Hoje é

sábado, 22 de janeiro de 2011

FLORES - PE

A ARTE RUPESTRE NO MUNICÍPIO DE FLORES – PE

José Ozildo dos Santos


O
 município de Flores, localizado no sertão do Pajeú possui em seu território vários sítios arqueológicos, contendo gravuras e pinturas rupestres. Até o presente, já foram identificados e catalogados vinte e dois sítios. Os sítios arqueológicos do município de Flores, em sua grande maioria, encontram-se localizados próximos aos cursos d’água, sendo dois dentro do próprio leito do Rio Pajeú.  
Existe, pois, na região a predominância de caracteres e grafismos da tradição Itacoatiara. Nesses sítios, destacam-se representações de possíveis astros, que nos fazem pensar em cultos cosmogônicos das forças da natureza e do firmamento. No entanto, nesses sítios, é mais freqüente a existência de linhas onduladas que parecem imitar o movimento das águas.
Dentro do perímetro urbano, encontramos dois sítios arqueológicos, ambos no leito do Rio Pajeú. O primeiro, situa-se no local onde o riacho da Velha deságua no Pajeú. Ali, existe um grande bloco de pedra, que se estende por aproximadamente 30 metros e é completamente coberto pelas águas daquele rio, quando de suas cheias.

Formação rochosa, ao longo do Rio Pajeú, onde se encontram as inscrições rupestres do Riacho da Velha, durante as primeiras cheias de 2009

Nesse bloco, encontram-se mais de trinta caracteres diversos. São gravuras que esboçam figuras geométricas e algumas linhas grosas, sem movimento e sem detalhes. Na parte superior da pedra existe representado um grafismo que lembra uma pequena cruz.
Na borda lateral, encontramos um conjunto de três pequenos círculos interligados na vertical. Entretanto, nesse painel sobressai um conjunto de grafismos em linhas, com ramificações diversas. Boa parte dessas gravuras já perdeu seus aspectos visuais, face o desgaste natural, produzido pelo intemperismo e pela ação inconsciente do homem atual.

Aspectos dos caracteres rupestres do Sítio Arqueológico Riacho da Velha, contornados para uma melhor visualização


 O referido painel possui aproximadamente 7 metros de comprimento por 2,60 metros de largura. A formação rochosa na qual se encontram as gravuras do Riacho da Velha, se estende por aproximadamente 45 metros, ocupando um espaço de aproximadamente 400m2..

Caracteres rupestres do Sítio Arqueológico Riacho da Velha,
sendo cobertos pelas águas do Rio Pajeú, maio/2009

Em diversos pontos da rocha existem ‘mensagens’ escritas em azul ou outras cores, cobrindo alguns caracteres, produzidas por aqueles que ignoram o valor arqueológico que tal monumento possui. Num segundo bloco de pedra, mais a frente do painel principal, também podem ser encontrados alguns vestígios, que lamentavelmente, não mais possuem contornos traçáveis.
Esses caracteres estão mais próximos do leito, e, conseqüentemente, mais susceptíveis ao desgaste natural e aos efeitos das inundações do referido curso d’água. Sempre nos períodos chuvosos, durantes as cheias do Pajeú, o sitio arqueológico do Riacho da Velha é completamente coberto pelas águas. Em conseqüência dessa particularidade, as gravuras ali existentes vêm desaparecendo mais a cada ano.

Caracteres rupestres do Sítio Arqueológico Riacho da Velha

Tal processo de degradação natural também é acelerado pela ação de pessoas que fazem do referido sítio arqueológico, local de banho, durante os períodos chuvosos, quando rio desce com água. As gravuras da ‘pedra das letras’ do Riacho da Velha, que são grafismos esquemáticos, pertencem à tradição Itacoatiara.
O segundo sítio arqueológico - contendo caracteres rupestres - localizado nas proximidades da cidade de Flores, denomina-se ‘Pedra dos Namorados’. O referido sítio encontra-se no meio do leito do Rio Pajeú, num ponto dado pelas coordenadas 07º 52’ 21” S e 37º 58’ 09” W, apresentando uma elevação de 257 metros.

Caracteres rupestres do Sítio Arqueológico Pedra dos Namorados,
contornados para uma melhor visualização


              Dependendo das cheias registradas no Pajeú, o referido bloco é completamente coberto. No entanto, quando a água baixa, forma-se na base da referida pedra um grande poço, que é utilizado por banhistas. Casais de namorados costumam freqüentar o local. E, dessa particularidade, originou-se a denominação do referido sitio arqueológico.
Na encosta do referido bloco de pedra, forma-se uma grande cavidade, onde estão gravados os caracteres rupestres. No entanto, pela ação natural e levando em consideração que o referido bloco de pedra sofre a ação das inundações anuais, os caracteres ali encontrados não apresentam boa visibilidade.

O Sítio Arqueológico Pedra dos Namorados, durante as primeiras
cheias de maio/2009


              Contudo, ainda é possível identificar treze representações, nas quais sobressaem vários conjuntos de círculos interligados, de pequenos diâmetros. Apenas um apresenta diâmetro superior a 15 cm. Na base inferior da pedra já bem próximo ao solo, pode-se notar duas seqüência de capsulares paralelos, sendo que a primeira possui oito pontos e a segunda, onze.
Tais pontos são de pequenas dimensões e formatos semelhantes. Em vários locais da pedra também pode-se observar a ação atual do homem, degradando-a.  A formação rochosa que forma a ‘Pedra dos Namorados’, prolonga-se até bem perto da margem esquerda do Pajeú e é circundada por vários outros pequenos blocos de pedra, ilhados no meio do rio. Os caracteres ali encontrados também pertencem à Tradição Itacoatiara.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

ERNANI AIRES SÁTIRO E SOUSA

A TRAJETÓRIA DE UMA VIDA


José Ozildo dos Santos


A
 História da Humanidade é traçada pelas biografias de seus grandes homens. Celeiro da cultura paraibana, Patos também já produziu nomes com grandes projeções nos cenários políticos e sociais do Estado. E, impossível é falar nesta cidade sertaneja sem citar o nome de Ernani Sátiro, um dos mais ilustres de seus filhos, que, com coerência, determinação e inteligência, soube imprimir seu nome na Historia da Paraíba.
Patoense, dotado de uma vivacidade de espírito fora do comum, Ernani Aires Sátiro e Sousa nasceu a 11 de setembro de 1911, sendo filho do casal Miguel Sátiro e Sousa e Capitulina Aires Sátiro e Sousa. Seu pai, figura de larga influência, manteve-se na chefia política do município de Patos, durante as três primeiras décadas do século XX, elegendo-se deputado estadual por três legislaturas.
Em Patos, Ernani Sátiro fez seu curso primário, tendo como professores, entre outros, Alfredo Cabral, Rafael Correia de Oliveira e Renato de Alencar. Em 1924, transferiu-se para a capital paraibana, matriculando-se no Colégio Diocesano Pio X. Três anos mais tarde, ingressou no tradicional Lyceu Paraibano, onde concluiu o antigo curso de preparatórios.
Em 1930, matriculou-se na Faculdade de Direito do Recife. Neste mesmo ano, publicou seu primeiro artigo, no jornal paraibano “A União”, tendo iniciado no jornalismo profissional, como redator do “Diário Pernambucano”.

                              Ernani e Otacílio Alecrim, Recife, 1933

Naquela Faculdade, logo cedo engajou-se no movimento estudantil, vindo a ocupar a presidência do Diretório Acadêmico em 1933, ano em que diplomou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, tendo como companheiros de turma, entre outros, José Mário Porto, Apolônio Nóbrega, Adalberto Ribeiro, João Santos Coelho, Ascendino Moura e Aurélio de Albuquerque, nomes de projeção e destaque na vida social e política paraibana.
Ainda no Recife, manteve suas primeiras relações com os escritores Gilberto Freire, Olívio Montenegro e Odilon Nestor, com os quais, manteve fortes laços de amizades, conservados por longos anos.
Ernani, o advogado (1933) 

Volvendo à Paraíba, instalou-se com banca de advogado na cidade de Patos e não desmentindo às tradições de sua família, ingressou na política, elegendo-se deputado à Assembléia Estadual Constituinte, nas eleições realizadas a 14 de outubro de 1934, pelo Partido Libertador.
No ano seguinte, contraiu núpcias com a senhora Antonieta Agra Cavalcanti, de importante família da sociedade campinense. Desta união, nasceram três filhos: Bertoldo Sátiro e Sousa, Sileide Sátiro de Sá Ribeiro e Gleide Sátiro Sales, todos bacharéis em Direito.
Com a dissolução da Assembléia Legislativa, após o Golpe do Estado Novo (10-11-1937), Ernani Sátiro teve seu mandado parlamentar prejudicado. E, fixando residência em Campina Grande, passou a dedicar-se à advocacia, atuando também na capital do Estado e em Patos.
Em 1939, a convite de Argemiro de Figueiredo - que, à época governava a Paraíba, na condição de Interventor Federal - assumiu o cargo de Chefe de Polícia, em cujas funções permaneceu até 9 de julho de 1940, quando foi nomeado Prefeito do município de João Pessoa.
Sua passagem pela Prefeitura da capital, foi meteórica. Dezenove dias após haver tomado posse, veio a queda de Argemiro de Figueiredo, conseqüentemente, determinado seu afastamento do referido cargo.
De 1940 a 1945, Ernani Sátiro fez exclusivamente advocacia em Campina Grande. Nesta época, iniciou-se na literatura, “chegando a escrever uma novela, intitulada ‘Rosa dos Ventos’, que daria origem, posteriormente, ao romance ‘O Quadro Negro”.
Em princípios de 1943, publicou seu primeiro trabalho jurídico, sob o título ‘O Novo Conceito de Legítima Defesa’. Dois anos depois, com a redemocratização do país, ingressou na União Democrática Nacional - UDN, de cuja legenda foi um de seus fundadores na Paraíba, elegendo-se deputado à Assembléia Nacional Constituinte, após obter 6.759 votos.
Durante os trabalhos constituintes, “dedicou-se à defesa dos ideais municipalistas e discutiu, repetidas vezes, o problema da exploração do subsolo”. Na Câmara dos Deputados, logo firmou-se como parlamentar atuante, integrando o bloco da oposição e na condição de vice-líder de sua bancada, projetou-se nacionalmente. Reeleito para sucessivas legislaturas, na Câmara dos Deputados, pertenceu as Comissões de Legislação Social, Justiça, Orçamento e do Polígono das Secas, além de ter participado de várias comissões especiais.
Em 1950, iniciou uma intensa atividade literária, escrevendo numerosos ensaios, que foram publicados em suplementos literários dos jornais O Jornal de Letras, Tribuna da Imprensa, Diário Carioca e Diário de Noticias, no Rio de Janeiro. Quatro anos mais tarde, quando conseguiu seu terceiro mandato federal, publicou seu primeiro livro: “O Quadro Negro” - que foi bem recebido pela crítica literária - seguido depois por “Mariana”, que saiu do prelo em 1958.
Em 1960, seguindo a orientação da UDN, Ernani Sátiro engajou-se na campanha que levou Jânio Quadros à Presidência da República. No ano seguinte, elegeu-se Secretário-Geral de seu partido, em âmbito nacional, adotando após a renuncia de Jânio, uma postura oposicionista em relação ao Governo João Goulart.
Após a Revolução de 1964, foi eleito Presidente do Bloco Parlamentar Revolucionário, “criado com o objetivo de dar sustentação parlamentar ao Governo Castelo Branco”. Eleito Presidente Nacional da UDN (1965), ocupou o referido cargo até a instituição do bipartidarismo.
Em 1968, foi nomeado Ministro do Superior Tribunal Militar. Dois anos mais tarde, já aposentado do STM, foi eleito Governador do Estado da Paraíba, por via indireta, a 3 de outubro de 1970, para o quatriênio de 1971-1975, tendo como Vice, o Dr. Clóvis Bezerra Cavalcanti, ambos filiados à ARENA, partido que representava o situacionismo. Diplomado a 24 de novembro daquele mesmo ano, tomou posse no Governo da Paraíba, perante a Assembléia Legislativa, em solenidade realizada a 15 de março de 1971.
Seu governo foi considerado operoso e probo, destacando-se entre suas realizações, as seguintes obras: Centro Administrativo de Jaguaribe; Edifício da Assembléia Legislativa; Estádio de Futebol de João Pessoa; Estádio de Futebol de Campina Grande; conclusão do Hotel Tambaú; I Adutora de Campina Grande; Mercado de Artesanato (João Pessoa); Edifício de ‘A União’, no Distrito Industrial de João Pessoa; o Fórum Municipal ‘Miguel Sátiro e Sousa’, na cidade de Patos; além da construção de várias Escolas Polivalentes e Colégios Estaduais, nas cidades de João Pessoa, Campina Grande, Sousa, Cuité, Pombal, Cabedelo, Guarabira, Alagoa Nova e Cajazeiras.

Ernani Sátiro, o governador 

Como Governador, permaneceu no exercício de suas funções administrativas até o final de seu mandado e a 15 de março de 1975, transferiu o referido cargo ao seu sucessor, o Dr. Ivan Bichara Sobreira.
Em 1978, reelegeu-se para seu sétimo mandato como Deputado Federal, após obter 28.959 votos. Quatro anos mais tarde, foi reconduzido à Câmara dos Deputados, com a expressiva votação de 51.435 sufrágios. Este, foi, portanto, seu último mandato parlamentar. Faleceu na madrugada do dia 8 de maio de 1986, em Brasília, no pleno exercício de suas atividades parlamentares.
Consciente do dever cumprido, Ernani Sátiro em entrevista concedida ao jornal ‘A União’, publicada sob o título ‘Ernani Admite Abandonar a Política em 1986’, prevendo seu futuro, afirmou: “estou inclinado a não mais me candidatar. No final do meu mandato, eu vou completar 76 anos e acho que não terei mais condições de desempenhar bem a minha função. Agora, ajudarei meus amigos, os candidatos a deputados estaduais e outros cargos. Não os abandonarei, embora a minha tendência seja não disputar mais nenhum cargo”.
Dono de um currículo político invejável, durante mais de cinqüenta anos de vida pública, Ernani Sátiro foi quase tudo: Deputado Constituinte (estadual e nacional), Deputado Estadual e Federal, Prefeito da Capital paraibana, Ministro do Superior Tribunal Militar e Governador.
Homem de letras e escritor talentoso, viveu dividido entre a política e a literatura. Pertenceu à Academia Paraibana de Letras, à Academia Brasiliense de Letras, ao Instituto Histórico e Geográfico Paraibano e à Academia de Letras de Campina Grande. Criado o Instituto Histórico e Geográfico de Patos, foi escolhido patrono da cadeira nº 3, atualmente ocupada pelo pesquisador Amaury Sátiro Fernandes.
Como leitor, tinha preferência pelas obras de Stendhal, Faulkner, Dostoievski, Proust, Thomas Mann e Wassermann, entre autores os estrangeiros, e, de Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Raul Pompéia, Augusto dos Anjos, Carlos Drummond e Manoel Bandeira, entre os nacionais.
Fisicamente, Ernani Sátiro era baixo e forte. Possuía uma voz grave e sonora. Conversando, “dava sempre a impressão de que se encontrava na tribuna da Câmara ou no palanque de um comício” e de modo interessante, conseguia combinar o pitoresco do linguajar nordestino com a mais erudita de todas as prosas. Homem simples, gostava “das coisas certas nos lugares certos” e “era capaz de interromper uma importante conserva política para tomar parte num bate-papo literário”.

Ernani, o jurista
Patoense dos mais ilustres, seus restos mortais, a 8 de maio de 1993, foram transladados para sua cidade natal e depositados num mausoléu construído na Fundação da qual é patrono, instituída pelo Governo do Estado, através da Lei nº 5.048, de 21 de junho de 1988, visando dinamizar a cultura no sertão paraibano.
Em 1992, a referida fundação, iniciou a publicação de suas ‘Obras Completas”, composta por romances, poesias, ensaios, discursos, conferência e pareceres, prevendo a publicação inicial de 38 volumes, projeto este, que encontra-se em pleno desenvolvimento.
Eis a trajetória da vida de Ernani Aires Sátiro e Sousa, um homem, cujo perfil biográfico enriquece a Historia da Paraíba em todos os sentidos e enobrece a cidade de Patos, projetando-a nacionalmente.

Publicado no Jornal A Voz do Povo, Patos-PB, Ano VI, nº 77, julho de 2003.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

CAICÓ - RN

DATAS E NOTAS PARA A HISTÓRIA
DO MUNICÍPIO DE CAICÓ - RN


José Ozildo dos Santos



NOVEMBRO

01-11-1810
Nesta data, o padre Francisco de Brito Guerra foi empossado como vigário colado da Matriz de Nossa Senhora Santana, do Caicó. Sacerdote operoso e dedicado, “tomou a si a responsabilidade de ultimar as obras de construção da Matriz, iniciadas em 1748 sob o paroquiato do padre Francisco Alves Maia. Brito Guerra entregou-se ao trabalho em 1804, somente concluindo em 1843”.

01-11-1958
Nesta data, o tenente-coronel Hélio Ibiapina Lima assumiu o comando do 1° Batalhão de Engenharia de Construção, sediado em Caicó. Permaneceu no exercício do referido cargo até 5 de janeiro de 1961.

01-11-1895
Nesta data, foi removido, a pedido, da Comarca de Macau para Caicó, o ilustre magistrado Felipe Néri de Brito Guerra, que, a exemplo do pai, Conselheiro Luís Gonzaga de Brito Guerra, aqui exerceu suas funções judicantes. Ocupava ainda o juizado de direito de Caicó, quando, ex-oficio, foi aposentado em 1896. Recorrendo ao Supremo Tribunal Federal, este julgou o referido ato insubsistente e declarou-o em disponibilidade, com vantagens do cargo. 

02-11-1802
Nesta data, o padre Francisco de Brito Guerra, natural da Freguesia do Assu, assumiu a Freguesia da Gloriosa Senhora Santana do Seridó (Caicó),

02-11-1824
Frei Caneca e a tropa confederada em fuga, deixa a antiga Vila do Príncipe, com destino ao Ceará, onde esperava encontrar apoio do presidente daquela província.

02-11-1874
Nasceu o caiconse José Bernardo de Medeiros Júnior, filho do futuro senador da república de igual nome. Diplomado pela Faculdade de Direito do Recife, na turma de 1898, ingressando na magistratura, foi nomeado juiz da Comarca de Caçapava do Sul, no Rio Grande do Sul, onde, seguidamente ocupou a comarca de Bagé, no período de 1912 a 1922. Nesse último ano, foi removido para Porto Alegre, onde exerceu suas funções judicantes até aposentar-se em 1929.Casado com Clotilde de Barros Cachapuz, faleceu em Porto Alegre, no dia 6 de julho de 1954, aos oitenta anos de idade incompletos.

03-11-1845
Foi iniciado o inventário dos bens deixados pelo Padre Francisco de Brito Guerra, na Vila do Príncipe, em casa do juiz municipal, capitão Manoel Batista dos Santos Brito. No referido inventário, serviu como avaliadores o comandante superior Antônio Álvares Mariz e Antônio Pereira de Medeiros.

03-11-1971
Falece em Natal, o monsenhor Walfredo Dantas Gurgel, um dos mais ilustres norte-riograndenses do século XX.

06-11-1790
O tenente Antônio de Azevedo Maia e sua mulher dona Micaela Dantas Pereira, fizeram a doação de seiscentas braças de terra para a constituição do patrimônio de capela que pretendiam construir sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, em sua fazenda Conceição, termo da antiga Vila Nova do Príncipe. Construída a referida capela, ao seu redor, surgiram as primeiras casas. Com o tempo, formou-se uma povoação que recebendo a denominação de Conceição do Azevedo, foi o núcleo inicial da atual cidade de Jardim do Seridó.

06-11-1890
Nasce em São Gonçalo do Amarante, Estado do Rio Grande do Norte, Manoel da Costa Pereira. Ordenado sacerdote aos 23 de novembro de 1913, por dom Joaquim de Almeida, primeiro bispo de Natal, o padre Manoel da Costa Pereira exerceu seu ministério em várias paróquias do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Em 1942, designado capelão do Colégio Santa Teresinha, de Caicó, conciliou suas atividades com o cargo de professor do Ginásio Diocesano do Seridó, de cuja instituição foi seu diretor. Cônego Honorário da Catedral de Nossa Senhora da Neves, de João Pessoa, encontrava-se vinculado à Diocese de Caicó, quando agravou-se seu estado de saúde. Internado no Hospital das Clínicas, de Natal, ali faleceu aos 21 de março de 1950.

06-11-1909
Sob a direção do Dr. Augusto Carlos de Vasconcelos Monteiro, juiz de direito local, circula em Caicó o primeiro número do Correio do Seridó. O referido jornal circulou até 1915, “quando desapareceu de uma vez, deixando muita falta na sociedade caicoense”. Nele, figuraram como colaboradores, entre outros, Celso Afonso Dantas, Dr. Pedro Odilon (promotor público local), professor Pedro Gurgel, Manoel Etelvino de Medeiros, Dr. Hilarino Amâncio e José Gurgel de Araújo.

08-11-1866
Por portaria assinada pela presidente da Província, era nomeado para exercer o cargo de delegado da instrução pública na povoação de Jardim de Piranhas, termo da antiga Vila do Príncipe, o alferes Antônio José de Oliveira Júnior.

08-11-1871
Falece na Vila de Jardim do Seridó, o padre Francisco Justino de Brito, caicoense, ex-deputado provincial e primeiro vigário daquela freguesia.

08-11-1928
Pela Lei Estadual nº 709, sancionada pelo governador Juvenal Lamartine, foi criada a Vila de Jucurutu, no município de Caicó.

09-11-1872
Nasce no povoado Palmas, município de Caicó, Francisco Severiano de Figueiredo. Após cursar os seminários de Olinda e da Paraíba, ordenou-se sacerdote a 6 de novembro de 1898. Vigário de Acari, professor do Seminário Episcopal da Paraíba e vigário interino da Catedral de Nossa Senhora da Apresentação, de Natal, após o falecimento do ‘santo’ padre João Maria, o monsenhor Severiano foi uma das maiores expressões do clero paraibano. Educador, jornalista, historiador sacro, a ele se deve o resgate da história eclesiástica da Paraíba, e, em parte do Rio Grande do Norte. Orador e latinista de reconhecido valor, faleceu no Hospital Santa Isabel, em Salvador-BA, aos 23 de março de 1939.

Monsenhor Francisco Severiano de Figueiredo

09-11-1966
Era criada a Paróquia de Nossa Senhora dos Aflitos, de Jardim de Piranhas, por assinado por dom Manoel Tavares de Araújo, 3º bispo de Caicó, a cuja diocese pertence aquela sede paroquial. No mesmo dia, em ato semelhante, o referido prelado também criou a Paróquia de São José, na cidade de Caicó. Construída em 1944, por dom José de Medeiros Delgado, no antigo Seminário Santo Cura d’Ars, essa segunda paróquia também foi desmembrada da Matriz de Santana e seu primeiro vigário foi o padre João Medeiros Filho.

Paróquia de Nossa Senhora dos Aflitos, de Jardim de Piranhas

11-11-1890
O caicoense Manoel Gomes de Medeiros Dantas obteve o grau de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife.

12-11-1868
É apresentado na Assembléia Legislativa Provincial, o projeto de lei, que discutido e aprovado, elevou Caicó à categoria de cidade, como o nome de Seridó.

12-11-1936
Falece no Rio de Janeiro, o caicoense Joaquim Apolinar Fernandes de Medeiros, filho do coronel José Bernardo de Medeiros e de sua esposa Paulina Engrácia Fernandes. Diplomado em Engenharia, exerceu vários cargos públicas na antiga capital do país, entre eles, o de administrador da Floresta da Tijuca.

Joaquim Apolinar Fernandes de Medeiros

12-11-1962
É inaugurada a ‘Maternidade Mãe Quininha’.

13-11-1824
Tomás de Araújo Pereira, que havia ocupado o governo da Província do Rio Grande do Norte, acusado de crimes de conivência com os confederados, por seu sucesso, escreveu em sua fazenda Mulungu, município da Vila do Príncipe, uma longa carta-defesa, que foi enviada ao Imperador, afirmando, dentre outras coisas, que sua missão foi “conservar aquela porção do povo que S. M. lhe havia confiado, ileso de divergências políticas, e evitar a menor intriga, e guerra civil”.

13-11-1842
Os irmãos caicoenses Francisco Justino e José Modesto Pereira de Brito, sobrinhos do padre Guerra, eram ordenados sacerdotes em Olinda. A referida solenidade ocorreu na capela do Palácio episcopal da Soledade, cabendo a dom João da Purificação Marques Perdigão, a entrega das ordens do presbiterato.

13-11-1889-a
O caicoense Diógenes Celso da Nóbrega, diretor do jornal ‘O Povo’, obteve o grau de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife.

13-11-1889-b
É assinado no lugar ‘Timbaubinha’, distrito de Jardim de Piranhas,  comarca e município do Caicó, o senhor Manoel de Souza Franco.

13-11-1944
Dom José de Medeiros Delgado, 1º bispo de Caicó, criou a Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, de Cruzeta. Desmembrada da antiga Matriz de Nossa Senhora da Guia, de Acari, aquela sede paroquial teve início com uma capela construída no local, em 1921, por Joaquim José de Medeiros.

Dom José de Medeiros Delgado 

15-11-1790
Posse de Antônio Garcia de Sá Barroso, no posto de Coronel da Cavalaria Auxiliar das Ordenanças da Vila do Príncipe.

15-11-1890
Comemorou-se em Caicó o primeiro aniversário da Proclamação da República.

15-11-1918
O caicoense Amaro Cavalcanti é empossado como Ministro da Fazenda. Nomeado pelo presidente Rodrigues Alves, permaneceu no referido cargo até 27 de junho de 1919.

16-11-1842
Nesta data, era expedida a certidão de ordenação do caicoense Francisco Justino Pereira de Brito, antigo vigário da Matriz de Jardim do Seridó.

17-11-1757
Nomeação de Cipriano Lopes Galvão (1º do nome) para ocupar o cargo de coronel do Regimento de Cavalaria de Ordenanças da Ribeira do Seridó, em substituição a Alexandre Rodrigues da Cruz. Informa o historiador Olavo de Medeiros Filho que 1764, o coronel Cipriano Lopes Galvão já era falecido e que prestava serviços às Ordenanças desde 22 de dezembro de 1715.

17-11-1909
É criada a Banda Recreio Caicoense.

18-11-1840
Nasce no sítio Bom Sossego, no antigo município paraibano de Santa Luzia, José Peregrino de Araújo. Diplomado pela Faculdade de Direito do Recife (1866), em sua província foi, inicialmente, promotor público, juiz municipal e secretário da Chefia de Polícia. Em dezembro de 1881, foi nomeado para o juizado de direito do Rio Negro, no Amazonas, de onde, um ano mais tarde, foi removido para a Comarca do Seridó. Eleito deputado à Assembléia Estadual Constituinte do Rio Grande do Norte, em 1892, ocupava ainda o juizado de direito de Caicó, quando, a 8 de fevereiro de 1893, foi designado desembargador do Superior Tribunal de Justiça da Paraíba.

18-11-1900
Publicou-se o primeiro número d‘O Seridó’, redigido pelo talentoso jornalista e professor Pedro Gurgel do Amaral, pai do futuro monsenhor e governador Walfredo Dantas Gurgel. O referido jornal, que era pequeno no formato, mas bem impresso e regularmente escrito, circulou até 8 de setembro de 1901, perfazendo um total de 25 edições.

20-11-1844
Nesta data, no Recife, o Padre Francisco de Brito Guerra, em casa do advogado José Antônio Pereira Ibiapina (futuro missionário, considerado o ‘Apóstolo do Nordeste’), dita seu próprio testamento, que é posteriormente aprovado pelo tabelião Guilherme Patrício Bezerra Cavalcanti.

20-11-1869
Nasce na Fazenda Pedreiras, município de Caicó, Janúncio da Nóbrega Filho. Era acadêmico de Direito, no Recife, quando passou a dirigir uma seção republicana, n‘O Povo’, primeiro jornal caicoense. Mentor e idealizador do Centro Republicano Seridoense, diplomou-se em 1891. Deputado à Assembléia Estadual Constituinte de 1892, faleceu prematuramente em Caicó, aos 7 de outubro de 1899.

20-11-1958
É fundada a Casa do Estudante de Caicó

21-11-1710
Matias Vidal de Negreiros (2º do nome) e José Vidal de Negreiros obtiveram do governador da Paraíba, João da Maia da Gama, uma data e sesmaria medindo 3 léguas de comprimento por uma de largura, ao longo do riacho Circody, que fazia barra no Quipauá, entre o Caxeré e o Sabugi. As referidas terras localizavam-se no território do atual município de São João do Sabugi, outrora, ‘São João do Príncipe’, Comarca do Caicó.

21-11-1821
Falece o sargento-mor Manoel Gonçalves Melo, rico senhor do Sabugi, “homem branco, potentado e de são consciência”. Era pai dos padres José e Inácio Gonçalves Melo. O primeiro, foi capelão do oratório do Sabugi e o segundo, coadjutor da freguesia de Nossa Senhora Santana, do Caicó.

21-11-1858
Nasce na Fazenda Umari, município de Caicó, Antônio Cesino de Medeiros. Décimo primeiro filho do Tenente-Coronel da Guarda Nacional Francisco Antônio de Medeiros e de Ana Vieira Mimosa, foi figura de projeção nos meios econômicos, políticos e sociais em Caicó do seu tempo. Em sua fazenda Umari, banhada pelo Rio Barra Nova, recebeu a visita da Missão Pearse, em 1921. Senhor e proprietário dos Sítios Curral Queimado e Culumins, em Caicó, e do Sítio Carrapateira, em São João do Sabugi, o coronel Antônio Cesino de Medeiros faleceu na Fazenda Umari, de "angina pectoris", em 23 de setembro de 1926, às 3:45 horas da madrugada. Seu corpo, foi sepultado às 8 horas do dia seguinte, no cemitério público de Caicó.

Antônio Cesino de Medeiros

21-11-1918
O caicoense Amaro Cavalcanti foi homenageado pela Prefeitura do antigo Distrito Federal, sendo dado o seu nome a um logradouro público, no Meyer, através Decreto nº 1.296.

21-11-1937
Após doze anos da chegada da luz elétrica, a cidade pôde inaugurar a segunda etapa da sua iluminação, utilizando um equipamento adquirido por iniciativa do senhor  Eduardo Gurgel de Araújo.

22-11-1922
Caicó recebe a visita do Marechal Cândido Mariano Rondon.

22-11-1929
É inaugurado o busto de Jose Augusto, na praça que leva o seu nome, no centro de Caicó.

22-11-1953
A imagem peregrina de Nossa Senhora da Fátima, chega à cidade de Caicó. O referido acontecimento converteu-se num momento de júbilo na cidade, sendo marcado por uma solenidade bastante concorrida, que contou com a participação de toda a comunidade católica caicoense e de cidades circunvizinhas. Após o evento, o bispo dom José Adelino Dantas teve a idéia de construir o Arco do Triunfo, em frente à Igreja Catedral, no qual foi colocado uma réplica da venerável imagem da Virgem de Fátima, inaugurado com grande pompa aos 15 de agosto de 1958.

Arco de Fátima na praça da matriz de Nossa Senhora de Santana

23-11-1935
Comunistas e aliados circunstanciais apossaram-se da cidade de Natal, à custa de cerrado tiroteio (19 horas) com o Exército e a Polícia do Estado.

25-11-1935
A Coluna Seridoense encontra-se como revoltosos em Serra Caiada e após forte tiroteio sai vencedora, apoderando-se de armas e munições. No dia seguinte, a referida coluna sob o comando de Dinarte Mariz, ex-prefeito de Caicó, ocuparam a povoação de Panelas (atual cidade de Bom Jesus), aprisionando vários revoltosos.

25-11-1939
Foi criado o Bispado de Caicó, através da bula E. Diocesibus, pelo papa Pio XII.

25-11-2008
Ocorre em Caicó um encontro dos prefeitos eleitos e reeleitos, na região, oportunidade em que foi discutido o projeto Coletivos Educadores, uma ação da Coordenação de Educação Ambiental, desenvolvida pelo IDEMA, que vem se constituindo num importante projeto para o desenvolvimento sustentável da região seridoense.

26-11-2004
Através da Portaria Ministerial nº 3.892/MEC, publicada no Diário Oficial da União, desta data, foi autorizado o funcionamento da Faculdade Católica Santa Terezinha, mantida pela Sociedade de Ensino Superior Madre Francisca Lechner, na cidade de Caicó. A referida instituição de ensino superior, abriu suas portas à comunidade acadêmica no dia 21 de fevereiro de 2005, oferecendo os cursos de Turismo e Administração (Gestão da Pequena e Média Empresa e Gestão da Informação).

Faculdade Católica Santa Terezinha

26-11-2008
Em sessão solene realizada nesta data, a Assembléia Legislativa homenageou o centenário de nascimento do ex-governador Monsenhor Walfredo Gurgel. A sessão foi proposta pelos deputados José Dias (PMDB), Álvaro Dias (PDT) e Vivaldo Costa (PR).

28-11-1796
Falece na fazenda ‘Conceição’, município da antiga Vila Nova do Príncipe, o patriarca Antônio de Azevedo Maia, aos 90 anos de idade. Português de nascimento, casou-se na Paraíba, em 1730, com Josefa Maria Valcácer de Almeida. Na ribeira do Seridó, constituiu família numerosa. Seu filho de igual nome, é considerado o fundador da povoação de ‘Conceição do Azevedo’, núcleo inicial da atual cidade de Jardim do Seridó.

28-11-1802
Nesta data, o padre Francisco Xavier de Vasconcelos Maltez, vigário da Freguesia da Vila do Príncipe, foi substituído em suas funções pelo padre Francisco de Brito Guerra, futuro senador do Império e elemento de grande destaque no meio político, cultural e religioso do Rio Grande do Norte, durante a primeira metade do século XIX.

29-11-1687
Chega à cidade do Natal um sargento pertencente à casa-forte do Açu, que levou ao conhecimento dos vereadores do Senado da Câmara o fato de achar-se cercada a casa-forte do Cuó (localizada nas proximidades da atual cidade do Caicó), pelos tapuias, que objetivavam saquear aquela fortificação. Em socorro àquela guarnição, o capitão-mor governador expediu um aviso ao capitão-mor Afonso de Albuquerque Maranhão, determinando-lhe socorrer a referida tropa sitiada.

29-11-1890-a
É diplomado pela Faculdade de Direito do Recife, o caicoense Manoel Gomes de Medeiros Dantas, figura de destaque no cenário político, cultural e social, durante a Primeira República.

Manoel Gomes de Medeiros Dantas

29-11-1890-b
Nasce em Caicó Abner de Brito. Bacharel pela Faculdade de Direito do Recife (1912), notabilizou-se como jornalista, professor e poeta. Nomeado juiz distrital, faleceu em Curitiba, aos 24 de janeiro de 1951.

30-11-1688
Uma correspondência oficial desta data, faz referência ao ‘levante do gentio tapuia do Rio Grande’, que teve como epicentro a região do Seridó, afirmando que a referida guerra já perdurava por cinco anos, e que desde 1687 mantinha-se “tão acesa e viva”.

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