Jornal de Caicó, vinculado ao Partido Popular, circulou sob a direção de Renato Dantas. Em sua última fase, novamente sob a direção de José Gurgel de Araújo, o referido periódico floresceu de 22-09-1934 a 13-11-1937, sempre na defesa dos problemas caicoenses.

06-12-1930
Tomou posse na promotoria pública da Comarca de Caicó, o Dr. Rosemiro Robson Silva. Este, no exercício de suas funções permaneceu até fevereiro do ano seguinte.

06-12-1955
Pela Lei Estadual nº 1.414, era criada a Comarca de Serra Negra do Norte, desmembrada de Caicó. A nova unidade judiciária, além da sede, possui o termo judiciário de São João do Sabugi.

06-12-1957
É criado o curso pedagógico, na cidade de Caicó.

07-12-1852
Nasce na Fazenda Umari, município de Caicó, Ambrósio Florentino de Medeiros. Filho de Francisco Antônio de Medeiros e Ana Vieira Mimosa de Medeiros. Coronel da Guarda Nacional, exerceu grande influência política na cidade de Caicó. Após casar-se em segundas núpcias, com Laura Elísia da Cunha Medeiros (filha de Manuel José da Cunha Poconino e Ana Teresa de Oliveira Cunha), foi residir no município de Jardim do Seridó, alternando entre a Fazenda Malhada d'Areia e a cidade, onde exerceu o mandato de Intendente, no triênio de 1899 a 1901. Em 1920, mudou-se com a família para a então cidade de Paraíba, atual João Pessoa, onde já residiam alguns dos seus filhos, ali falecendo no dia 6 de dezembro de 1943, na véspera de completar 91 anos de idade.

07-12-1941
Nesta data, em solenidade presidida por dom José de Medeiros Delgado, o seminarista Milton Medeiros recebeu as ordens sacras do presbiterato, tornando-se o primeiro sacerdote a ser ordenado na cidade de Caicó, após a criação de sua diocese. Natural de São Vicente-RN, o padre Milton Medeiros faleceu aos 15 de julho de 1989, em Oliveira-MG, onde residia há vários anos.

08-12-1848
Nesta data, o padre Francisco Rafael Fernandes, caicoense de nascimento, recém-ordenado pelo Seminário de Olinda, celebrou sua primeira missa na Matriz da cidade Areia, no brejo paraibano.

10-12-1871
O padre João Maria Cavalcanti de Brito, recém-ordenado sacerdote em Fortaleza, celebra sua primeira missa na Igreja Matriz de Nossa Senhora Santana, do Caicó, de cuja freguesia tornou-se seu coadjutor, durante o vicariato do cônego Manoel Paulino de Souza. Nesse período, o padre João Maria fixou residência na povoação de Jardim de Piranhas, onde residiam seus pais e ali fundou uma escola primária, que manteve até 1875, quando foi nomeado vigário de Santa Luzia do Sabugi, na Paraíba.

Padre João Maria Cavalcanti de Brito

10-12-1885
Por ato assinado pelo presidente da Província, o professor Manoel Augusto Bezerra de Araújo, que ocupava a cadeira de latim e francês da cidade do Príncipe, foi removido para Mossoró.

10-12-1936
Por força da Lei Estadual nº 87, nesta data, o município de São Miguel do Jucurutu (desmembrado de Caicó), foi elevado à categoria de cidade.

11-12-1834
Nasceu o caicoense Manoel José Fernandes, filho de Cosmo Damião Fernandes e Isabel de Araújo Fernandes. Diplomado em Direito, pela Faculdade de Salvador (1861), foi titular dos juizados de direito das comarcas de Caicó, Jardim do Seridó e Acari. Patriarca da Justiça do Seridó, declinou de sua nomeação para ocupar o cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, por querer continuar exercendo suas funções judicantes no interior. Faleceu em Jardim do Seridó, no dia 28 de março de 1907.

11-12-2008
Inicia-se em Caicó as homenagens ao escritor Nei Leandro. No antigo Clube Cabana, ocorreu a exibição do filme baseado em sua obra ‘As pelejas de Ojuara:  O homem que desafiou o diabo’. No referido local  também foi afixada uma placa com a mensagem dedicada ao escritor. No dia seguinte, sexta-feira, Nei Leandro recebeu a Comenda Vila do Príncipe, a mais alta honraria da cidade seridoense concedida pela Câmara Municipal, cujo evento foi realizado a partir das 19h30, no Teatro Adjuto Dias.

 Escritor Nei Leandro

12-12-1868
Os deputados Bartolomeu Leopoldino Dantas e Jerônimo Cabral Raposo da Câmara, apresentaram no plenário da Assembléia Legislativa Provincial, o projeto de lei, que discutido e aprovado, elevou a antiga Vila do Príncipe à categoria de cidade, no dia 16 seguinte.

12-12-1878
Nasce no sítio Oiticica, território do antigo município de Caicó, Justino Pereira Dantas. Tio do Monsenhor Walfredo Gurgel, Justino Pereira estabeleceu-se na antiga povoação de São José do Seridó, onde foi uma das mais destacadas figurais locais. Vereador no município de Jardim do Seridó por quatro legislaturas, interinamente administrou aquela cidade por duas vezes: em 1945 e 1946. Faleceu em São José do Seridó, aos 23 de julho de 1954, onde foi sepultado.

12-12-1994
Neste dia, foi inaugurada pelo governador Vivaldo Costa, a Barragem Passagem das Traíras, represando o rio Seridó, cobrindo terras dos municípios de Caicó, São José do Seridó e Jardim do Seridó, permitindo o represamento de 50 milhões de metros cúbicos e com a finalidade de perenizar o referido curso d’água.

O governador Vivaldo Costa na Barragem Passagem das Traíras

14-12-1701
Em carta endereçada a dom Fernando Martins Mascarenhas de Lencastro, o desbravador Antônio da Rocha Pitta informava que “enviara quarenta de seus vaqueiros à ribeira do Açu, com o intuito de expulsarem gados pertencentes a terceiros, de terras que alegava serem de sua propriedade e ainda não demarcadas. As referidas terras são localizadas nos atuais municípios de Jucurutu, São Fernando e Jardim de Piranhas (todos desmembrados de Caicó), e foram concedidas em sesmaria diversas vezes, a partir de 21 de julho de 1753, pelo governo da Paraíba”

14-12-1842
Falece de diabetes o padre Ignácio Gonçalves Melo, presbítero secular do hábito de São Pedro e antigo coadjutor pró-paroco da Matriz de Santana. Em 1826, tornou-se capelão da povoação de Serra Negra. E, “prestigiado pelos seus fregueses e familiares, era uma personalidade equilibrada e, ao mesmo tempo, brincalhão. Deixou um razoável patrimônio e bens inventariados através de testamento”. Seu corpo foi sepultado na Matriz de Caicó, após ser encomendado pelo padre Manoel José Fernandes, vice-vigário local.

15-12-1883
Nasce na Fazenda Coelho, no antigo município de Caicó, Francisco Nicácio da Silva. Agricultor, passou a ser chamado de Chico Jararaca por ter sido mordido por essa cobra. E, enveredando pelo lado do crime, ingressou no cangaço, passando a fazer parte do bando de criminosos chefiado pelo ‘capitão’ Antônio Silvino. Tempos depois, deixando o cangaço, retornou ao seio de sua família. Mas, perseguido pela polícia, teve que esconder-se várias vezes para não ser preso. Faleceu em São Fernando, na localidade onde nascera.

15-12-1960
É inaugurada a Estação de Passageiros do Aeroporto Rui Mariz.

16-12-1868
A Lei provincial nº 612, assinada pelo presidente Manoel José Marinho da Cunha, concedeu foros de cidade à antiga Vila Nova do Príncipe, que recebeu a denominação de Cidade do Príncipe.

16-12-1889
Nasce em Aquidaban-SE, Aderbal de Figueiredo. Diplomado pela Faculdade Nacional de Medicina (Rio, 1922), ingressou no Serviço de Saneamento e Profilaxia Rural, sendo designado para ocupar o cargo de diretor de um posto médico, na cidade de Caicó. Profissional responsável e dedicado, prestou relevantes serviços à população caicoense. Por seus esforços, foi construído na ‘Mesopotâmia Seridoense’ o ‘Hospital do Seridó’, que foi inaugurado pelo presidente eleito Washington Luiz, quando de sua visita a Caicó, em 6 de agosto de 1926. Em Natal - onde passou a integrar o corpo médico do Hospital Miguel Couto - o Dr. Aderbal de Figueiredo faleceu aos 26 de agosto de 1944.

16-12-1962
É fundada a Associação dos Trabalhadores Rurais de Caicó.

17-12-1821
Falece na Vila do Príncipe, a mãe preta Maria Fernandes Jorge, escrava que pertencera à família dos fundadores. Nascida em idos de 1686, “viu este Seridó...
Dom José Adelino – ver.

17-012-1902
Falece no povoado de São João do Sabugi, o padre Manoel Salviano de Medeiros. Nascido no território do município da antiga Vila do Príncipe, em idos de 1824, fez seus estudos eclesiásticos no Seminário de Olinda-PE, onde ordenou-se sacerdote aos 28 de junho de 1851. Vigário da Freguesia de Serra Negra, nos períodos de 1860-1871, 1875-1876 e 1876-1902, falecendo, ali foi substituído interinamente pelo Cônego Emídio Cardoso de Souza, à época, vigário de Caicó. Os restos mortais do padre Salviano foram imunados na Capela de São João do Sabugi, localidade onde residia aquele sacerdote, mesmo quando regia a Matriz de Serra Negra.

18-12-1756
É desta data a primeira descrição conhecida sobre a antiga povoação do Caicó, inserida na Relação de toda a extensão desta Capitania do Rio Grande do Norte e suas divisas, freguesias, povoações, rios, assim navegáveis como inavegáveis que nela se contém’.

18-12-1882
Assumiu o cargo de Juiz Municipal na Comarca de Caicó, o Dr. João Gomes Barbosa Almeida, que havia sido nomeado no dia 22 de julho daquele ano.

20-12-1687
Por ato assinado pelo capitão-mor e governador do Rio Grande do Norte, Pedro de Albuquerque da Câmara foi nomeado para ocupar o posto de sargento-mor do regimento comandado por Antônio de Albuquerque da Câmara (seu irmão), enquartelado na Casa-forte do Cuó, localizada nas vizinhanças da atual cidade do Caicó.

20-12-1865
Falece na Fazenda Umari, município de Caicó, Cosme Pereira da Costa. Paraibano, nascido em 1768 no território da antiga Freguesia de Mamanguape-PB, freqüentou o Seminário da Bahia, mas desistiu da carreira sacerdotal antes de concluir seus estudos eclesiásticos. No Seridó, residiu nas fazendas Carnaúba e Cobra, termos da Freguesia de Nossa Senhora Santana. Senhor e proprietário da Fazenda Umari, Cosme Pereira da Costa foi uma pessoa influente na antiga Vila do Príncipe. Seus restos mortais foram sepultados no corredor central da Matriz de Caicó, pois, em vida, declarou que queria “ser pisado pelo povo, para remissão dos seus pecados”.

20-12-1947
Nasce em São Fernandes, então distrito de Caicó-RN, José Bernardino de Medeiros, titular do Cartório Único Judiciário de sua cidade natal e Diretor do Fórum Municipal de Caicó, filho de Antônio Bernardino de Medeiros e Iraci Medeiros.

20-12-1958
Morre, em Caicó, Esperidião Eloy de Medeiros, filho do ex-senador José Bernardo de Medeiros. Professor, jornalista, exerceu para vários anos o cargo de tabelião, na cidade do Caicó.

21-12-1859
Nasce em Caicó, Themístocles De Medeiros Newton, filho primogênito do casal José Bernardo de Medeiros (futuro senador da República) e de sua esposa Paulina Engrácia Fernandes. Conhecido pelos familiares como ‘Chuvisco’, foi prefeito do município de Caicó no período de maio de 1891 a 31 de dezembro de 1892.

23-12-1743
Alexandre Rodrigues da Cruz (futuro coronel do Regimento de Ordenanças das Ribeira da Seridó) requereu ao governo da Capitania do Rio Grande do Norte, uma data “entre as terras e ilhargas da Cahuan e entre as terras e ilhargas do Quinqué e entre as testadas do Trapuá de huma e da outra entre as testadas do Riacho de Fcº Marques e de Mel. Esteves de Andrade, e o Citio do Cary”.

23-12-1948
Era criado o município de Jardim de Piranhas, através da Lei nº 146, sancionada pelo governador José Augusto Varela. Desmembrado de Caicó, aquele município foi instalado oficialmente no dia 1º janeiro do ano seguinte. A história da ocupação de seu território é um capítulo da história do município de origem.

23-12-1914
O caicoense Amaro Cavalcanti funda no Rio de Janeiro, a Sociedade Brasileira de Direito Internacional.

24-12-1939
Circulou o único número d‘O Natal’, sob a direção de Severino F. Medeiros e C. Batista, no qual, aparecem colaborações de Eymar L’E. Monteiro, Clóvis Batista, Lima Souto, José Augusto da Câmara Torres e Chico Procópio, entre outros.

25-12-1893
Nasce em Martins-RN, Manoel Sinval Moreira Dias. Diplomado pela Faculdade de Direito do Recife (1914), em sua cidade natal, foi titular da Delegacia Regional de Polícia da 4ª Zona. Juiz de Direito da Comarca de Caicó, ocupou a Chefia de Polícia, na interventoria Hercolino Cascardo. Em Natal, foi titular da 2ª e 3ª Varas, antes de ascender ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça (1934). Na política, elegeu deputado estadual (1924), mas renunciou seu mandato parlamentar. Faleceu em Natal, aos 27 de agosto de 1951.

27-12-1773
Realiza-se no consistório da Matriz de Santana, sob a presidência do vigário José Inácio Xavier Correia, uma reunião dos membros da Irmandade do Rosário dos homens de cor de Caicó, para ouvir a leitura da publicação da confirmação régia, relativa à referida Irmandade. Depois deste ato, a mencionada instituição passou a funcionar regulamente, na antiga povoação do Caicó.

27-12-1936
É exibido na cidade de Caicó o primeiro filme falado.

30-12-1870
Ocorre a ordenação sacerdotal do caicoense Sebastião Constantino de Medeiros. Vigário da Freguesia de Serra Negra (1871-1872), governador do Bispado de Olinda e professor do Colégio Pio Latino-Americano, em Roma. Faleceu prematuramente na Cidade Eterna no dia 24 de abril de 1886, aos 39 anos de idade.

30-12-1976
Pela Portaria nº 402/76-SEC-CS, o Grupo Escolar Senador Guerra foi transformado em ‘Escola Estadual de Ensino de 1º Grau Senador Guerra’.

31-12-1914
O caicoense Amaro Cavalcanti é aposentado como ministro do Supremo Tribunal Federal.

31-12-1838
Em carta à família, o Padre Francisco de Brito Guerra informava que iria a São Paulo, na companhia do Padre Diogo Feijó, onde esperava permanecer até abril do ano seguinte.

31-12-1903
Através da Lei nº 1.145, o governo federal era autorizado a mandar proceder os estudos para a construção de uma estrada de ferro ligando o litoral do Rio Grande do Norte ao Seridó, que passando pela “cidade de Caicó outrora Príncipe ou Seridó”, deveria internar-se no Estado da Paraíba, atravessando o Piranhas, num ponto próximo as divisas dos municípios de Souza e de Pombal.

31-12-1927
O caicoense José Augusto deixa o governo do Rio Grande do Norte, após completar o seu mandato. Seguidamente, eleger-se senador, completando o mandato do Dr. Juvenal Lamartine de Faria.

José Augusto  de Medeiros

31-12-1934
Uma tropa da polícia militar do Rio Grande do Norte, sob o comando do Sargento Milton, perseguindo os adversários do Interventor Mário Câmara, invadiu a fazenda Encampinado de Baixo, no atual município de Timbaúba dos Batistas, de propriedade do senhor Gentil Homem de Araújo, causando grandes prejuízos.

30-12-1957
Nesta data foi assinado pelo presidente da República o Decreto nº 42.921, que alterou a denominação do 1º Batalhão Ferroviário, sediado na cidade de Caicó, para 1º Batalhão de Engenharia de Construção (1º B E Cnst). O mesmo decreto, que criou também o 1º Grupamento de Engenharia. Em 1998, aquela corporação passou a designar-se ‘Batalhão Seridó’, “pelos relevantes serviços prestados à comunidade seridoense”.

Aspectos atuais da Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio - São Fernando

31-12-1958

Pela Lei Estadual nº 2.333, era criado o município de São Fernando, desmembrado de Caicó. A referida unidade administrativa teve início com uma capela dedicada a Nossa Senhora do Patrocínio, construída pelo padre Francisco Rafael Fernandes (1825-1908) em terras da Fazenda ‘Cavalcanti’, de propriedade de seus pais, em 1872. Graças ao trabalho contínuo desenvolvido pelo referido sacerdote aquela localidade adquiriu delineamento urbano, tornando-se uma próspera povoação com o nome de São Fernando, denominação que é até hoje mantida. Na referida localidade, em 1884 já havia uma escola de primeiras letras. Em junho de 1886, era distrito de paz, fato que demonstrava a sua importância na época. No entanto, após a morte do padre Francisco Rafael, a referida localidade entrou em decadência, somente conseguindo o status de vila em novembro de 1953.