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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

FAMÍLIAS PARAIBANAS


A FAMÍLIA BANDEIRA DE MELO

José Ozildo dos Santos

C
onsiderada uma das mais importantes famílias do Nordeste brasileiro, os Bandeira de Melo instalaram-se inicialmente, em Pernambuco. De acordo o genealogista Borges da Fonseca, “a nobilíssima família de Bandeiras conta tantos anos de antigüidade na Capitania de Pernambuco quantos a mesma Capitania conta de povoado pelos portugueses, por que Felipe Bandeira de Mello e seu irmão Pedro Bandeira de Mello, Fidalgos muito honrados do nosso Reino, obrigados das razões de parentesco que tinham com Duarte Coelho Pereira, primeiro Donatário da Capitania de Pernambuco, o acompanharam quando o dito Donatário veio com sua mulher D. Brites de Albuquerque a assistir nesta sua Capitania”.
A origem dos sobrenomes ‘Bandeira de Melo’ ocorreu em Portugal, com o casamento de João Rodrigues Malheiro de Mello (dos Melos de Ponte de Lima), Fidalgo da Casa Real, com Felipa Bandeira, filha do patriarca da família Bandeira, Gonçalo Pires Juzarte, a quem o Rei D. João II, em 1483, em recompensa aos serviços que prestou a seu pai, o Rei D. Afonso V, na África e em Castela, deu a permissão do uso do apelido Bandeira, com mercê nova de Carta de Brasão de Armas. Destacou-se, sobretudo, na Batalha de Toro, em 1476, contra os castelhanos, na qual recuperou a Bandeira Real, de Portugal, que se encontrava em mãos do inimigo - daí, o apelido Bandeira”.
Os irmãos Felipe e Pedro Bandeira de Melo eram netos do casal João Rodrigues de Melo e Felipa Bandeira e chegaram ao Brasil, em 1535. Em Pernambuco, deixaram grande e ilustre descendência, que, pouco a pouco, foi se transportando para as outras capitanias do Nordeste brasileiro.
Em solo paraibano, o primeiro membro dessa família a se projetar foi o capitão Bento Bandeira de Melo, que ocupou o cargo de Escrivão da Fazenda Real, da Alfândega e do Almoxarifado da Paraíba, nomeado por Carta de propriedade, passada a 2 de Junho de 1656, em virtude da Ordem de Sua Majestade, de 23 de abril de 1654.
Antes, porém, aquele patriarca havia prestado relevantes serviços na guerra contra os holandeses, durante 17 anos. Após ter assentado praça, em 1640, na Bahia, foi enviado para Angola, em 1646, onde lutou contra os holandeses, tendo sido aprisionado. Posto em liberdade, seguiu para Portugal, de onde foi enviado de volta para Pernambuco, tendo ainda tomado parte nas batalhas dos Guararapes e na recuperação do Recife.
Por provisão de 23 de Março de 1655, Bento Bandeira de Melo foi nomeado 1º Escrivão da Fazenda Real da Paraíba. Fidalgo da Casa Real, faleceu na capital paraibana, em 1672, deixando numerosa descendência de seu casamento, na Paraíba com Antônia de Barbosa de Freitas, filha de Manuel Tavares de Mattos e de Antônia Barbosa, descendente de Frutuoso Barbosa, primeiro capitão da Paraíba.
Seu filho, o capitão-mor Hipólito Bandeira de Mello, era Cavaleiro Fidalgo da Casa Real e posteriormente tornou-se tenente-coronel de Infantaria das Ordenanças da Capitania da Paraíba, por Patente de 5 de Fevereiro de 1688. No entanto, “vindo a Portugal para, como filho primogênito que era, se encartar nos ofícios de que seu pai havia sido proprietário, e dos quais se havia apoderado uma pessoa de nome Cosme de Barros Marinho”, na travesia do Atlantico, “foi aprisionado por piratas de Marrocos, e levado para Salé, ou Rabath, em Fez. Finalmente, sucedeu seu pai na propriedade dos Ofícios de Escrivão da Fazenda Real, Alfândega e Almoxarifado da Capitania da Paraíba, por Carta Regia de 29 de abril de 1703”.
Hipólito Bandeira de Melo também figura entre os pioneiros que desbravaram e povoaram o sertão paraibano. Nessa condição, em 28 de maio de 1717, requereu e obteve uma data de terras, no sertão das Piranhas. Em parceria com outros desbravadores, aos 9 de novembro de 1747, requereu outras terras, por detrás das serras do Estreito, no distrito da ribeira do Piancó. No segundo mês do ano seguinte, obteve uma data de terras no sertão dos Cariris.
Casado com Maria da Conceição Furna (17-08-1683), deixou grande descendência. Nos Ofícios de Escrivão da Fazenda Real, Alfândega e Almoxarifado da Capitania da Paraíba, foi substituído por seu filho, o Capitão Bento Bandeira de Melo (segundo do nome).
Entre os descendentes do patriarca Bento Bandeira de Melo também figura Antônio José de Mello (seu neto), que deixando a Paraíba, emigrou para o Ceará, fixando-se na região dos Cariri, onde deixou geração do seu casamento com Maria da Cunha e Melo, sendo considerado o tronco da família Bandeira de Mello, naquele estado.
Na Paraíba, de tanto se entrelaçar com outras famílias, o sobrenome ‘Bandeira de Melo’ foi aos poucos desaparecendo.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A PRESENÇA NORDESTINA NO FOLCLORE NACIONAL - I

ABELARDO FERNANDO MONTENEGRO


José Ozildo dos Santos


P
rofessor, advogado, historiógrafo, jornalista, sociólogo, articulista, ensaísta e escritor Nasceu na cidade cearense de Crateús, aos 30 de maio de 1912. Em Aquirás, fez seus primeiros estudos, tendo freqüentado o Instituto São Luís e as Escolas Reunidas. Em Fortaleza, cursou o Colégio Cearense e o Colégio Castelo Branco. No entanto, concluiu o secundário no antigo Liceu do Ceará. E, ingressando na Faculdade de Direito do Ceará, diplomou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, na turma de 1936.

Abelardo Fernando Montenegro

Em Fortaleza, iniciou sua vida profissional como professor, onde também ingressou na imprensa, passando a integrar o corpo de redatores de ‘O Povo’.
Ingressando no ministério público, tornou-se promotor da Comarca de Jaraguá do Sul, no interior de Santa Catarina. Em Curitiba, foi redator de O Dia’.
Jornalista de melhor escol, colaborou em vários jornais e revistas do Ceará e de outros estados, a exemplo do Rio de Janeiro, onde escreveu para as páginas do ‘Correio da Manhã’ e Diário de Notícias’.
Autor de 40 livros sobre economia, literatura, política, antropologia e sociologia, Abelardo Montenegro recebeu várias honrais, entre elas a ‘Medalha de Prata Santos Dumont’, a ‘Medalha Comemorativa do Centenário de Clóvis Beviláqua’ (MEC), além dos prêmios ‘José de Barcelos’ (UFC), ‘Bibliografia’ (IHGU, de Uruguaiana, RS), ‘Clio de História’ (Academia Paulistana de História), etc.
Homem de reconhecida cultura, Abelardo Montenegro pertence a várias instituições culturais. Autor de uma extensa e valiosa bibliografia, publicou na área do folclore os seguintes títulos: ‘Antônio Conselheiro’ (1954), História do Cangaceirismo no Ceará’ (1955), História do fanatismo religioso no Ceará’ (1959) e Fanáticos e Cangaceiros’ (1973).
Professor fundador da Faculdade de Ciências Econômicas, “onde lecionou, por 30 anos, a cadeira de Economia Internacional. Neste período, conquistou o respeito da comunidade acadêmica nacional e até do exterior”(1).
No início da década de 1940, deixou o Ceará e transferiu-se para São Paulo, tendo também residido no Rio de Janeiro. Retornando ao Ceará (1949), “voltou para entender melhor sua terra, seus conterrâneos. Desta vontade nasceu, entre outros livros, Psicologia do povo cearense, Ceará, tentativa de explicação, A Praça do Ferreira, História dos Partidos Políticos Cearenses e Interpretação do Ceará” (2), além de O Romance Cearense’.
Em sua extensa bibliografia também encontramos: ‘Cruz e Souza e o movimento simbolista no Brasil’, ‘A Ciência Política no Brasil e outro estudos’, e, ‘Variações em torno da Democracia’.
Eleito sócio do Instituto Histórico do Ceará, foi empossado na noite do dia 20 de março de 1981, passando a ocupar a cadeira vaga com a morte do escritor Joaquim Braga Montenegro. Na oportunidade, foi saudado pelo escritor Mozart Soriano Aderaldo, o vice-presidente do Instituto do Ceará (3).
 Aberlado Montenegro é considerado o maior explicador da cultura, da história, da formação da sociedade cearense. Certa vez, afirmou: “Aí está a minha obra, quase toda voltada para o estudo do Brasil e do Ceará. Aí estão meus livros com a pesquisa e a tentativa de interpretação de fatos, idéias e acontecimentos. Aí estão os frutos de minhas elucubrações, do labor inspirado sempre pelo amor à terra máter. Aí está a minha vida, parte da qual consumida nas redações dos jornais, nas bibliotecas, em cômodos de hotéis e pensões e nos trabalhos de campo, dedicada, invariavelmente, ao exame do trágico cotidiano, às perquirições da História, às investigações da Sociologia, às escogitações da Economia e do Direito. Inicio a descida da etária montanha como homem pobre, porque, em minhas andanças, só tive tempo de enriquecer o espírito e de fazer um pouco de luz sobre alguns recantos do nosso passado” (4).
Membro da Academia Cearense de Letras – onde ocupava a cadeira nº 10 -, seu último trabalho no campo do folclore foi o livro ‘O Ceará e o profeta de chuva’, lançado na noite do dia 27 de maio de 2008, no auditório da Biblioteca Central da Unifor, em Fortaleza. Faleceu na capital cearense, na sexta feira, dia 26 de abril de 2010.


NOTAS
1. ROCHA, Délio. Os profetas da esperança (Abelardo Montenegro). Diário do Nordeste, Fortaleza-CE, edição de 11 de março de 2006.
2. ROCHA, Délio. Os profetas da esperança (Abelardo Montenegro). Diário do Nordeste, Fortaleza-CE, edição de 11 de março de 2006.
3. Jornal ‘O Povo’, Fortaleza-CE, edição do dia 21 de Março de 1981.
4. Discurso de Posse na Academia Cearense de Letras.

domingo, 22 de janeiro de 2012

EMAS - PARAÍBA

ASPECTOS GEOPOLÍTICOS E ECONÔMICOS
DO MUNICÍPIO DE EMAS - PARAÍBA 

José Ozildo dos Santos
Rosélia Maria de Sousa Santos
Almair de Albuquerque Fernandes

O
 município de Emas, pertence ao Estado da Paraíba é constituído por um único distrito (sua sede) e por 136 imóveis rurais cadastrados. No referido município existem quatro comunidades polarizadas: Exú, Pendências, Riacho dos Bois e Marrecas.  
Em razão de sua autonomia, o município possui: o poder executivo, exercido pela atual prefeita constitucional – Dra. Fernanda Maria Marinho de Medeiros Loureiro, auxiliada pela Câmara Municipal, composta pelos seguintes vereadores: Aloísio Gomes de Lima; Conceição Patrícia Loureiro Souza; Djacir Nunes de Farias; João Batista Ferreira Araujo; José Gomes Filho; Luiza Silvestre Ferreira Pontes; Orlando Dantas de Sousa; Pedro Alves de Maria e Simão Pedro da Costa.
O município de Emas não possui poder judiciário próprio. Juridicamente, pertence à Comarca de Piancó, possuindo um único cartório judiciário, oficialmente instalado em 1964. Segundo o último Censo de 2010 a população do município de Emas é de aproximadamente de 3.317 habitantes, sendo 1.673 homens e 1.644 mulheres. Na sede do município, residem 2.132 habitantes, enquanto que na zona rural apenas 1.185 habitantes.

Aspectos demográficos do município de Emas
VARIÁVEL
Nº DE HABITANTES
PERCENTUAL
Residente na Zona Urbana
2.132
64,27%
Residente na Zona Rural
1.185
35,73
TOTAL
3.317
100%
Homens
1.673
50,44%
Mulheres
1.644
49,56%
TOTAL
3.317
100%
Pessoas de Cor Branca
1.265
38,13%
Pessoas de Cor Parda
1.815
54,72%
Pessoas de Cor Preta
214
6,45%
Pessoas de Cor Amarela
23
0,70%
TOTAL
3.317
100%
Fonte: Censo 2010.

Na sede do município existe uma ampla Unidade de Saúde da Família, dando cobertura total à população. Nesta Unidade da Estratégia de Saúde da Família (ESF) possui médico, odontólogo, enfermeiro e técnico de enfermagem. O município também é servido pelo programa de Agente Comunitário de Saúde (PACS).

Unidade Básica de Saúde, na sede do município
                      

Desde a implantação da Unidade Básica de Saúde e da instituição do PACS, foi possível constatar que os índices de mortalidade infantil, doenças infecciosas e parasitárias, diminuíram de forma significativa. Atualmente, o município vive uma outra realidade em relação à saúde da comunidade.

Sistema de Abastecimento d'água do município,
Açude Campo Grande
                     
O município apresenta um sistema de tratamento de esgoto, mantido pela CAGEPA, que faz a captação da água no Açude Campo Grande, tratando-a antes de colocar à disposição da comunidade para o consumo humano. O fornecimento de energia elétrica é feito através da ENERGISA Paraíba, de forma que cerca de 930 imóveis são beneficiados com energia elétrica, o que representa quase 90% dos imóveis existentes no município (IBGE, Censo 2010).

Creche escolar, na sede do município
                              
Em termos de educação, o município possui 5 escolas públicas, oferecendo educação infantil; ensino fundamental e médio. Funciona no município apenas uma creche e uma unidade de Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI).

Unidade Escolar do Sítio Pendências
                                 
De acordo com o Censo, houve um considerável melhoramento no nível educacional da população jovem, no período de 2000 a 2009, quando comparada com a década anterior. No referido município, o PROJOVEM também se faz presente e esta particularidade tem contribuído para o melhoramento do nível educacional da clientela assistida.
No que diz respeito ao eleitoral local, encontravam-se aptos a votarem 2.688 eleitores, nas eleições de 2010. Em 2008, esse número foi de 2.529 eleitores.
O município de Emas dispõe de 3 programas sociais: PAC (Programa de Apoio a Criança), PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), e o PAIF (Programa de atenção Integral a Família). Também é realizado um plantão social onde são realizados os atendimentos emergenciais como: encaminhamentos, concessão do BPC (Benefício de Prestação Continuada), doações, etc.
Emas tem uma demanda reprimida de aproximadamente 200 pessoas e o IDH é de aproximadamente 0.560, enquanto que o Índice de Esperança de Vida (IDHM-L), encontra-se fixado em 0.579. Já o Índice de Educação encontra-se fixado em 0,644 e o Índice do PIB (IDHM-R) é de 0.458. Tais dados, dizem respeito ao ano de 2010.
Em 2011, visando melhorar as condições da população e proporcionar uma melhor qualidade de vida, o poder público municipal vem desenvolvendo vários projetos sociais, dentre eles destacam-se os seguintes: gestante cidadã; geração e renda e Grupo de Convivência da Terceira idade.
Atualmente, no município de Emas, existem 1.721 pessoas cadastradas no Cadastramento Único. O controle social é realizado através dos Conselhos Municipais existentes.
Na região, o núcleo da Previdência Social funciona na cidade de Piancó, atendendo nove municípios, dentre eles: Piancó, Igaracy, Aguiar, Coremas, Nova Olinda, Santana dos Garrotes, Emas, Olho D'Água e Catingueira. O atendimento é bom. No entanto, ainda foi fixada uma parceria com o município que possibilite um atendimento especializado, reservando um dia na semana para os usuários que residem no mesmo.
Em relação aos transportes o município é desprovido de transportes urbanos. Funciona o transporte alternativo, ligando Emas às cidades de Catingueira, Santa Terezinha, Patos, Olho D'Água, Piancó, Coremas e Itaporanga, de segunda a sábado.
No município não existe Poder Judiciário, a rede de serviços no âmbito da justiça é atendida pela Comarca de Catingueira.
No que diz respeito aos sérvios de limpeza e coleta de lixo, a prefeitura conta com um sistema de coleta que efetua três coletas por semana, sendo que existe uma equipe de pessoal encarregada pela limpeza das ruas.
Em relação aos aspectos econômicos o município apresenta como principais atividades produtivas a pecuária e a agricultura, empregando a maior parte da mão de obra do município.
Na agricultura os produtos com maior importância econômica são os seguintes: manga, coco, goiaba, feijão e batata doce. Na pecuária, o destaque está na criação de bovino, seguida pelos rebanhos de ovinos e caprinos. Entretanto, nos últimos anos tem aumentado de forma considerável a criação de galináceos, bem como tem se investido na apicultura no município, embora tal atividade ainda se apresente de forma inibida.
Graças aos esforços desenvolvidos pela atual administração, a agricultura familiar vem apresentando um desenvolvimento digno de registro, melhorando as condições de vida da maioria das famílias, que são de baixa renda.
À semelhança de muitos municípios do interior do nordeste, Emas também enfrenta o problema da distribuição desigual das terras. Embora o município seja bem servido por água, apresentando um rio perenizado, a agricultura nele desenvolvida é aquém de seu potencial, fato lamentável que tem contribuído para a pobreza da maior parte da população.
Visando superar esse problema, a atual administração municipal tem incentivado o associativismo, objetivando ampliar as atividades da agricultura familiar. Algumas plantações de coco, mangas e goiabas vem sendo feitas no município. No entanto, tais plantações não atingem 100 hectares. Existe muita terra nas mãos de poucos e a maioria dos grandes proprietários não possui vinculação com o município e isto também contribui para a não ampliação das áreas plantadas, visando fortalecer a economia local.
No município não existe cooperativa. Na sede encontram-se três associações comunitárias e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Diante do incentivo para a agricultura familiar dado pela atual administração, somente agora as comunidades rurais vem se organizando e criando suas associações.
No município em descrição, realiza-se uma feira semanal ao ar livre. Entretanto, em virtude do programa de agricultura familiar instituído pela Prefeitura Municipal em parceria com alguns órgãos do governo estadual, o município vem se organização para realizar nos próximos dias, a sua Primeira Feira de Agricultura Familiar, que deverá continuar ocorrendo nos finais de semanas.
No que diz respeito às atividades culturais, estas, geralmente, são realizadas em Praça Pública, aproveitando todo o largo da Capela de Santa Terezinha. A cidade também dispõe de um clube social, de uma quadra de esporte e de um auditório, este último, parte integrante da Escola Municipal de Ensino Fundamental Vicente Nunes, que também são utilizados com grande freqüência para a realização de eventos, solenidades e cerimoniais.

Evento programado no município (João Pedro)
                   
Entre os eventos programados no município, destacam-se: a Festa da Padroeira, o João Pedro e a Festa de Emancipação Política local.
No município existe uma grande e moderna biblioteca, que possui um rico e novo acervo, formado por quase 4.000 obras, de autores nacionais e internacionais, aberta à população, nos três turnos, de segunda a sexta-feira.
O referido acervo, que também contém vídeos e mídias, é utilizado para pesquisa interna, sendo também possível o empréstimo de algumas obras, exceto aquelas consideradas de referências.
Existe no município a necessidade de cursos profissionalizantes, o que obriga a população local a procurar outros centros. Por outro lado, as condições de saúde pública têm sido melhoradas a partir do momento em que a administração local reestruturou a coleta de lixo e organizou a limpeza pública.

 Evento programado no município (João Pedro)

Em termos ambientais, o município enfrenta alguns problemas, entre os quais pode se destacar a caça predatória, colocando em risco de extinção várias espécies na fauna local.
Nas condições geoambientais típicas da Depressão Sertaneja, o município possui um relevo predominantemente suave-ondulado, com vertentes dissecadas, sendo circundado por uma grande cordilheira, na qual está inserida a Serra do Melado, ficando a meio termo, entre esta e a cidade, a Serra do Campo Grande.


Área sob Regime de Manejo Florestal Sustentado,
Comunidade Poço Escuro

Na Serra do Campo Grande, a cobertura vegetal vem sendo exposta a uma intensa exploração predatória. Inicialmente, apresentava em sua constituição florística, madeiras de alto valor comercial. A exploração tem ocorrido até o presente e é intensificada pela prática de culturas que implicam a devastação de grandes áreas, principalmente, no entorno do referido acidente oreográfico.
No município de Emas, a caatinga tem sido extensamente devastada, em conseqüência do uso insustentável de seus recursos naturais. Este fato é agravado por se tratar de um ecossistema pouco valorizado e que sempre foi considerado, equivocadamente, pobre em biodiversidade.
Digno de registro foi a implantação de uma 'Área sob Regime de Manejo Florestal Sustentado', na comunidade Poço Escuro, sob a supervisão da Secretaria Extraordinária do Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Minerais (SENARH) e da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (SUDEMA). Apesar desse esforço, a pratica da queimada ainda é algo comum no município.
Estima-se que no município de Emas existam cerca de 600 famílias de trabalhadores rurais e de pequenos agricultores, que exploram a terra em regime de mutua dependência.
Em Emas, entre os vários sistemas de produção da agricultura familiar é possível identificar os seguintes:
i. Sistema cultura de subsistência,
ii. Sistema cultura de subsistência + pecuária,
iii. Sistema cultura de subsistência + pecuária de cria e leite,
iv. Sistema cultura de subsistência + manga ou goiaba + pecuária de cria e leite,
v. Sistema cultura de subsistência + suínos + hortaliças (ou frutas). 
Estes sistemas de atividades da agricultura familiar têm dado uma grande contribuição à economia local. É oportuno destacar que a maioria das pessoas ocupadas na agricultura familiar depende de rendas extras, como aposentadorias, vendas de serviços em outros estabelecimentos ou atuando em atividades não agrícolas. A agricultura familiar é responsável por 56% do pessoal ocupado no campo, apesar de ocupar somente 17% da área do município de Emas.

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