terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

ARQUEOLOGIA EM PERNAMBUCO

CARACTERIZAÇÃO DOS SÍTIOS
ARQUEOLÓGICOS DO MUNICÍPIO
DE FLORES - PERNAMBUCO

José Ozildo dos Santos
Rosélia Maria Sousa Santos
Almair de Albuquerque Fernandes


I - ASPECTOS GEOGRÁFICOS DO MUNICÍPIO DE FLORES

                      
       O município fica situado na Mesorregião da Borborema e na Microrregião Pajeú. Sua área é de 954 Km² e seus limites são: Norte: com o Estado da Paraíba e o município de Quixaba. Sul: com o município de Betânia. Leste: com os municípios de Carnaíba e Custódia. Oeste: com os municípios de Triunfo e Calumbi.
A cidade de Flores está situada a 466 metros de atitude, com uma posição geográfica determinada pelo paralelo de 7º 52’ 45” de Latitude Sul, em sua interseção com o meridiano de 37º 58’ 54” de longitude Oeste.
Localizado no Sertão do Pajeú, o município de Flores possui clima do tipo Tropical Semi-Árido, com chuvas de verão. O período chuvoso se inicia em novembro com término em abril. A precipitação média anual é de 431,8mm. Os registros de temperatura exprimem valores que oscilam entre os 25º e 28º C.
O acesso ao município é feito através da rodovia federal BR-232 que interliga Recife à Parnamirim. A partir de cidade de Serra Talhada, toma-se a rodovia estadual PE-365, percorrendo-se 38 km até atingir a cidade de Flores.
O município faz parte da unidade geo-ambiental da Depressão Sertaneja. Possui uma paisagem típica do semi-árido nordestino, caracterizada por uma superfície de pediplanação bastante monótona. Seu relevo é suave-ondulado, cortado por vales estreitos, com vertentes dissecadas.
No município de Flores, a vegetação é composta basicamente por espécime da Caatinga hiperxerófita com trechos de Floresta Caducifólia.
Quanto aos solos encontrados no município, nos Patamares Compridos e Baixas Vertentes do relevo suave ondulado ocorrem os Planossolos, mal drenados, fertilidade natural média e problemas de sais. No relevo ondulado ocorrem os Podzólicos, drenados e fertilidade natural média.
Inserido nos domínios da Bacia Hidrográfica do Rio Pajeú, o município de Flores é banhado pelo Rio Pajeú e possui ainda os seguintes riachos: da Velha, Fundo, Barbosa, do Cajá, Ramalho, da Vitória, Boqueirão, do Mocambinho, da Jurema, Pitombeira, Seco, do Meio, Cuiveiro, da Canastra, do Pau-Ferro, das Letras, do Catolé, dos Cavalos, dos Pereiras, do Santo, Pedra d’Água, Grande, Tapuio, da Onça e Baixio. Todos os cursos d’ água no município têm regime de escoamento intermitente e o padrão de drenagem é o dendrítico.
Os principais reservatórios de água são os açudes Poço Grande (1.500.000m³) e Novo. Quanto às águas subterrâneas, o município está inserido no Domínio Hidrogeológico Intersticial e no Domínio Hidrogeológico Fissural.

II - CARACTERIZAÇÃO DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS O MUNICÍPIO DE FLORES–PE

SÍTIO ARQUEOLÓGICO RIACHO DAS LETRAS – I


Latitude: 07º 59’ 21” S Longitude: 37º 48’ 98” W
Data do levantamento: 17/04/2009.
Registro do grafismo pré-histórico: Capsulares polidos.
Descrição do conjunto rupestre: O sítio apresenta 75 capsulares polidos ainda visíveis, gravados sobre um bloco rochoso.
Dimensões dos painéis: 58 cm de largura x 51 de altura.
Tipo de sítio: Matacão
Estado de conservação da rocha suporte: Regular.
Elementos de degradação do monumento: Sol, vento, chuva, ação de fungos. Área sujeita a inundação.
Fonte de água mais próxima do sítio rupestre: Riacho das Letras. O bloco rochoso com os caracteres rupestres encontra-se no leito do referido curso d’água.
Relevo: Bastante diversificado.
Vegetação: Caatinga. Mata ciliar densa e preservada.
Ações antrópicas negativas: Pichações de painéis rupestres.
Traços arqueológicos encontrados na área: Não foi constatado a presença de material lítico durante a pesquisa de superfície, bem como não de obteve nenhuma informação sobre a ocorrência de traços arqueológicos no entorno.
Integração do patrimônio arqueológico com a população local: Pouca gente sabe do valor desse patrimônio arqueológico.
Possibilidade de uso do sítio para fins turísticos: Sim.

SÍTIO ARQUEOLÓGICO RIACHO DAS LETRAS - II


Latitude: 07º 59’ 23” S     Longitude: 37º 48” 96” W
Data do levantamento: 17/04/2009
Registro do grafismo pré-histórico: Gravuras e pinturas.
Tradições rupestres: Tradição Nordeste.
Descrição do conjunto rupestre: O sítio apresenta grafismos puros na cor branca, gravados na parede principal do abrigo. Existem também alguns vestígios de pinturas rupestres, que, lamentavelmente, pela falta de preservação, não mais apresentam contornos visíveis.
Dimensões do painel: 1,95 m de largura x 1,40 de altura.
Tipo de sítio: Abrigo.
Estado de conservação da rocha suporte: Ruim.
Elementos de degradação do monumento: Sol, vento, chuva, ação de fungos e pichações. Área sujeita a inundação, mas não freqüentemente.
Fonte de água mais próxima do sítio rupestre: Riacho das Letras. O abrigo com os caracteres rupestres encontra-se às margens do referido curso d’água.
Relevo: Bastante diversificado, destacando-se um pequeno caynon, por onde corre o Riacho das Letras.
Vegetação: Caatinga. Mata ciliar densa e preservada.
Ações antrópicas negativas: Pichações de painéis rupestres.
Traços arqueológicos encontrados na área: Não foi constatado a presença de material lítico durante a pesquisa de superfície, bem como não de obteve nenhuma informação sobre a ocorrência de traços arqueológicos no entorno.
Integração do patrimônio arqueológico com a população local: A população local ignora o valor desse patrimônio arqueológico.
Possibilidade de uso do sítio para fins turísticos: Sim.

SÍTIO ARQUEOLÓGICO RIACHO DAS LETRAS - III


Latitude: 07º 59’ 24” S     Longitude: 37º 48’ 96” W
Data do levantamento: 17/04/2009.
Registro do grafismo pré-histórico: Gravuras.
Tradições rupestres: Itacoatiara.
Descrição do conjunto rupestre: O sítio apresenta grafismos puros na cor branca, gravados na parede principal do abrigo.
Dimensões do painel: 4,25 m de largura x 2,25 m de altura.
Tipo de sítio: Abrigo.
Estado de conservação da rocha suporte: Regular.
Elementos de degradação do monumento: Sol, vento, chuva, ação de fungos e pichações. Área sujeita a inundação.
Fonte de água mais próxima do sítio rupestre: Riacho das Letras. O abrigo com os caracteres rupestres encontra-se ao longo do referido curso d’água.
Relevo: Bastante diversificado, destacando-se um pequeno caynon, por onde corre o Riacho das Letras.
Vegetação: Caatinga. Mata ciliar densa e preservada.
Ações antrópicas negativas: Pichações de painéis rupestres.
Traços arqueológicos encontrados na área: Durante a pesquisa de superfície não foi encontrado material lítico.
Integração do patrimônio arqueológico com a população local: A comunidade ainda não despertou para o valor desse patrimônio arqueológico.
Possibilidade de uso do sítio para fins turísticos: Sim.
Observações: Há possibilidades de realizar escavações nesta parte do Sítio Arqueológico Riacho das Letras, visto que sua base acumula uma grande quantidade de sedimentos.

SÍTIO ARQUEOLÓGICO RIACHO DAS LETRAS - IV


Latitude: 07º 59’ 27” S     Longitude: 37º 48’ 93” W
Data do levantamento: 17/04/2009.
Registro do grafismo pré-histórico: Gravuras.
Tradições rupestres: Itacoatiara.
Descrição do conjunto rupestre: O sítio apresenta grafismos, gravados numa rocha, existente na borda do Riacho das Letras. Além de já terem sofrido um grande desgaste natural, tais caracteres estão completamente cobertos por fungos e liquens, fato que dificulta sua visualização.
Dimensões do painel: 2,15 m de largura x 1,90 m de altura.
Tipo de sítio: Matacão.
Estado de conservação da rocha suporte: Ruim.
Elementos de degradação do monumento: Sol, vento, chuva, ação de fungos. Área sujeita a inundação.
Fonte de água mais próxima do sítio rupestre: Riacho das Letras. O matacão contendo os caracteres rupestres, encontra-se ao longo do referido curso d’água.
Relevo: Bastante diversificado, destacando-se um pequeno caynon, por onde corre o Riacho das Letras.
Vegetação: Caatinga. Mata ciliar densa e preservada.
Traços arqueológicos encontrados na área: Não foi encontrado material lítico durante a pesquisa de superfície.
Possibilidade de uso do sítio para fins turísticos: Sim.
Observações: Há possibilidades de realizar escavações nesta parte do Sítio Arqueológico Riacho das Letras. Na base do matacão, forma-se um poço, que encobre parte dos caracteres.

SÍTIO ARQUEOLÓGICO RIACHO DAS LETRAS - V


Latitude: 07º 59’ 25” S     Longitude: 37º 48’ 94” W
Data do levantamento: 17/04/2009.
Registro do grafismo pré-histórico: Gravuras.
Tradições rupestres: Itacoatiara.
Descrição do conjunto rupestre: O sítio apresenta grafismos, gravados num caldeirão que se forma numa rocha, existente no leito do Riacho das Letras. Tais caracteres, devido à sua localização e às constantes inundações, já não apresentam uma boa visibilidade.
Dimensões do painel: 3,50 m de largura x 2,30 m de altura.
Tipo de sítio: Matacão.
Estado de conservação da rocha suporte: Regular.
Elementos de degradação do monumento: Sol, vento, chuva, ação de fungos. Área sujeita a inundação.
Fonte de água mais próxima do sítio rupestre: O matacão contendo os caracteres rupestres, encontra-se ao longo do Riacho das Letras.
Relevo: Bastante diversificado, destacando-se um pequeno caynon, por onde corre o Riacho das Letras.
Vegetação: Caatinga. Mata ciliar densa e preservada.
Traços arqueológicos encontrados na área: Não foi encontrado material lítico durante a pesquisa de superfície.
Possibilidade de uso do sítio para fins turísticos: Sim.
Observações: Na base do matacão, forma-se um poço, que encobre parte dos caracteres.

SÍTIO ARQUEOLÓGICO RIACHO DAS LETRAS - VI


Latitude: 07º 59’ 26” S     Longitude: 37º 48’ 93” W
Data do levantamento: 17/04/2009.
Registro do grafismo pré-histórico: Capsulares.
Tradições rupestres: Itacoatiara.
Descrição do conjunto rupestre: O sítio apresenta seis capsulares polidos sobre um bloco rochoso, que serve de obstáculo ao curso do Riacho das Letras.
Dimensões do painel: 80 cm de largura x 1,45 m de comprimento.
Tipo de sítio: Matacão.
Estado de conservação da rocha suporte: Regular.
Elementos de degradação do monumento: Sol, vento, chuva, ação de fungos. Área sujeita a inundação.
Fonte de água mais próxima do sítio rupestre: Riacho das Letras.
Relevo: Bastante diversificado, destacando-se um pequeno caynon, por onde corre o Riacho das Letras.
Vegetação: Caatinga. Mata ciliar densa e preservada.
Traços arqueológicos encontrados na área: Não foi encontrado material lítico durante a pesquisa de superfície.
Possibilidade de uso do sítio para fins turísticos: Sim.

SÍTIO ARQUEOLÓGICO RIACHO DAS LETRAS - VII

Latitude: 07º 59’ 25” S     Longitude: 07º 48’ 85” W
Data do levantamento: 17/04/2009.
Registro do grafismo pré-histórico: Gravuras.
Tradições rupestres: Itacoatiara.
Descrição do conjunto rupestre: O sítio apresenta várias petróglifos, gravados num caldeirão que se forma numa rocha, existente no leito do Riacho das Letras. Sujeitos a constantes inundações, tais caracteres já não apresentam uma boa visibilidade.
Dimensões do painel: 7,50 m de largura x 2,45 m de altura
Tipo de sítio: Matacão.
Estado de conservação da rocha suporte: Regular.
Elementos de degradação do monumento: Sol, vento, chuva, ação de fungos. Área sujeita a inundação.
Fonte de água mais próxima do sítio rupestre: O matacão contendo os caracteres rupestres, encontra-se ao longo do Riacho das Letras.
Relevo: Bastante diversificado, destacando-se um pequeno caynon, por onde corre o Riacho das Letras.
Vegetação: Caatinga. Mata ciliar densa e preservada.
Traços arqueológicos encontrados na área: Não foi encontrado material lítico durante a pesquisa de superfície.
Possibilidade de uso do sítio para fins turísticos: Sim.
Observações: Na base do matacão, forma-se um poço, que encobre parte dos caracteres.

SÍTIO ARQUEOLÓGICO SERRA DAS LETRAS - I


Latitude: 07º 59’ 43”S      Longitude: 37º 48’ 48” W
Data do levantamento: 24/04/2009
Registro do grafismo pré-histórico: Gravuras e pinturas
Tradições rupestres: Tradição Nordeste.
Descrição do conjunto rupestre: O sítio apresenta vários pequenos painéis, com gravuras e pinturas, ou, isoladamente, somente pinturas, ou gravuras. Embora registrem-se algumas depredações, os maiores desgastes dos painéis foram produzidos pela ação natural, face à natureza da rocha suporte. No entanto, é possível encontrar vários caracteres, tanto pinturas como gravuras, que ainda preservam um bom aspecto de visualidade.
Dimensões dos painéis: Variadas.
Tipo de sítio: Abrigo.
Estado de conservação da rocha suporte: Ruim.
Elementos de degradação do monumento: Vento, ação de fungos e animais que habitam o local, além de pichações.
Fonte de água mais próxima do sítio rupestre: Riacho das Letras, que corre abaixo, a uma distância de pouco mais de cem metros.
Relevo: Formações rochosas bastante diversificadas. É nesse ponto, onde o caynon, por onde corre o Riacho das Letras, assume sua maior largura e profundidade.
Vegetação: Caatinga. Mata nativa densa e bem preservada.
Ações antrópicas negativas: Pichações, queimadas, caça predatória.
Traços arqueológicos encontrados na área: Não foi constatado a presença de material lítico durante a pesquisa de superfície. No entanto, colheu-se informações junto aos moradores da região, que ali, no final da década de 1980, foram encontrados no passado, alguns machados de pedra (material lítico).
Integração do patrimônio arqueológico com a população local: Necessidade conscientizar à população local, sobre a necessidade de se preservar o patrimônio arqueológico da Serra da Letras.
Possibilidade de uso do sítio para fins turísticos: Sim. Mas somente após um trabalho de recuperação do referido sítio arqueológico.
Observações: Há possibilidades de realizar escavações neste sítio pré-histórico do município de Flores-PE.

SÍTIO ARQUEOLÓGICO SERRA DAS LETRAS - II


Latitude: 07º 59’ 44” S     Longitude: 37º 48’ 47” W
Data do levantamento: 24/04/2009.
Registro do grafismo pré-histórico: Gravuras e pinturas.
Tradições rupestres: Tradição Nordeste.
Descrição do conjunto rupestre: O sítio apresenta vários painéis, com gravuras e pinturas, ou, isoladamente, somente pinturas, ou gravuras. Existem subposição de gravuras e pinturas. Em número e diversidade de caracteres (pinturas e gravuras), este é o mais valioso sítio arqueológico da Serra das Letras até agora conhecido. No entanto, é o mais danificado pela ação inconsciente do homem atual. Além das pichações, o referido sítio sofre um grande processo de desgaste natural, resultante de sua localização e da natureza da rocha suporte. Mesmo assim, é possível encontrar vários caracteres, tanto pinturas como gravuras, que ainda preservam um bom aspecto de visualidade.
Dimensões dos painéis: Variadas.
Tipo de sítio: Abrigo.
Estado de conservação da rocha suporte: Ruim.
Elementos de degradação do monumento: Vento, ação de fungos, animais que habitam o local, além de pichações e caça predatória.
Fonte de água mais próxima do sítio rupestre: Riacho das Letras, que corre abaixo, a uma distância de pouco mais de cem metros.
Relevo: Formações rochosas bastante diversificadas. Destacam-se matacões, furnas, inselbergs, canyons e grutas. É nesse ponto, onde o caynon, por onde corre o Riacho das Letras, assume sua maior largura e profundidade.
Vegetação: Caatinga. Mata nativa densa e bem preservada.
Ações antrópicas negativas: Pichações, queimadas, caça predatória.
Traços arqueológicos encontrados na área: Não foi constatado a presença de material lítico durante a pesquisa de superfície. No entanto, colheu-se informações junto aos moradores da região, que ali, no final da década de 1980, foram encontrados no passado, alguns machados de pedra (material lítico.
Integração do patrimônio arqueológico com a população local: Existe a necessidade urgente de promover uma campanha junto à população local, estimulando e conscientizando sobre a necessidade de se preservar o patrimônio arqueológico da Serra da Letras.
Possibilidade de uso do sítio para fins turísticos: Sim. Mas somente após um trabalho de recuperação do referido sítio arqueológico.
Observações: Há possibilidades de realizar escavações neste sítio pré-histórico do município de Flores-PE.

SÍTIO ARQUEOLÓGICO LAGOA DO PINHEIRO


Latitude: 07º 59’ 28” S     Longitude: 37º 47’ 00” W
Proprietário: Adauto José de Rezende.
Data do levantamento: 18/04/2009
Registro do grafismo pré-histórico: Gravuras e pinturas
Tradições rupestres: Tradição Nordeste.     
Descrição do conjunto rupestre: O sítio apresenta três painéis, sendo que dois possuem gravuras e pinturas, e, um, apenas pinturas. Num dos referidos painéis, existem justaposição de elementos. Sobressaem vários conjuntos de capsulares, em tamanho e profundidade variadas.
Dimensões dos painéis: Variadas.
Tipo de sítio: Abrigo.
Estado de conservação da rocha suporte: Ruim.
Elementos de degradação do monumento: Vento, ação de fungos, animais que habitam o local, além de pichações e caça predatória.
Fonte de água mais próxima do sítio rupestre: Riacho do Pinheiro, que corre ao lado, a uma distância de pouco mais de cem metros.
Relevo: Bastante dissecado, com afloramento de rochas, matacões.
Vegetação: Caatinga rala, vegetação típica do semi-árido.
Ações antrópicas negativas: Pichações, queimadas, caça predatória.
Traços arqueológicos encontrados na área: A pesquisa de superfície não constatou a presença de material lítico.
Integração do patrimônio arqueológico com a população local: Necessidade urgente de promover uma campanha de conscientização, visando à preservação do patrimônio arqueológico da Lagoa do Pinheiro.
Possibilidade de uso do sítio para fins turísticos: Sim. Mas somente após um trabalho de recuperação do referido sítio arqueológico.
Observações: Há possibilidades de realizar escavações no local.

SÍTIO ARQUEOLÓGICO CAFUNDÓ


 Latitude: 07º 58’ 86” S     Longitude: 37º 44’ 35” W
Proprietário: Ernesto Henrique de Lima.
Data do levantamento: 18/04/2009.
Registro do grafismo pré-histórico: Pinturas.
Tradições rupestres: Tradição Nordeste.
Descrição do conjunto rupestre: O sítio apresenta um pequeno número de pinturas, sobressaindo alguns expressões em formato de mãos humanas, além de algumas figuras geométricas.
Tipo de sítio: Abrigo.
Estado de conservação da rocha suporte: Ruim.
Elementos de degradação do monumento: Vento, inundações, ação de fungos, pichações.
Fonte de água mais próxima do sítio rupestre: Riacho do Cafundó, que corre ao longo da declividade apresentada pela rocha suporte.
Relevo: Bastante dissecado, com afloramento de rochas, matacões.
Vegetação: Caatinga. Vegetação nativa preservada.
Ações antrópicas negativas: Pichações, queimadas, caça predatória.
Traços arqueológicos encontrados na área: Nenhum material de lítico foi encontrado durante a pesquisa de superfície. No entanto, relatos colhidos junto à população local, fazem referências a alguns machados de pedra, encontrados nas proximidades do referido sítio.
Integração do patrimônio arqueológico com a população local: É preciso conscientizar a população local sobre o valor que esse patrimônio arqueológico possui.
Possibilidade de uso do sítio para fins turísticos: Sim. Mas somente após um trabalho de recuperação do referido sítio arqueológico.

SÍTIO ARQUEOLÓGICO CASA DE PEDRA
(SERRA DO TAMBURIL)


Latitude: 08º 04’ 57” S     Longitude: 37º 54’ 62” W
Localização: Área de preservação ambiental do Assentamento Riacho do Navio II.
Data do levantamento: 02/05/2009.
Registro do grafismo pré-histórico: Pinturas.
Tradições rupestres: Tradição Nordeste.
Descrição do conjunto rupestre: O sítio apresenta um pequeno número de pinturas, sobressaindo alguns expressões em formato de mãos humanas, além de algumas figuras geométricas.
Tipo de sítio: Abrigo.
Estado de conservação da rocha suporte: Ruim.
Elementos de degradação do monumento: Vento, ação de fungos, queimadas.
Fonte de água mais próxima do sítio rupestre: Riacho do Aguada, que corre do outro lado da serra, a uma distancia de aproximadamente 600 metros.
Relevo: Solo plano, seguido de um acentuado declive, face à elevação em que se encontra (728 m).
Vegetação: Caatinga densa. Vegetação nativa preservada.
Ações antrópicas negativas: Queimadas, caça predatória.
Traços arqueológicos encontrados na área: A pesquisa de superfície não encontrou nenhum material de lítico.
Possibilidade de uso do sítio para fins turísticos: Não.

SÍTIO ARQUEOLÓGICO PEDRA DOS NAMORADOS
(SEDE DO MUNICÍPIO)


Latitude: 07º 52’ 21” S     Longitude: 37º 58’ 09” W
Localização: Leito do Rio Pajeú, cerca de 1 km do centro da cidade de Flores.
Data do levantamento: 25/04/2009.
Registro do grafismo pré-histórico: Gravuras.
Tradições rupestres: Itacoatiara.
Descrição do conjunto rupestre: O sítio apresenta um pequeno número de gravuras, em formato geométrico.
Tipo de sítio: Matacão.
Estado de conservação da rocha suporte: Ruim.
Elementos de degradação do monumento: Vento, sol, chuva, inundações, pichações.
Fonte de água mais próxima do sítio rupestre: Rio Pajeú, em cujo leito encontra-se o referido sítio.
Vegetação: Ausência de mata ciliar.
Ações antrópicas negativas: Pichações.
Traços arqueológicos encontrados na área: A pesquisa de superfície não encontrou nenhum material de lítico.
Integração do patrimônio arqueológico com a população local: A população precisa ser conscientizada sobre o valor que esse patrimônio arqueológico possui e da importância de sua preservação.
Possibilidade de uso do sítio para fins turísticos: Sim.

SÍTIO ARQUEOLÓGICO RIACHO DA VELHA
(SEDE DO MUNICÍPIO)


Latitude: 07º 51’ 90” S     Longitude: 37º 58’ 77” W
Localização:           Perímetro urbano, por traz do antigo cemitério público.
Data do levantamento: 25/04/2009.
Registro do grafismo pré-histórico: Gravuras.
Tradições rupestres: Itacoatiara.
Descrição do conjunto rupestre: O sítio apresenta um pequeno número de gravuras, com formatos e características variadas.
Tipo de sítio: Matacão.
Estado de conservação da rocha suporte: Ruim.
Elementos de degradação do monumento: Vento, sol, chuva, inundações, pichações.
Fonte de água mais próxima do sítio rupestre: Rio Pajeú, em cuja margem direita encontra-se o referido sítio.
Vegetação: Ausência de mata ciliar.
Ações antrópicas negativas: Pichações.
Traços arqueológicos encontrados na área: A pesquisa de superfície não encontrou nenhum material de lítico.
Integração do patrimônio arqueológico com a população local: Necessidade de ações junto à população, visando conscientizá-la sobre o valor que esse patrimônio arqueológico possui e que sua preservação é algo muito importante.
Possibilidade de uso do sítio para fins turísticos: Sim.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os Sítios Arqueológicos do município de Flores ainda não foram devidamente estudados e nem mapeados. Situação idêntica também é registrada em relação a outros sítios encontrados em municípios circunvizinhos.
Lamentavelmente, todos os Sítios Arqueológicos do município de Flores apresentam problemas quanto à sua preservação. Onde não se registrar ação antrópica, existe o desgaste natural, fruto de elementos degradantes como o vento, as chuvas, as inundações, ações de fungos e de animais.
Nas proximidades da cidade, os sítios arqueológicos do Riacho da Velha e da Pedra dos Namorados, por estarem inseridos no leito do Rio Pajeú, sofrem os efeitos das inundações, produzidas pelas cheias que ali se registram. Nesses patrimônios arqueológicos, também pode-se notar a ações antrópicas. São pichações com tintas de cores variadas e picotamentos da rocha, ameaçando as gravuras ali existentes, que já não apresentam boa visibilidade, face o desgaste natural que estão sujeitas.
Os desgastes registrados nos Sítios Arqueológicos existentes no Riacho das Letras, são mais de ordens naturais. Expostos às intempéries, as gravuras ali encontradas em sete locais diferentes, sofrem os efeitos produzidos pelas cheias que ocorrem no referido curso d’água, durante os períodos chuvosos. Em alguns desses pontos, é também possível notar a ação antrópica, danificando os grafismos milenares. 
A Serra das Letras, com seus abrigos arqueológicos, não escapou das ações dos vândalos. A formação geológica do material que forma aqueles abrigos, é facilmente removido/quebrado/extraído. E, essa particularidade, facilita a deterioração dos caracteres ali encontrados. Por um processo natural, grande partes das gravuras e das pinturas ali encontradas, vem sendo cobertas por uma espécie de patina, que dar a rocha uma cor esbranquiçada, diminuindo/eliminando a visibilidade desses caracteres.
Ali, vândalos e agentes desocupados, picotaram inúmeras gravuras e pinturas, dando a estas, um novo contorno. E, eliminando completamente outras.
Situação idêntica também ocorreu no Sítio Arqueológico Lagoa do Pinheiro. Ali, além das além das pichações, do lixo deixado por turistas, das fogueiras produzidas por caçadores, o local é utilizado com abrigo para o rebanho bovino do proprietário local, e esta ação tem trazido sérios danos àquele patrimônio arqueológico.
O Sítio Arqueológico Casa de Pedra, da Serra do Tamburil, é o mais distante da sede do município de Flores. O acesso até ele é difícil. O referido sítio é formado apenas por pinturas, em vermelho, que já não apresentam boa visibilidade.
No local, elementos de degradações naturais se aliam as ações antrópicas negativas. Caçadores e lenhadores vêm utilizando o local como ponto de ‘descanso’ e de tocaia, deixando no local uma grande quantidade de lixo. E, mais ainda: sob o abrigo formado a partir da pedra que guardam as pinturas, tais visitantes vêm produzindo fogueiras, ameaçando todo o patrimônio arqueológico.
Aliado a tais ações negativas, outro fato foi constatado. Trata-se de um crime ambiental, também com conseqüências irreparáveis. Lenhadores vêm descascando os angicos de médios e grandes portes, em toda a Serra do Tamburil, principalmente, dentro da área delimitada pelo INCRA, para a formação da Reserva Ambiental, após a instalação dos assentados da Fazenda São Gonçalo, que hoje integram o Assentamento Riacho do Navio II.
Descascados, os exemplares de angico morrem. Na Serra do Tamburil, olhando em qualquer direção, é possível visualizar centenas, milhares de pés de angico, com 5, 10 ou 15 metros de altura, secos e mortos, dando a paisagem um ar de desolação.
É oportuno também ressaltar que pichações também são visíveis no Sítio Arqueológico Cafundó, onde as pinturas rupestres já não apresentam boa visibilidade. Por suas belezas naturais, o local e seu entorno são freqüentemente visitados, sem nenhum controle ou acompanhamento. É importante lembrar que a falta de projeto de proteção e de controle das visitações, podem trazer danos irreparáveis aos sítios arqueológicos.
O uso público de sítios arqueológicos é uma prática comum em vários países do mundo.  No entanto, antes de tudo, deve-se estabelecer critérios básicos para que os sítios rupestres possam ser inseridos num sistema de visitação controlada.
Inicialmente, a comunidade local deve ser trabalhada, orientada e conscientizada da necessidade de se preservar os sítios arqueológicos. É consenso, que o envolvimento da população local na preservação e proteção do entorno do bem cultural é algo fundamental ao êxito de qualquer projeto relacionado a esses patrimônios.
Esta participação popular deve acontecer desde o início. Pois, esse envolvimento no projeto, possibilita o surgimento de uma maior preocupação com a preservação do patrimônio arqueológico em questão, garantindo que gerações futuras possam dele dispor.
Resumidamente, quando se pensa em utilizar um patrimônio arqueológico para fins turísticos, deve-se, antes, observar as seguintes considerações:
a) Estabelecer critérios para que os sítios rupestres possam ser visitados (visitação controlada);
b) Proteger os sítios onde há possibilidades de sedimentos arqueológicos;
c) Incentivar a Educação Patrimonial;
d) Elaborar informações corretas sobre os sítios rupestres;
e) Dotar os sítios selecionados de uma infra-estrutura mínima para a visitação.
ANTE AO EXPOSTO, fazemos algumas recomendações, levando em consideração a necessidade de preservação dos sítios pré-históricos, existentes no município de Flores.
Nos casos específicos dos Sítios Arqueológicos Serra das Letras e Lagoa do Pinheiro, o Poder Público Municipal deve observar:
a) Promover medidas/ações visando evitar o acesso de turistas e estudantes, aos referidos sítios, pois tratam-se de abrigos pré-históricos, contendo sedimentos arqueológicos;
b) Incentivar a pesquisa arqueológica, dando apoio aos pesquisadores para desenvolverem estudos na área;
c) Solicitar a ajuda da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDAHAM), em São Raimundo Nonato-PI, para a restauração dos painéis dos sítios, cujos grafismos foram bastante prejudicados pela ação antrópica;
d) Concretizadas as ações definidas na alínea ‘c’, deve-se desenvolver esforços, visando a transformações dessas áreas em Parques Arqueológicos Municipais, evitando, assim, maiores impactos ao meio ambiente e maiores danos ao patrimônio arqueológico.
No caso específico da Lagoa do Pinheiro, que é um sítio arqueológico em área aberta, bastante exposto às ações antrópicas negativas, deve-se também adotar, imediatamente, as seguintes medidas:
a) Incentivar a Educação Patrimonial junto à população local, nas escolas da rede pública municipal;
b) Implantar barreiras de proteção física do sítio para evitar contato direto com as pinturas e gravuras rupestres;
c) Desenvolver medidas de proteção da paisagem natural do entorno.
Quanto à área do entorno da Casa de Pedra, da Serra do Tamburil, onde crimes ambientais vem sendo registrados, lembramos que na atualidade, existe uma tendência de transformar as áreas que contém sítios arqueológicos, em Unidades de Proteção Integral.
Assim sendo, visando à proteção dessa área e de seu patrimônio arqueológico, a Prefeitura Municipal de Flores, através da Secretaria de Turismo, deve promover uma mesa-redonda, com a participação de técnicos do IPHAN, IBAMA e da Universidade Rural de Pernambuco, para discutir a possibilidade de transformar essa área em Unidade de Proteção Integral, destinada, conforme as diretrizes do IBAMA, à conservação da biodiversidade, à pesquisa cientifica, à educação ambiental e à recreação.
Relembramos que a proteção de um sítio arqueológico deve ser feita em completa harmonia com o meio ambiente, evitando-se, assim, os impactos ambientais e as agressões ao ecossistema.

FOTOS: ROSÉLIA SANTOS

Um comentário:

  1. Sou professora da Rede Municipal de Ensino na cidade de Flores, estudante de Pedagogia pela UFRPE pólo Pesqueira e Psicopedagogia em Flores. Fazendo uma pesquisa para a elaboração de um artigo solicitado pelo professor de Prática como componente curricular do curso de Pedagogia, onde envolve o trabalho de formação continuada de professores considerando um trabalho com as pinturas rupestres, encontrei essa fonte tão rica de informações, e com pesar observei, tão pouco visitada ou comentada.
    A partir do título: Construindo a História, percebe-se o cuidado e entusiasmo do historiador responsável em tratar com tanta sensibilidade, aspectos de tão relevância para a localidade já que faz parte da história desse povo e dos que por aqui passaram deixando as suas marcas.
    Não sei a dimensão dessa pesquisa e os resultados quanto à proposta de preservação, no entanto, já valeu esse conhecimento que foi apresentado de forma tão clara, e com informações preciosas que somente através de uma pesquisa minuciosa se pode ter.
    Como professora e eterna estudante, não poderia deixar de parabenizar o excelente trabalho.
    Luzia Diniz Carneiro de Albuquerque.

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