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segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
CÔNEGO LEÃO FERNANDES DE QUEIROZ
sábado, 4 de janeiro de 2025
NOSSAS PRODUÇÕES
ACADÊMICAS - 16
LÍNGUA
BRASILEIRA DE SINAIS EM DEBATE
APRESENTAÇÃO
José Ozildo dos Santos
Professor Universitário
Não é preciso uma pesquisa muito aprofundada para se constatar
que os surdos, ao longo da História, não tiveram seus direitos garantidos.
Na realidade, por muito tempo, foram estereotipados e em muitas sociedades,
considerados como sendo débeis mentais ou retardados.
Existem registros históricos que revelam que em várias
civilizações antigas, os surdos eram considerados ‘não-humanos’ e
vistos como verdadeiros castigos dos deuses. E, por essa razão, deveriam ser
mortos ou deixados à própria sorte. Concepções como estas alimentaram por muito
tempo o entendimento de muitos povos, fazendo com os surdos vivessem à margem
da sociedade.
Somente após o Código de Justiniano [século VI] foi que os
surdos passaram a terem alguns direitos, desde que fossem capazes de se
comunicarem. E, para conquistarem tais direitos, os surdos oriundos das
famílias ricas passaram a ser educados através da sinalização. Assim,
pode-se afirmar que as primeiras ações de ensino, voltadas para os surdos,
foram motivadas por razões econômicas.
Foi ainda na antiga Roma que surgiram as primeiras iniciativas
voltadas para a educação dos surdos. E esta, passou a ser discutida e
construída ao longo dos séculos. A História também registra nomes
como John of Beverly, Bartolo della Marca d’Ancona, Girolamo
Cardano, Rudolf Agrícola, Pedro Ponce de León, Manuel Ramírez de
Carrión, Juan Martin de Pablo Bonet, John Wallis, Jacob Rodrigues
Péreiere, Johann Conrad Amann, Fray de Melchor Yebra, Charles Michel L’Épée,
Jean Massieu, Ferdinand Berthier, Laurent Clerc, Thomas Braidwood, Samuel
Heinicke, Tiburcio Hérnandez e Eduard Huet, dentre outros, por suas excelentes
e significativas contribuições à promoção da educação dos surdos, desenvolvendo
diferentes métodos e práticas de ensino direcionadas a esse público especial.
Convém ressaltar que Eduard Huet é o precursor da educação de
surdos no Brasil. A ele se deve a criação da primeira escola para surdos no Rio
de Janeiro - iniciativa que foi abraçada por D. Pedro II - como também a
estruturação da Língua de Sinais de Brasileira, espelhada nos moldes definidos
por Charles Michel L’Épée e aplicados no Colégio de Surdos, de Paris.
Quando se fala em língua de sinais a ideia errônea que se tem é
de trata-se de algo recente. No mundo científico, uma das mais antigas
referências às línguas de sinais data do século IV a.C. Sócrates, filósofo
grego, que viveu entre 470-399 a.C., foi o primeiro estudioso a promover uma
reflexão sobre a língua de sinais, argumentando -, segundo Platão em seu
diálogo ‘Crátilo’ -, que “se não tivéssemos voz nem língua, mas apesar
disso desejássemos manifestar coisas uns para os outros não deveríamos, como as
pessoas que são mudas, nos empenhar em indicar o significado pelas mãos, cabeça
e outras partes do corpo?”
Acolhendo as palavras de Sócrates, pode-se dizer que a língua
dos sinais há muito tempo faz parte da vida do surdo. Na realidade, é parte
dele e negar essa língua - bem como sua importância -, é negar a cidadania da
pessoa surda.
Assim, reconhecer a língua de sinais como sendo a primeira
língua do surdo, independentemente de sua nacionalidade, é abrir as portas da
sociedade à comunidade surda, incluindo-a de forma completa. É reconhecer que o
surdo tem voz. E, enquanto ser humano, é sujeito titular de todos os direitos
ditos ‘direitos humanos’.
A língua de sinais facilita a inclusão social da pessoa surda,
fazendo com esta se comunique melhor, interaja com o público ouvinte, aprenda e
amplie seus conhecimentos dentro e fora da sala de aula.
Desta forma, reconhecendo a língua de sinais como sendo um
verdadeiro instrumento facilitador da comunicação entre os surdos e, entre
estes e as pessoas ouvintes, o Estado brasileiro sancionou a Lei nº
10.463/2002, reconhecendo a Língua Brasileira de Sinais - Libras como sendo um
meio legal de comunicação e de expressão. E, ao mesmo tempo, definindo-a como a
primeira língua da comunidade surda brasileira.
Entretanto, apesar da citada lei encontrar-se em vigor há mais
de vinte anos, ainda hoje é preciso assegurar que a Libras seja a primeira
língua do surdo em nosso país, reconhecendo que este é um ser bilíngue e que o
português é a sua segunda língua. Existe também a necessidade de se transformar
a escola em palco e cenário de promoção e de valorização dos direitos do surdo.
Deve-se reconhecer também que a escola tem a missão de mostrar
[lê-se ‘ensinar’] a sociedade como incluir a pessoa surda, eliminando de seu
seio tudo aquilo possa representar ou incentivar o preconceito e a exclusão.
Entende-se que a maneira mais fácil de se fazer tudo isto é
promovendo uma completa inserção da Libras no ambiente escolar. Não
preferencialmente na educação superior. Mas, na educação básica, dando - ou
melhor, garantindo - a criança surda a oportunidade de melhor se comunicar com
seus pares, aprender e compartilhar seus conhecimentos.
Essa inserção não pode ser definida como algo precoce, mas como
algo extremamente necessário. No dia em que a escola for capaz de proporcionar
isto, reconhecidamente será um espaço para todos. E nela, a criança surda
estará no mesmo patamar ocupado pela criança ouvinte, dialogando, construindo o
seu próprio aprendizado, capacitando-se para a vida e para o exercício pleno da
cidadania.
O presente livro, produzido por professores, interpretes de
Libras e alunos surdos, mostra um pouco do longo e difícil processo enfrentado
pela comunidade surda, na luta por seus direitos, dentre os quais se inclui o
reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais como sua primeira língua e como a
melhor estratégia de comunicação para os indivíduos surdos.
Link para acesso ao
nosso e-book
https://archive.org/details/li-ngua-brasileira-de-sinais-em-debate
NOSSAS PRODUÇÕES ACADÊMICAS - 15
TÓPICOS DE
EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA
APRESENTAÇÃO
José Ozildo dos Santos
Professor Universitário
Embora
seja apresentada como algo que complementa a formação do ser humano, a educação
também é um instrumento de transformação social. E, para que maior seja a
contribuição proporcionada pela educação enquanto processo, esta precisa ter um
acesso democrático, sob todos os aspectos, principalmente, quando se busca o
fortalecimento da educação especial inclusiva.
No
presente livro, reunimos cinco estudos ligados à educação, prioritariamente à
Educação Especial Inclusiva. Assim, no primeiro capítulo, discutiu-se a educação
enquanto direito de todos, oportunidade em que se apresenta alguns conceitos de
‘educação’ e se discute a sua contribuição ao desenvolvimento do ser
humano, para em seguida, comentar as disposições constitucionais que garantem a
universidade do direito à educação em nosso país, chamando atenção para o fato
de que se trata de uma conquista resultante de uma luta histórica.
A
importância da educação especial inclusiva é o tema do debate apresentado
no Capítulo 2, no qual, após se promover uma retrospectiva histórica sobre a
Educação Especial, discutem-se os obstáculos enfrentados pelos profissionais
que atuam nessa modalidade educativa, destacando-se que a Educação Especial
Inclusiva-EEI vem produzindo mudança no sistema educacional e, ao mesmo tempo,
exigindo uma completa transformação deste sistema, para fazer com que a escola
seja plenamente reconhecida como sendo um espaço para todos. Portanto, capaz de
proporcionar em seu contexto a necessária inclusão das pessoas com deficiência.
No
Capítulo 3, aborda-se a língua brasileira de sinais na atualidade. Nele,
inicialmente, apresentam-se os primeiros marcos da Educação Especial no Brasil,
assinalando a contribuição de Eduard Huet, professor surdo francês, que
veio para o Brasil a convite de D. Pedro II, tornando-se responsável pelas
primeiras iniciativas formais voltadas para a educação de surdos em nosso país,
que fortemente contribuíram para formação da Língua Brasileira de Língua. Em um
segundo momento, abordam-se os retrocessos registrados no processo educativo
direcionado aos surdos, principalmente, com a implantação do oralismo e as
proibições formais ao uso da língua de sinais. E a luta da comunidade surda por
quase um século até a sanção da Lei nº 10.436/2002, reconhecendo a Língua
Brasileira de Sinais - Libras como meio legal de comunicação e expressão,
diploma legal este que se constitui um verdadeiro marco na história da Educação
dos Surdos no Brasil.
A
formação do professor para a educação especial inclusiva é o tema abordado
no Capítulo 4, que inicialmente apresenta a estruturação dessa modalidade
educativa no Brasil. E, em seguida, questiona como vem sendo promovida a
formação do profissional responsável por este processo educativo. Neste
capítulo, houve a preocupação de se apresentar o professor como o agente de
mudança, que desempenha uma importante missão na educação especial inclusiva, auxiliando
no desenvolvimento do aluno com deficiência. No final, ressaltou-se que, para
bem atuar na educação inclusiva, o professor precisa buscar novos conhecimentos
através de uma formação continuada, melhorando sempre a sua prática pedagógica.
Por
fim, no Capítulo 5 discutiram-se os desafios da inclusão escolar,
destacando-se que para promover a inclusão, não basta apenas inserir o aluno
com deficiência no ensino. Mostrou-se que é necessário redefinir o papel da
escola, adequá-la complemente, dotando-a das condições necessárias para melhor
acolher o aluno com deficiência. E mais, capacitando o professor para que este
tenha condições de desenvolver um processo educativo que contemple as múltiplas
particularidades do público-alvo da Educação Especial Inclusiva.
Fica
a todos/todas o convite a uma boa leitura!
https://archive.org/details/topicos-de-educacao-especial-inclusiva
NOSSAS PRODUÇÕES ACADÊMICAS - 14
INCLUSÃO ESCOLAR EM DEBATE
APRESENTAÇÃO
José
Ozildo dos Santos
Professor Universitário
Nos últimos anos, a
Inclusão Escolar tem sido um tema muito comum nos debates promovidos no campo
da Educação, principalmente, após a implementação da Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI), que
propõe a inclusão de crianças com deficiências nas escolas regulares, “sem
nenhum tipo de discriminação” (BRASIL, 2008, p. 5).
No entanto, quando
se promove uma análise sobre a Educação Inclusiva no Brasil a partir da
instituição da PNEEPEI pelo governo federal, facilmente se constata o quanto
ainda precisa ser feito para que realmente se tenha uma escola acessível à
criança com deficiência. A falta de investimentos pontuais em processos
formativos de professores visando à inclusão escolar é, sem dúvidas, um grande obstáculo
há ser superando quando o assunto é Educação Inclusiva.
É preciso
compreender que o professor para atuar na Educação Inclusiva precisa de uma boa
formação inicial. E, como o espaço escolar não é estático, o docente que atua
na Educação Inclusiva necessita de uma formação continuada para que tenha
condições de melhor atender o aluno com deficiência, identificando suas
necessidades e colocando em prática um processo educativo que produza
aprendizagem. Em outras palavras, de nada adiantará a existência de um espaço
físico adaptado se o professor não estive preparado para conduzir o processo
educativo planejado para a Educação Inclusiva.
Promover a Educação
Inclusiva não é uma tarefa fácil. Pois, ela vai muito mais além da simples
garantia da acessibilidade. Trata-se de um processo que exige uma escola
inclusiva. E construir essa escola necessária “depende de mudanças que
envolvem princípios éticos, políticos, morais e também concepções pedagógicas e
metodológicas para a organização de processos de ensino que garantam a educação
de todos” (RIGO; OLIVEIRA, 2021, p. 3).
Trata-se de uma
tarefa difícil, mas não impossível. Além da necessidade de uma completa
redefinição do papel da escola, exige-se compromisso com a sociedade por parte
do governo e porque não dizer, é preciso vontade política, que precisa
encontrar-se materializada nas políticas e nas práticas de inclusão escolar.
Antes, em nosso
país, a inclusão escolar era conduzida “política e pedagogicamente, sob o
viés da educação especial segundo uma perspectiva clínica e terapêutica” (RIGO;
OLIVEIRA, 2021, p. 3). Após alguns avanços, já no início do presente século,
entrou em vigor a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva.
As análises
produzidas revelavam a necessidade de se avançar mais no campo da Educação
Inclusiva, mostrando que era preciso transformar o discurso em práticas
concretas e produtivas.
No entanto, quando
se pensava que realmente havia se deixado de lado a concepção centrada na
perspectiva clínica e terapêutica e mais avanços seriam registrados, os
educadores brasileiros foram surpreendidos com a ‘Política Nacional de Educação
Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da vida’, instituída
pelo Decreto nº 10.502/2020.
Ao invés de promover
a Educação Inclusiva, o Decreto nº 10.502/2020 promovia um verdadeiro desmonte
da política de inclusão escolar no país, ignorando os princípios básicos
garantidos legalmente ao longo das últimas décadas, retirando a criança com
deficiência da escola comum, anulando completamente o que vinha sendo discutido
sobre diversidade, diferença e políticas de inclusão, excluindo
completamente esse debate do contexto escolar (BRÍGIDA; LIMEIRA, 2021).
Cedo, a ‘Política
Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo
da vida’ passou a ser alvo de inúmeros questionamentos, ao ponto do
Supremo Tribunal Federal ser provocado através de uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI - 6.590).
O relator ministro
Dias Toffoli concluiu pela inconstitucionalidade do Decreto nº 10.502/2020,
posicionamento que foi referendado pela maioria dos membros do STF,
determinando a imediata suspensão da Política Nacional de Educação Especial,
instituída pelo governo Bolsonaro.
Com a revogação do
Decreto nº 10.502/2020 registrada em 1º de janeiro de 2023, continua em
vigência a proposta de Educação Inclusiva norteada pela Política Nacional de
Educação Especial instituída em 2008.
Desnecessário é
dizer que a Educação Inclusiva acumulou mais prejuízos do que ganhos nos
últimos anos e isto precisa ser revisto.
Espera-se que o debate sobre a inclusão escolar seja fortalecido em nosso país para que existam mais investimentos direcionados ao sistema educacional inclusivo, que hoje apresenta inúmeras deficiências.
Diante de tal realidade, debater esta temática é necessário porque precisamos construir ações que reforcem e assegurem o direito à educação da pessoa com deficiência em nosso país.
Venha conosco
participar deste debate tão necessário!
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NOSSAS PRODUÇÕES ACADÊMICAS - 13
EDUCAÇÃO ESPECIAL EM DEBATE
APRESENTAÇÃO
José Ozildo dos Santos
Professor Universitário
Durante o século XX, diversas transformações ocorreram no contexto educacional, visando, principalmente, a promoção do acesso de todas as pessoas ao processo educativo. E diante disto, lançou-se as bases da chamada Educação Especial, que vem produzindo uma grande mudança dos valores da educação tradicional. Assim, graças às várias políticas educacionais e à reestruturação dos processos de inclusão, a escola [antes tradicional] ganhou um novo aspecto.
No contexto
educacional, a Educação Especial assume um papel de grande relevância porque
ela possui um caráter inclusivo, facilitando o acesso, a permanência e o
aprendizado das pessoas com diferentes condições emocionais, físicas,
intelectuais, linguísticas, sociais ou outras.
Ela trouxe para a
escola a necessidade de se repensar as práticas pedagógicas e também os espaços
destinados à promoção da educação. Assim, novas metodologias foram
desenvolvidas e nossos espaços - a exemplo das salas de Atendimento Educacional
Especializado [AEE] - foram criados.
No entanto, apesar
dos muitos esforços produzidos e das transformações desencadeadas pela promoção
da Educação Especial, o sistema educacional brasileiro ainda continua recebendo
seus educandos, observando se os mesmos encontram-se dentro do ‘padrão de
normalidade’, historicamente estabelecido na nossa sociedade.
Diante desta
realidade, percebe-se que ainda existe a necessidade de se fazer com que todos
os indivíduos tenham acesso ao processo educativo de forma concreta e sem
obstáculos a serem superados. Por isso, a importância em se debater ainda mais
a Educação Especial.
Entretanto, é
importante deixar claro que as discussões relacionadas à Educação Especial não
devem se limitar apenas ao contexto acadêmico. Elas devem ser promovidas em
todos os setores e espaços sociais, visando tornar a sociedade mais inclusiva
e, acima de tudo, mais humana.
Na escola, como em
toda a sociedade, as diferenças devem servir apenas para aproximar as pessoas.
Pois, na atualidade não mais existem espaços para os chamados ‘padrões de
normalidade’, promotores da exclusão e alimentadores do preconceito.
Vivemos
na ‘sociedade do conhecimento’; compartilhamos da chamada ‘era dos
direitos’. Aprendemos que todos nós temos o direito ao sol. Somente precisamos,
efetivamente, colocarmos em prática todo esse aprendizado, mediante ações mais
coletivas.
A Educação
Especial, por permitir uma convivência respeitosa e diversificada entre todos
os sujeitos, deve ser reconhecida como sendo uma proposta capaz de promover a
Educação enquanto direito de todos, contribuindo de forma decisiva para a
formação integral do sujeito enquanto cidadão.
No presente
trabalho, tivemos a preocupação de apresentarmos a Educação Especial não
somente como um instrumento de promoção do processo educativo, mas também como
algo capaz de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, humana
e igualitária.
Para tanto,
apresentamos um pouco das inúmeras questões relacionadas à Educação Especial no
Brasil, promovemos um breve resumo histórico, definindo-a sob as óticas de
vários estudiosos e pesquisadores, mostrando com ela vem sendo desenvolvida em
nossas escolas e quais as suas perspectivas na atualidade.
Por fim, enumeramos
os principais desafios que ainda precisam ser superados para que a Educação
Especial seja algo presente e mais produtivo nas escolas brasileiras, sem,
contudo, deixar de fazer referências aos impactos negativos produzidos pelo
revogado Decreto nº 10.502/2020, que estabeleceu uma nova Política Nacional de
Educação Especial.
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NOSSAS PRODUÇÕES ACADÊMICAS - 12
PRÁTICAS EDUCATIVAS INOVADORAS
APRESENTAÇÃO
José Ozildo dos Santos
Professor Universitário
Quando se verifica
qual é o papel do professor, constata-se que este profissional possui uma
grande responsabilidade em sala de aula. Pois, a ele, foi confiada a missão de
atuar como facilitador do processo de aprendizagem.
É preciso perceber
que em uma sala de aula com vinte alunos, possuímos vinte sujeitos que aprendem
- cada um - de forma diferente. É por isso que o professor precisa ser criativo
para bem conduzir a sua prática pedagógica.
Assim, quanto maior
for o dinamismo do professor, quanto maior for a sua capacidade criativa,
quanto maior for o seu envolvimento com seus discentes, maiores e melhores
serão os rendimentos apresentados em sua sala de aula.
Para bem conduzir o
processo que lhe foi confiado, o professor precisa não apenas ‘conhecer’ o
conteúdo de sua disciplina, mas saber usar esse conhecimento para produzir
novos conhecimentos com seus alunos, aproveitando - como bem ensina Paulo
Freire - os diferentes ‘conhecimentos de mundo’, trazidos por seus
discentes para a sala de aula.
Em outras palavras,
o professor precisa de uma prática educativa que traga resultados, ou seja, que
produza aprendizagem. Logo, não basta ensinar. É preciso fazer com que o aluno,
de forma ativa, participe do processo de aprendizagem.
Assim, na busca
pela aprendizagem significativa, o professor precisa fazer com que o seu aluno
deixe de ser aquele indivíduo de ‘bancada’ - aquele sujeito passivo e
desprovido de capacidade interativa - e passe a ser o agente promotor de seu
próprio aprendizado.
Ao ter a
compreensão completa do que representa o trabalho docente, percebe-se o quanto
é árdua a missão do professor. Percebe-se também o quanto este profissional
precisa aprender a aprender e continuar aprendendo sempre para produzir
aprendizagem em sua sala de aula, auxiliando na formação de seu discente,
transformando-o em um sujeito crítico e consciente de seu papel na sociedade.
Tudo isso mostra
que o papel do professor não é somente facilitar o processo de
ensino-aprendizagem, mas também contribuir para a formação cidadã de seus
discentes. Assim, como já foi dito, para bem cumprir o seu papel, o professor
precisa ser dinâmico e criativo.
Ele precisa saber
inovar em sua sala de aula, buscando formas/meios especiais para melhor
conduzir o processo educativo, gerando sempre aprendizagem entre seus
discentes. Esse trabalho exige que professor repense a sua prática pedagógica,
faça uso de metodologias ativas, aproveitando tudo que esteja à sua disposição.
E, se preciso, seja um verdadeiro alquimista em sala de aula,
transformando, inclusive, a própria sala de aula, que deve ser sempre um espaço
acolhedor e inclusivo.
Como dito
anteriormente, em sala de aula, cada aluno aprende de uma maneira diferente.
Por isso, o processo educativo deve ser dinâmico. Ele não pode ser ‘pronto’.
Pois, se assim for, não produz aprendizagem.
O sucesso do
trabalho docente encontra-se diretamente ligado às práticas educativas
selecionadas pelo professor. Quando se faz uma má escolha, pode-se coloca tudo
a perder. Para que isto não ocorra, é primordial que o professor conheça seus
alunos. E mais do que isto, que ele saiba construir e valorizar a ‘relação
professor-aluno’. Pois, o sucesso do processo educativo também se encontra
condicionado a essa relação.
Além de dinâmico, o
processo educativo é complexo. Assim, por mais que seja abordado, haverá sempre
algo a ser discutido. Principalmente, no que diz respeito às práticas
educativas inovadoras.
No presente
trabalho, reunimos alguns escritos produzidos por discentes, que abordam o
processo educativo, bem como algumas das práticas educativas que nele são
utilizadas.
Deixo para vocês um
convite a uma boa leitura.
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NOSSAS PRODUÇÕES ACADÊMICAS - 11
TÓPICOS DE GEOGRAFIA
APRESENTAÇÃO
Prof. Antônio Izidro Sobrinho
O território brasileiro com sua grande extensão de terras abriga uma vasta variedade climática e cultural que se manifesta com suas particularidades nos diferentes ambientes deste. A sua amplitude latitudinal lhe confere uma diversidade morfoclimática rica e única. Entre estas grandes variedades climáticas encontra-se o semiárido nordestino uma região de elevada riqueza natural, porém pouco retratada ou retratada de forma equivocada com informações baseadas em estereótipos que são inverídicos ou já superados.
Neste sentido, o processo de valorização desta região só é possível por
meio do conhecimento daí a importância de fazermos uma análise acerca de temas
diversos que perpassam pela questão ambiental, social, cultural e política. É
evidente que há problemas sociais que acompanham as pessoas que habitam no
semiárido, porém busca-se enaltecer suas potencialidades, pois apesar de toda
adversidade como já dizia Euclides da Cunha “o sertanejo é antes de
tudo um forte”.
Este sertão que aparece como sendo um local de pobreza, fome, de
emigrantes/retirantes possui riquezas em todos os campos sejam eles econômicos,
ambientais e culturais. Inclusive, neste último campo destacam-se artistas
renomados que elevaram nosso nível cultural para os mais distintos recantos deste
país e do mundo, entre eles destacam-se: Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do
Pandeiro e outros tantos que com sua arte muito bem representaram este
pedacinho do nordeste brasileiro.
A produção de estudos que analisem as características físicas e o entendimento
de como estas características interferem nos aspectos sociais e como os grupos
sociais interferem no meio ambiente se faz necessário, pois isto revela que as
dificuldades não são geradas por questões de ordem natural apenas, mas
sobretudo, por ações políticas pouco eficientes que têm acompanhado o povo
sertanejo ao longo da história.
Neste interim, este material surge com o objetivo de contribuir com as
discussões acerca do semiárido nordestino com uma proposta de promover o
conhecimento deste não apenas para as pessoas de outras regiões, mas para os
próprios sertanejos, afinal, só haverá uma profunda valorização do território
habitado quando os habitantes deste o conhecem de fato.
Desejamos uma excelente leitura.
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NOSSAS PRODUÇÕES
ACADÊMICAS - 10
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO EM DEBATE
APRESENTAÇÃO
José Ozildo dos Santos
Professor Universitário
Instituída em 2008,
a PNEEPEI tem como objetivo assegurar a inclusão escolar ao público-alvo da
educação especial, garantindo-lhe, principalmente, “acesso ao ensino
regular, com participação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados
do ensino; oferta do atendimento educacional especializado” (BRASIL, 2008,
p. 12). Trata-se de um instrumento normativo ainda vigente.
Seguidamente, o
Decreto nº 6.751 de 17 de setembro de 2008, ao regulamentar o parágrafo único
do art. 60, da Lei nº 9.394/1996, criou o Atendimento Educacional Especializado
- AEE, apresentando-o como sendo “o conjunto de atividades, recursos de
acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma
complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular”, que “deve
integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família e
ser realizado em articulação com as demais políticas públicas” (BRASIL,
2008, p. 23).
Cumprindo a
legislação vigente e embasado nos princípios inclusivos, o Atendimento Escolar
Educacional é realizado de forma complementar ou suplementar, prioritariamente,
em salas de recursos multifuncionais, no turno inverso ao da escolarização do
aluno com deficiência, não sendo substitutivo às classes comuns.
No Atendimento Escolar
Educacional, as salas de recursos multifuncionais têm a missão de “assegurar
o pleno acesso dos estudantes público alvo da educação especial no ensino
regular em igualdade de condições com os demais estudantes” (BRASIL, 2008,
p. 24). E, para cumprir o seu papel, disponibilizam recursos pedagógicos e
de acessibilidade, configurando-se como importantes espaços de promoção da
educação especial inclusiva.
Entretanto, não é
necessário muito esforço para se perceber que a missão estabelecida para
as salas de recursos multifuncionais é muito significativa. E por que não
dizer, que é de extrema relevância. Pois, possui um grande cunho social,
valorizando a dignidade para pessoa humana e servindo também de promoção aos
direitos humanos.
No entanto, para
que ocorra de forma efetiva a inclusão do aluno com deficiência no ensino
regular, não bastam apenas os materiais didáticos, pedagógicos e de
tecnologia assistiva disponibilizados nas salas de recursos multifuncionais. É
preciso uma completa releitura da escola, além da reestruturação dos métodos
pedagógicos e da revisão de seus currículos.
Na realidade, é
preciso que tudo na escola seja adaptado às necessidades específicas de seus
alunos com deficiência. Em outras palavras, as salas de recursos
multifuncionais não conseguem realizar um trabalho produtivo sem que estes e
outros pontos relacionados à inclusão dos alunos com deficiência não sejam
privilegiados.
Diante desta
situação surgem vários questionamentos relacionados ao Atendimento Educacional
Especializando. Muitos destes questionamentos deixam de lado a escola e
focam-se apenas no trabalho que é desenvolvido pelos professores que atuam no
AEE, questionando, principalmente, a qualificação recebida.
Entretanto, o que
se deveria indagar é se as escolas estão preparadas para promoverem a efetiva
inclusão “dos estudantes público alvo da educação especial no ensino
regular em igualdade de condições com os demais estudantes”, na forma
estabelecida pela legislação vigente.
A presente produção
acadêmica - que tem por título ‘Atendimento Educacional Especializado
em Debate’ - centra-se nessas discussões e mostra que o foco delas não
deve a (in)eficiência ou a (in)eficácia das salas de recursos
multifuncionais, mas todo o processo educativo inclusivo, de forma a garantir “a
educação para todos”, na esperança de que este lema não caia no esquecimento.
Link para acesso ao
nosso e-book
https://archive.org/details/atendimento-educacional-especializado-em-debate
NOSSAS PRODUÇÕES ACADÊMICAS - 9
OS SERVIÇOS PRESTADOS POR UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NA
AVALIAÇÃO DE SEUS USUÁRIOS
APRESENTAÇÃO
José Ozildo dos Santos
Professor Universitário
No Brasil, as
Unidades Básicas de Saúde (UBS) que integram a Estratégia de Saúde da Família
(ESF), surgiram na década de 1980 em substituição aos antigos postos de saúde.
Destacam Chiapinotto; Fait e Mayer Júnior (2017, p. 158) que tais unidades
“surgiram no contexto de organização dos serviços, como possibilidade de maior
eficácia de tratamento (resolutividade nas questões referentes à saúde)”.
Desta forma,
objetivando cumprir os princípios que norteiam as ações indicadas pelo Sistema
Único de Saúde (SUS), as Unidades Básicas de Saúde vêm desenvolvendo formas de
trabalho visando reduzir a ineficiência, que sempre esteve ligada à rede
pública de saúde.
Por essa razão, a
pesquisa em torno da satisfação dos usuários atendidos em uma UBS apresenta-se
como importante para a administração pública, porque nela é possível se
observar o que dificulta o atendimento nesse ambiente e como se pode intervir,
objetivando melhorias nos serviços que ali são prestados. Tudo isto porque
quando se conhece o grau de satisfação dos usuários, é possível se identificar
falhas na assistência (ANDRADE et al., 2019).
Um estudo realizado
por Facchini; Tomasi e Dilélio (2018) destaca o modelo assistencial desenvolvido
pelo SUS, buscando a resolução dos problemas da área da saúde, privilegiando o
espaço local. Logo, para concretizar essa meta, os serviços de saúde passaram a
ser organizados em uma rede poliárquica, caracterizada pela diferenciação dos níveis
de complexidade. Com esse modelo, a coordenação das ações de saúde fica a cargo
da atenção primária, o que facilita o acesso aos serviços básicos de saúde.
Com esse novo
modelo, à Estratégia da Saúde da Família cabe o gerenciamento das ações básicas
de saúde que são voltadas para a população. Além de procurar prestar uma
assistência integral à população, a ESF como suas equipes multiprofissionais e
interdisciplinares, procura se aproximar dos usuários visando integrá-los,
prestando um serviço com qualidade.
Complementando esse
pensamento, Galdino et al. (2016) ressaltam que quando uma UBS presta um
serviço com qualidade à sua clientela, esta torna-se conhecida e passa a ser um
referencial. Em outras palavras, a qualidade dos serviços prestados dar-se
quando existe o atendimento integral das necessidades dos usuários. E isso gera
satisfação no público assistido.
Assim, para se
alcançar sucesso na administração de uma UBS, deve-se ter uma maior preocupação
com a satisfação de seus usuários. Em outras palavras, é preciso primar pela
qualidade dos serviços oferecidos.
A satisfação do
usuário representa a qualidade dos serviços prestados pela UBS. Trata-se de uma
avaliação global feita pelo indivíduo a partir de várias experiências e/ou
observações, sendo, deste modo, uma avaliação contínua da instituição no que
diz respeito ao fato de proporcionar os benefícios que os usuários almejam. Com
base nisso, entende-se que, não se pode ter um serviço de alta qualidade se o
alvo deste serviço - o usuário - não estiver satisfeito, seja com a solução de
um problema ou o atendimento de uma necessidade (SILVA; HECKSHER, 2016).
Cotta et al. (2017,
p. 288) ressaltam que a percepção dos usuários sobre os serviços prestados pelas
UBS, que integram a ESF é de extrema importância, isto porque é a comunidade, a
razão da existência do referido serviço. E, a avaliação que o usuário faz do
sistema favorece a humanização do referido serviço, constitui-se numa
oportunidade de verificação se os serviços que estão sendo prestados satisfazem
às expectativas dos usuários.
É importante
ressaltar que “a avaliação da assistência prestada pelas instituições públicas
de saúde constitui um dos caminhos da gestão para buscar a qualidade do atendimento
prestado” (ADAMI; MARANHÃO, 1995, p. 51).
De forma
complementar, Barbosa Júnior; Callefi e Chiroli (2018) afirmam que a satisfação
de um usuário recebe influência de diversas situações, de forma que a percepção
da qualidade do serviço é afetada pelo que é fornecido e também pela maneira
como o usuário é tratado, pela ação dispensada por quem atende, bem como pela
comunicação estabelecida ao longo ou após o atendimento.
Vista por esse
lado, entende-se que a satisfação com os serviços representa uma medida de
qualidade da atenção básica em saúde. Diante do exposto, a presente pesquisa
tentou encontrar respostas ao seguinte questionamento: Qual o grau de
satisfação dos usuários em relação aos serviços prestados por uma Unidade
Básica de Saúde no município de Campina Grande-PB?
Assim, o objetivo
deste trabalho é avaliar o grau de satisfação dos usuários em relação aos
serviços prestados numa Unidade de Saúde da Família, localizada no município de
Campina Grande-PB.
Para tanto, se faz
necessário identificar os principais fatores que afetam a satisfação dos
usuários dos serviços de saúde pública; descrever quais os principais
indicadores de qualidade relacionados aos serviços de saúde pública; mostrar
como os usuários avaliam serviços oferecidos na UBS selecionada como campo de
pesquisa.
É importante
destacar que o atendimento em saúde prestado pelas unidades que integram o SUS,
deve basear-se nos princípios que norteiam a assistência humanizada, que, por
sua vez, exige o máximo de atenção para com o paciente (SANTOS et al., 2023).
Esta é a relevância
social da presente pesquisa, pois o usuário somente sentirá satisfação em
relação ao atendimento que lhe foi proporcionado se sentir-se valorizado, se
reconhecer que a sua dignidade foi respeitada e preservada, se sentir que
durante e depois do atendimento que lhe foi proporcionado, foi visto como
pessoa humana.
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