sábado, 26 de fevereiro de 2011

NORTERIOGRANDENSES ILUSTRES - II

ALMINO ÁLVARES AFONSO


José Ozildo dos Santos


A
dvogado, jornalista, tribuno, poeta e historiógrafo, nasceu a 17 de abril de 1840, no Sítio Coroatá, proximidades da localidade ‘Patú de Dentro’, em território do antigo município de Martins, no Oeste norte-riograndense, sendo filho do casal Francisco Manoel Álvares Afonso e Luiza Cândida Teles de Menezes. Aos oito anos de idade, ficou órfão de pai.
Possuidor de uma inteligência fora do comum, ainda menino tornou-se professor de primeiras letras, encantando com seu saber, modos e hábitos. Inicialmente, lecionou em Caraúbas. Mais tarde, em Catolé do Rocha, na Paraíba, retornando a Martins. Falava fluentemente o francês e especializando-se na língua de Cícero, tornou-se um dos maiores latinistas que Rio Grande do Norte possuiu.
  Almino Álvares Afonso

Diplomado em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito do Recife, na turma de 1871, iniciou sua vida profissional como Promotor Público da Comarca de Independência - atual cidade de Guarabira - no interior da Paraíba. Posteriormente, transferiu-se para o Ceará, onde revelou-se hábil advogado, jornalista de combate e grande orador. Era Procurador Fiscal dos Feitos da Fazenda em Fortaleza, quando, em 1883, envolveu-se ativamente na campanha abolicionista, que, adquirindo proporções e importância, conseguiu a completa emancipação dos escravos existentes naquela província, muito antes da Lei Áurea, sendo exonerado de suas funções, por imposição do conselheiro Antônio Joaquim Rodrigues Júnior.
Possuidor de uma palavra vibrante, deu uma grande contribuição ao movimento abolicionista no Ceará e no Rio Grande do Norte. Em Mossoró, onde esteve em campanha, conquistou a cidade com seus discursos eloqüentes, redigindo a ata do 30 de setembro de 1883, que assinalou a extinção da escravatura naquele município.
Em Fortaleza, dirigiu o jornal ‘O Libertador’ e transferindo-se para Manaus (1884), ali reiniciou suas atividades profissionais. Diretor do jornal ‘O Rio Branco’, elegendo-se vereador, presidiu as sessões legislativas da Câmara Municipal de Manaus, durante o ano de 1887.
No último ano do período monárquico, aceitou e disputou sem êxito uma vaga à Assembléia Geral, pelo Rio Grande do Norte. Proclamada a Republica, foi por seus conterrâneos lembrado para a Constituinte, recebendo o apoio dos três agrupamentos que havia no Estado: o governista, o oposicionista e o católico. Eleito deputado, no pleito realizado a 15 de setembro de 1890, participou ativamente dos trabalhos constituintes.
Em 1894, elegeu-se Senador da República, para um mandato de nove anos e encontrava no exercício de suas funções, quando faleceu em Fortaleza, a 13 de janeiro de 1899. No Congresso Nacional, foi um grande defensor dos interesses do Rio Grande do Norte. Orador dos mais talentosos, sua vida, resume-se numa sucessão de combates.
Publicou: ‘Os Rodrigões do Império, ou Caráter da Única Monarquia Americana’ (Ceará, 1886) e ‘Uma Nota sobre os Quebra-Quilos da Paraíba do Norte’ (Fortaleza, 1875), este, com o pseudônimo de Philopoomen.
Patrono da cadeira nº 9, da Academia Norte-riograndense de Letras, em 1918, seu nome foi dado à antiga povoação de ‘Caeira’, posteriormente desmembrada do município de Patú e elevada à categoria de cidade, através da Lei Estadual nº 912, de 24 de novembro de 1953.

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