quinta-feira, 3 de novembro de 2011

NORTERIOGRANDENSES ILUSTRES - VI

ADAUTO DE MIRANDA RAPOSO DA CÂMARA


José Ozildo dos Santos


A
dvogado, político, jornalista, educador e historiógrafo, nasceu a 14 de março de 1898, no Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte. Foram seus pais Teódulo Adolfo Soares da Câmara e Áurea Augusta Miranda da Câmara. Viveu os primeiros anos de sua vida em Mossoró e São José de Mipibu.
Em 1907, sua família transferiu-se para Natal, onde seu pai passou a exercer suas funções como professor público. Dois anos mais tarde, o jovem Adauto Câmara matriculou-se no Ateneu Norte-Riograndense, ali fazendo seus estudos básicos. E, era ainda muito jovem quando tornou-se funcionário dos Correios, na capital potiguar.

ADAUTO DE MIRANDA RAPOSO DA CÂMARA

Aos 22 anos, seguindo os passos de seu pai, ingressou no magistério público estadual, passando a lecionar História do Brasil, no Ateneu Norte-Riograndense. Por esse tempo, já era aluno da tradicional Faculdade de Direito do Recife, onde diplomou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, na turma de 1925. Volvendo ao Rio Grande do Norte, passou a servir ao Governo José Augusto. E, ingressando na política, elegeu-se deputado estadual para a legislatura de 1924-1926.
Parlamentar atuante e homem de reconhecida cultura jurídica, reeleito, em 1928, renunciou seu mandato para ocupar o cargo de Chefe de Polícia, durante o Governo Juvenal Lamartine, no qual, posteriormente, foi Diretor da Imprensa Oficial (1930). Era ainda muito jovem, quando iniciou no jornalismo. De colaborador, tornou-se diretor d‘A Liberdade’ (1915-1916). Em 1917, participou da fundação do jornal ‘A Nota’, que teve vida efêmera. Três anos mais tarde, participou da redação da Revista do Centro Polimático. Inteligência fértil, fundou ‘A Ordem’ (órgão do Grêmio Literário Pedro Velho), redigiu ‘A Imprensa’ e foi ainda diretor e redator de ‘A República’.
Em 1930, eclodindo a Revolução, afastou-se do Rio Grande do Norte, fixando-se no Rio de Janeiro, onde adquiriu “um colégio a beira da falência, no Méier, transformando-o, graças à sua vocação e operosidade, num dos melhores estabelecimentos de ensino médio da época: O Colégio Metropolitano”. Intelectual de escrupulosa honestidade, escreveu diversos artigos históricos, realizou várias conferências e durante muito militou na imprensa carioca.
Sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, pertenceu à Academia Norte-Riograndense de Letras, onde ocupou a cadeira número um, que tem como patrono o Padre Miguelinho, da qual foi seu fundador. Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 17 de outubro de 1952. Publicou o livro ‘História de Nísia Floresta’, além dos seguintes estudos: ‘História da Revolução de 1817 no Rio Grande do Norte’, ‘O Culto de baraúna’, ‘O Rio Grande do Norte na Guerra do Paraguai’, ‘Câmara e Miranda Henriques’, ‘D. Manoel de Assis Mascarenhas’, ‘O Padre João Manoel’, ‘O Último Senador do Império pelo Rio Grande do Norte’, ‘Amaro Cavalcanti’, ‘Henrique Castriciano’ e ‘Serões Genealógicos’.
De sua pena, postumamente foram publicados os livros ‘Como Caiu a República Velha no Rio Grande do Norte’ e ‘Diversos e Dispersos’ (2000). Este último, reúne alguns dos estudos acima citados. Era casado com a senhora Wanda Zaremba, de ascendência polonesa, de cuja união nasceram dois filhos: Mário e Henrique. 

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