Hoje é

sábado, 26 de fevereiro de 2011

NORTERIOGRANDENSES ILUSTRES - II

ALMINO ÁLVARES AFONSO


José Ozildo dos Santos


A
dvogado, jornalista, tribuno, poeta e historiógrafo, nasceu a 17 de abril de 1840, no Sítio Coroatá, proximidades da localidade ‘Patú de Dentro’, em território do antigo município de Martins, no Oeste norte-riograndense, sendo filho do casal Francisco Manoel Álvares Afonso e Luiza Cândida Teles de Menezes. Aos oito anos de idade, ficou órfão de pai.
Possuidor de uma inteligência fora do comum, ainda menino tornou-se professor de primeiras letras, encantando com seu saber, modos e hábitos. Inicialmente, lecionou em Caraúbas. Mais tarde, em Catolé do Rocha, na Paraíba, retornando a Martins. Falava fluentemente o francês e especializando-se na língua de Cícero, tornou-se um dos maiores latinistas que Rio Grande do Norte possuiu.
  Almino Álvares Afonso

Diplomado em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito do Recife, na turma de 1871, iniciou sua vida profissional como Promotor Público da Comarca de Independência - atual cidade de Guarabira - no interior da Paraíba. Posteriormente, transferiu-se para o Ceará, onde revelou-se hábil advogado, jornalista de combate e grande orador. Era Procurador Fiscal dos Feitos da Fazenda em Fortaleza, quando, em 1883, envolveu-se ativamente na campanha abolicionista, que, adquirindo proporções e importância, conseguiu a completa emancipação dos escravos existentes naquela província, muito antes da Lei Áurea, sendo exonerado de suas funções, por imposição do conselheiro Antônio Joaquim Rodrigues Júnior.
Possuidor de uma palavra vibrante, deu uma grande contribuição ao movimento abolicionista no Ceará e no Rio Grande do Norte. Em Mossoró, onde esteve em campanha, conquistou a cidade com seus discursos eloqüentes, redigindo a ata do 30 de setembro de 1883, que assinalou a extinção da escravatura naquele município.
Em Fortaleza, dirigiu o jornal ‘O Libertador’ e transferindo-se para Manaus (1884), ali reiniciou suas atividades profissionais. Diretor do jornal ‘O Rio Branco’, elegendo-se vereador, presidiu as sessões legislativas da Câmara Municipal de Manaus, durante o ano de 1887.
No último ano do período monárquico, aceitou e disputou sem êxito uma vaga à Assembléia Geral, pelo Rio Grande do Norte. Proclamada a Republica, foi por seus conterrâneos lembrado para a Constituinte, recebendo o apoio dos três agrupamentos que havia no Estado: o governista, o oposicionista e o católico. Eleito deputado, no pleito realizado a 15 de setembro de 1890, participou ativamente dos trabalhos constituintes.
Em 1894, elegeu-se Senador da República, para um mandato de nove anos e encontrava no exercício de suas funções, quando faleceu em Fortaleza, a 13 de janeiro de 1899. No Congresso Nacional, foi um grande defensor dos interesses do Rio Grande do Norte. Orador dos mais talentosos, sua vida, resume-se numa sucessão de combates.
Publicou: ‘Os Rodrigões do Império, ou Caráter da Única Monarquia Americana’ (Ceará, 1886) e ‘Uma Nota sobre os Quebra-Quilos da Paraíba do Norte’ (Fortaleza, 1875), este, com o pseudônimo de Philopoomen.
Patrono da cadeira nº 9, da Academia Norte-riograndense de Letras, em 1918, seu nome foi dado à antiga povoação de ‘Caeira’, posteriormente desmembrada do município de Patú e elevada à categoria de cidade, através da Lei Estadual nº 912, de 24 de novembro de 1953.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

SILVINO PIRAUÁ DE LIMA

O POETA ENCICLOPÉDICO

José Ozildo dos Santos

I
niciador do romance em versos e nome de grande destaque na história da literatura popular do Nordeste brasileiro, Silvino Pirauá de Lima nasceu na próspera Vila de Patos, sede da Freguesia de Nossa Senhora da Guia, em 1860. Filho de agricultores, teve uma infância pobre e distante da escola. No entanto, possuidor de uma grande vivacidade, cedo aprendeu a versejar.

Silvino Pirauá de Lima
Tocador de viola admirável e repentista exímio, considerado o mais notável de todos os discípulos do famoso repentista Francisco Romano, do Teixeira, de quem era grande amigo, Silvino Pirauá foi depois de seu mestre, o maior cantador do Nordeste. Venceu inúmeros cantadores, jamais foi vencido.
             Silvino Pirauá foi uma grande de violeiro, que soube honrar as lições do mestre, e sempre cultuou a sua memória. Glosador e poeta popular, viveu a primeira fase de sua vida, cantando pelas feiras livres do sertão paraibano.
             Silvino Pirauá era irmão do também cantador José Martins. Poeta andarilho, Silvino Pirauá vivia exclusivamente de sua arte e rimava para arranjar o pão. Na companhia de seu discípulo Josué Romano, anualmente percorria os Estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco, cantando nas feiras do interior.
Em 1898, fugindo dos efeitos maléficos de uma grande estiagem, que assolava o sertão paraibano, deixou a Vila de Patos e transferiu-se para Recife, onde fixou residência num bairro pobre e passou a exercer seu ofício, cantando nas feiras e praças da capital pernambucana.
Foi nessa época, que levado por dificuldades econômicas, iniciou a publicação de seus versos, tornando-se o percussor do romanceiro popular. Homem pobre - a exemplo da maioria dos cantadores nordestinos - falecendo sua esposa, “ele não tendo dinheiro, foi cantar, a firma de ganhar o necessário para fazer o enterro”.
Foi na capital pernambucana, que Silvino Pirauá consagrou-se como poeta e cantador de viola. Formando parceria com José Galdino da Silva Duda e posteriormente com o cantador pernambucano Antônio Batista Guedes (seu discípulo), percorreu as mais importantes feiras do interior nordestino, cantando e vendendo folhetos, difundindo a Literatura de Cordel.

Capa de um dos folhetos de Silvino Pirauá

Possuidor de uma memória prodigiosa, Silvino Pirauá tinha conhecimentos rudimentares de Geografia, História Universal e Sagrada. Cognado por seus colegas como ‘o poeta enciclopédico’, celebres são suas ‘descrições’ sobre a Paraíba e o Amazonas.
Essa descrição do Amazonas, feita por Silvino Pirauá de Lima foi baseada nas informações fornecidas pelo seu conterrâneo Silvino Lustosa Cabral, aventureiro, senhor e proprietário do seringal ‘Redenção’, no alto Juruá, em território acreano. Lamentavelmente, essa longa descrição perdeu-se com o tempo. Apenas se conhece os versos esparsos, transcritos pelo professor Alfredo Lustosa Cabral, em seu livro ‘Dez anos no Amazonas’.
Nela, o ‘poeta enciclopédico’, fala sobre os peixes, bichos da selva, aves e árvores. Em meados de 1913, Silvino Pirauá encontrava-se cantando em Bezerros, no interior de Pernambuco, quando contraiu varíola e prematuramente faleceu, aos 53 anos de idade. À semelhança de muitos cantadores, era tido como um indivíduo jogador e mulherengo.
Silvino Pirauá escreveu e publicou inúmeros folhetos, entre os quais, os mais conhecidos são: ‘História do Capitão do Navio’ e ‘Peleja da Alma’, ‘Verdadeira Peleja de Francisco Romano e Inácio da Catingueira’, ‘A Vingança do Sultão’, ‘As Três Moças que Quiseram Casar com um só Moço’, ‘História do Capitão do Navio’, ‘História de Zezinho e Mariquinha’, ‘Desafio de Zé Duda com Silvino Pirauá’, ‘Descrição da Paraíba’, ‘E Tudo Vem a Ser Nada’, ‘Descrição do Amazonas’, ‘História de Crispim e Raimundo’ e ‘Peleja da Alma’. Esta, transcrita por Rodrigues de Carvalho, em seu ‘Cancioneiro do Norte’.
Os romances de Pirauá, que, ao longo dos tempos vinha sendo “reeditados e consumidos pelo homem do campo”, hoje, juntamente com a obra de Leandro Gomes de Barros e outros expoentes da Literatura de Cordel, a exemplo de Patativa do Assaré, são objetos de estudos nos meios universitários.
Poeta original, iniciador do romance em versos, no Brasil, embora não lhe caiba a maior glória de nosso romanceiro popular, Pirauá é lembrado na história de nossa literatura de cordel, por seu pioneirismo. Por mais e cem anos, seus romances “vêm seno reeditados e consumidos”.
Criador de mitos e inventor de pelejas fictícias, Silvino Pirauá de Lima foi “um gênio no seu universos sócio-cultural”. Em sua produção, abordou os mais variados temas, dando uma grande contribuição à literatura popular nordestina. Lamentavelmente, é um nome ignorado na cidade, que lhe serviu como berço.

Artigo publicado na Revista Acordando o Cordel, Ano 1, nº 1, Coremas-PB, outubro de 2010, pág. 31-32.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

PATOS - PB

CONTRIBUIÇÃO À HISTÓRIA ECLESIÁSTICA
DE PATOS


José Ozildo dos Santos


I - Os primeiros registros históricos da Freguesia de Nossa Senhora da Guia


A história eclesiástica de Patos confunde-se com a própria história da cidade, cujo núcleo inicial, a exemplo de várias outras localidades do sertão paraibano, nasceu da conjugação do elemento religioso, apoiado na pecuária, suporte econômico que proporcionou o povoamento efetivo do interior nordestino.
Aos 26 de março de 1766, Paulo Mendes de Figueiredo e sua esposa Maria Teixeira de Melo, associados ao desbravador João Gomes de Melo e sua esposa Mariana Dias Antunes, moradores nas proximidades da ‘Lagoa dos Patos’, doaram partes de suas terras para a constituição do patrimônio de uma futura capela, que pretendiam erigir, em louvor a Nossa Senhora da Guia.


Seis anos mais tarde, a referida capela já estava concluída. Ao seu redor, Paulo Mendes de Figueiredo e João Gomes de Melo construíram as primeiras casas de moradas, principiando a fundação da povoação dos ‘Patos’, que, adquirindo delineamento urbano, tornou-se sede de freguesia aos 6 de outubro de 1788.
O território da Freguesia de Nossa Senhora da Guia (dos Patos), foi desmembrado da Matriz de Nossa Senhora Santana, sediada na antiga Vila Nova do Príncipe, atual cidade de Caicó, no vizinho Estado do Rio Grande do Norte (e não da de Pombal, como até agora vem sendo divulgado). Principiando na Serra do Teixeira, o referido território abrangia toda a Ribeira das Espinharas. E, de acordo com a Provisão Régia nº 14, que criou a referida sede paroquial, a ela “também lhe pertencerá o Rio do Sabugi até a fazenda do Jardim e a Capela de Santa Luzia, com todos os seus moradores na distância de quatro léguas em circulo”.
No entanto, o primeiro Vigário de Patos, Padre Manoel Rodrigues Xavier (e não o Padre José Inácio da Cunha Souto Maior, como já foi divulgado), “arrimado na declaração episcopal, segundo a qual os sítios que distassem quatro léguas da povoação de Santa Luzia, enquadrar-se-iam na jurisdição da Matriz dos Patos, declarou que os moradores no Espírito Santo (Ouro Branco-RN), passavam a ser seus fregueses”.
Esta decisão, não agradou os moradores daquela localidade, que pretendiam continuar pertencendo à Freguesia da Vila Nova do Príncipe. Assim, em 1790, endereçaram uma longa representação ao Bispo de Olinda, que designou o Cônego Penitenciário Manoel Vieira de Lemos Sampaio para tratar do assunto. Este, em longo parecer, decidiu a favor dos habitantes da futura cidade de Ouro Branco, sepultando as aspirações do Padre Manoel Rodrigues Xavier.
A antiga ‘Povoação dos Patos’ pertenceu ao território do município de Pombal até 9 de maio de 1833, quando, por Resolução do Conselho da Província, foi elevada à categoria de município com a denominação de ‘Imperial Vila de Patos’. Assim, emancipada politicamente, Patos passou a ter autonomia e Conselho Administrativo próprio. Sua instalação oficial ocorreu aos 22 de agosto daquele ano.
A primeira preocupação da Câmara Municipal de Patos, foi a discussão da Lei Geral, que demarcou os limites da antiga Vila Nova do Príncipe, contrariando interesses patoenses. Assim, logo no início de 1834, aquela Casa Legislativa enviou à Assembléia Geral uma longa representação, solicitando a revogação do Decreto de 25 de outubro de 1831.
No entanto, essa representação não atingiu seus objetivos. Uma Comissão formada na antiga Câmara dos Deputados, opinou pela manutenção do teor do mencionado decreto, cabendo à Vila dos Patos, “todo o território assinalado no ato de criação de sua freguesia”. A solução apresentada não agradou a classe política paraibana e a questão dos limites entre as duas províncias, arrastou-se por longos anos.
O primeiro bispo a visitar a sede da Freguesia de Nossa Senhora da Guia, foi Dom João da Purificação Marques Perdigão, titular da Diocese de Olinda - a cuja jurisdição pertencia todo o território paraibano - que aqui esteve em junho de 1839. Em Patos, aquele prelado sofreu “grande amargura por causa do depravado procedimento do vigário” local, que, publicamente, vivia em concubinato com uma senhora da Vila, morando na mesma casa e de cuja união proibida aos olhos da Igreja, havia alguns filhos. Entretanto, o ilustre visitante limitou-se a determinar que o referido vigário, providenciasse residência para sua amante, em local distante da respectiva freguesia.

II - O Padre Manoel Cordeiro da Cruz e sua ação sacerdotal em patos

Os registros históricos sobre os primeiros vigários da Freguesia de Patos são escassos. Quase nada existe nos Livros de Tombo da Matriz de Nossa Senhora da Guia. Somente a partir da segunda metade do século XIX, é que as informações a esse respeito, tornaram-se mais concretas.
Em 1853, após aprovação em concurso, o Padre Manoel Cordeiro da Cruz tornou-se vigário colado da Vila de Patos, realizando uma ação sacerdotal digna de registro. Espírito incansável, levou os sacramentos aos mais distantes recantos de sua extensa freguesia, prestando significativa assistência aos seus fiéis, quando da epidemia do ‘cólera morbus’, que assolou a Paraíba, em 1856. Em Patos, o referido ‘mal do Ganges’, vitimou 24 pessoas, que foram sepultadas em vala coletiva, distante do perímetro urbano.
Passado aquele flagelo, o governo provincial determinou a construção do primeiro cemitério na referida vila, cuja benção foi procedida pelo Vigário Manoel Cordeiro da Cruz, aos 19 de janeiro de 1857, em solenidade que contou com a presença de grande número de pessoas e do Padre José Jácome de Fontes, coadjutor da Freguesia de Nossa Senhora da Guia, além dos senhores Luís Pedro de Azevedo, Joaquim Teodoro Sousa, Baldoino Amando Freire, Antônio Alves da Nóbrega e José Galdino de Oliveira Nóbrega, figuras de destaques na sociedade patoense da época.
Aos 13 de agosto daquele ano, a Freguesia de Patos, recebeu a visita do Padre Francisco de Holanda Chacon, ‘presbitero secular, Cavalheiro da ordem de Cristo, Vigário Collado da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição, da Cidade de Areia e n’ellla vigário de Vara, Visitador Geral das freguesias da Província da Paraíba e Delegado do Santo Crisma”. Aqui, aquele visitador encontrou a Matriz em bom estado e certificou que os assuntos da freguesia, estavam de acordo com as normas canônicas.
Três anos mais tarde, aos 8 de outubro de 1860, Patos recepcionou o Dr. Luís Antônio da Silva Nunes, Presidente da Província, que procedente de Pombal, realizava uma visita ao interior da Paraíba. Na oportunidade, o referido governante foi saudado pelos membros da Câmara Municipal, sob a presidência do Vereador João Machado da Costa e hospedou-se na residência do Vigário Manoel Cordeiro da Cruz, membro do Partido Conservador, que, à época, já havia representado este município na Assembléia Provincial, durante a legislatura de 1858-1859.
Sempre preocupado com seus paroquianos, o referido pároco em carta a Dom João da Purificação Marques Perdigão, datada de 12 de maio de 1862, informava que em sua Freguesia havia “um costume improcedente (...) de raptar as moças por sedução para casar, resultando d’esta sorte disgostos, intrigas e desassocêgos das famillias (...). Desde que administro esta Freguesia, que tenho reprovado tal procedimento, porem não tenho conseguido bom resultado (...)”.
Naquele mesmo ano, aos 8 de dezembro, o Vigário Manoel Cordeiro procedeu a benção do sino, que foi colocado no primeiro cemitério construído na Vila de Patos, localizado a poucos metros da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Guia. Anos mais tarde, benzeu a Capela de São José, construída na povoação, núcleo inicial da atual cidade de São José de Espinharas, em solenidade que foi comunicada aos seus superiores nos seguintes termos: “Aos seis de outubro de mil oito centos e sessenta e nove em virtude de licença, conferi a benção da Capela de Sam José d’esta Freguesia, em solemnidade, assistindo os Reverendos Joaquim Félix de Medeiros, Aquilino Satyro e Souza e Joaquim Alves Machado e mais povo. E para constar faço este assento, que assigno. Vigro. Manoel Cordeiro da Cruz”.
Antes, porém, aos 8 de setembro de 1869, na mesma localidade, havia procedido a benção do cemitério local, construído em cumprimento a uma determinação do Presidente da Província. Em 1870, o Padre Manoel Cordeiro retornou à Assembléia Legislativa, eleito para cumprir um segundo mandato como deputado provincial.
Sua permanência prolongou-se até princípios de 1878, quando foi removido para Maceió. Anos mais tarde, o referido sacerdote foi designado vigário da Freguesia de São Francisco das Chagas, sediada em Canindé-CE, sua terra natal, onde exerceu seu sacerdócio de 29 de abril de 1888 a 5 de outubro de 1898. Em Patos, foi substituído pelo Padre Joaquim Alves Machado, que desde 30 de agosto de 1868, ocupava o cargo de coadjutor da Matriz de Nossa Senhora da Guia.
Nascido aos 15 de julho de 1818, o Padre Manoel Cordeiro da Cruz era filho do casal José Joaquim da Cruz e Maria da Natividade Barbosa Cordeiro. Fez seus estudos eclesiásticos no Seminário de Olinda, ordenando-se aos 18 de fevereiro de 1842, tendo como companheiro, entre outros, o Padre Gregório Ferreira Lustosa, o primeiro sacerdote nascido na futura cidade de Patos.
Atencioso às determinações de seus superiores e zeloso nos registros dos fatos relacionados à sua Freguesia, o Padre Manoel Cordeiro da Cruz legou à posteridade as mais concretas informações sobre a Freguesia de Patos, no século XIX. Em Canindé, viveu seus últimos anos de vida, falecendo no dia 25 de julho de 1911, conforme informações contidas no livro ‘Notas Políticas e Religiosas de Canindé’, de autoria do Padre Luís de Sousa Leitão, antigo vigário de Pentecoste-CE, que com ele conviveu e traçou-lhe significativo perfil biográfico.


FONTE:
SANTOS, José Ozildo dos. Contribuição à história eclesiástica de Patos. Patos: Soluções & Escritos, 2005, p. 7-12.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

NORTERIOGRANDENSES ILUSTRES - I

JOSÉ AUGUSTO DE MEDEIROS BEZERRA


José Ozildo dos Santos


P
olítico, magistrado, jornalista, educador, escritor e historiador, nasceu a 22 de setembro de 1884, em Caicó, Província do Rio Grande do Norte. Foram seus pais o professor Manoel Augusto Bezerra de Araújo e dona Cândida Olindina de Medeiros.
Em 1901, ingressou na tradicional Faculdade de Direito do Recife, diplomando-se em Ciências Jurídicas e Sociais a 1º de dezembro de 1905, sendo o orador de sua turma. Ainda acadêmico, foi nomeado inteiramente para ocupar o cargo de Procurador da República, na seccional do Rio Grande do Norte (1905).
Diplomado, durante o ano de 1906, lecionou História Geral e do Brasil, no Ateneu Norte-riograndense. Em 1907, transferiu-se para o Rio de Janeiro, após ser designado Fiscal Federal junto ao Colégio Abílio, na Praia do Botafogo. No ano seguinte, retornou à Natal, tornando-se professor de Geografia no Ateneu, do qual, dois anos mais tarde seria seu diretor.
Em princípios de 1911, ingressou na magistratura, sendo nomeado Juiz de Direito da Comarca de Caicó. Encontrava-se no exercício das referidas funções, quando, no ano seguinte, assumiu interinamente a Chefia de Polícia do Estado. Filiado ao Partido Republicano, elegeu-se deputado estadual à legislatura de 1913-1915.
Durante alguns meses, em 1914, foi Secretário Geral do Governo Ferreira Chaves. Eleito deputado federal, representou seu Estado na Câmara dos Deputados de 1915 a 1923. E, escolhido Governador, administrou o Rio Grande do Norte de 1º de janeiro de 1924 a 1º de janeiro de 1928.

José Augusto de Medeiros Bezerra

Em seu governo, trouxe para o Estado um plano de reformas gerais, remodelando e atualizando as repartições públicas, que lhe permitiu realizar uma excelente administração. Ao concluir seu governo, elegeu-se senador da República e reeleito em 1930, teve seu segundo mandato senatorial, prejudicado pela Revolução que eclodiu em finais daquele ano.
Em 1934, iniciado o processo de reconstitucionalização do país, fundou o Partido Popular e no ano seguinte, retornou à Câmara dos Deputados. Mas, novamente teve seu mandato parlamentar prejudicado, pelo Golpe do Estado Novo, a 10 de novembro de 1937. Em 1945, filiado aos quadros da União Nacional Democrática, retornou ao cenário político, eleito deputado à Assembléia Nacional Constituinte (1945).
Deputado dos mais atuantes, representou o Rio Grande do Norte no Parlamento Nacional até 1955, quando encerrou sua vida pública. Figuras da maior projeção nas letras, na educação e na política norte-riograndense, José Augusto de Bezerra Medeiros, faleceu no Rio de Janeiro, a 18 de maio de 1971.
Por seus conhecimentos e reconhecida cultura, recebeu inúmeros títulos honoríficos de instituições nacionais e estrangeiras. Pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, à Academia Norte-Riograndense de Letras e ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. No Rio de Janeiro, foi redator do ‘Diário de Noticias’, ‘O Jornal’ e ‘A Manhã’.
Escritor e historiador, publicou os seguintes livros: ‘Pela Educação Nacional’ (1918); ‘Eduquemo-nos’ (1922); ‘Aos Homens de Bem’ (1926); ‘A Representação Profissional nas Democracias’ (1933); ‘O Anteprojeto de Constituição em face da Democracia’ (1934); ‘Por que sou Parlamentarista’ (1936); ‘Famílias Seridoenses’ (1940); ‘O Sal e o Algodão na Economia Potiguar’ (1946); ‘Seridó’ (1954) e ‘A Federação Mundial’ (1954).

domingo, 13 de fevereiro de 2011

PARELHAS-RN

AS ORIGENS DE UMA CIDADE

José Ozildo dos Santos

O
 desbravamento e a ocupação do território parelhense é um capítulo especial na história do Seridó norteriograndense. Logo na primeira metade do século XVII, o Seridó começou a ser explorado. Existem registros históricos que atestam a presença portuguesa na região antes do domínio holandês no nordeste. Tais registros referem-se ao aldeamento de índios da nação tapuia, em território que posteriormente constituiu-se no município de Acari. Na demarcação do referido sítio dos tapuias, encontramos as primeiras referências sobre o Boqueirão de Parelhas, à época, conhecido como ‘Boqueirão do Acauã’.
Durante o período de domínio holandês, o território parelhense foi visitado por exploradores flamengos, que adentraram o interior da Capitania em busca do apoio do elemento silvícola. Conhecedores dos atos de bravuras e de coragem da nação tapuia, os holandeses sabiamente souberam conquistar a confiança daqueles selvagens, utilizando-os como armas contra os luso-brasileiros.
Anos mais tarde, após a expulsão dos holandeses, os tapuias, inimigos irreconciliáveis dos portugueses, levantaram-se em armas contra o elemento colonizador, gerando a chamada ‘Guerra dos Bárbaros’, que teve como epicentro o Seridó Oriental.

O Boqueirão de Parelhas, uma coordenada geográfica
na penetração do Seridó potiguar

         Ainda no final do século XVII, pelo ‘Boqueirão de Parelhas’, passaram os terços paulistas, sob o comando de Domingos Jorge Velho com a missão de combater os tapuias em guerra. Em território parelhense ocorreram as mais sangrentas batalhas daquela guerra anticolonalista, que, no final, foi objeto do primeiro tratado de paz assinado por um rei europeu e um chefe de uma nação indígena, na América Latina.
Terminada a Guerra dos Bárbaros, foram concedidas as primeiras sesmarias no território parelhense. A fácil localização, a fertilidade dos solos e a existência de água, foram os principais fatores que contribuíram para o rápido povoamento do solo parelhense.
Em 1700, o tenente Francisco Fernandes de Sousa [que participou ativamente da Guerra dos Bárbaros], fixou-se na região, após instalar sua fazenda de gado, à margem esquerda do Rio Seridó, nas proximidades da Serra do Boqueirão.  Nascia, assim, o primeiro núcleo de ocupação humana em solo parelhense. No entanto, aquele pioneiro somente requereu a legalização de suas terras após 23 anos de efetiva ocupação, conforme nos informa João de Lyra Tavares, em seus ‘Apontamentos para a história territorial da Parahyba’, publicados em 1912.
As dificuldades da época, a distância entre os centros das decisões administrativas e a constante luta para manter-se na posse da referida terra, foram os obstáculos alegados pelo tenente Francisco Fernandes de Sousa ao governo da Capitania da Paraíba - a cuja jurisdição pertencia o território parelhense - quando da solicitação das referidas terras, em 1723.

Leito do Rio Seridó, próximo ao Boqueirão de Parelhas 
(Foto datada de 1920, por Luciano Jacques de Moraes)

No final do século XVIII, todo território parelhense já encontrava-se desbravado e dividido em fazendas com seus gados presos em currais de pau a pique. Certo e seguro é afirmar que a pecuária foi o elemento que estimulou o povoamento do mencionado território, numa visível consolidação do chamado ciclo do gado ou do couro.
Boqueirão, Cobra, Barra, Carnaúba, Quintos, Boa Vista, Tanques de Felipe Dias, Preás, Sussuarana, Retiro, Malhada Grande, Corujinha e Timbaúba (cujos topônimos sobrevivem até os dias atuais), são exemplos de fazendas de gado que surgiram no território parelhense ainda no século XVIII e que serviram como núcleos iniciais de ocupação humana, naquela região.

Ombreira direita da Serra do Boqueirão de Parelhas
(Foto datada de 1920, por Luciano Jacques de Moraes)

Se o século XVIII entrou para a história parelhense como a centúria de sua ocupação territorial, o seguinte, consolidou sua formação histórica. Cronologicamente, o primeiro fato de importância histórica registrado no século XIX foi a passagem de Frei Caneca (juntamente com o que sobrou do exército confederado) pelo território parelhense, em finais de outubro de 1824. O mártir da Confederação do Equador deixou escrito em seu diário a impressão viva que teve da Serra da Borborema e da boa hospedagem recebida na ‘Fazenda Alma’, em solo parelhense, quando de sua macha em fuga para o Ceará.
A cidade de Parelhas nasceu de uma prece. Corria o ano de 1856 quando todo o interior da Província do Rio Grande do Norte foi assolado pela epidemia do cólera morbus, que vitimou mais de um terço de toda população norteriograndense.
No atual território parelhense, inúmeros foram as vítimas daquela epidemia infecto-contagiosa. Famílias inteiras sucumbiram, deixando um rastro de dor e sofrimento. Na região, inexistiam cemitérios e as vítimas foram sepultadas em valas coletivas.
         O desespero da população indefesa levou os senhores Sebastião Gomes de Oliveira e Cosme Luís a fazerem uma prece. Se a região ficasse livre daquela mortal epidemia eles construíram uma capela consagrada a São Sebastião. Assim, alcançada a graça, uma pequena capela foi construída. E, ao seu redor, surgiram as primeiras casas.
          O aglomerado humano, aos poucos foi adquirindo delineamento urbano. Numa visível demonstração de fé, foi fincada uma cruz de madeira no local que antes funcionou como o cemitério para os coléricos. Era o marco inicial da evolução histórica da futura cidade de Parelhas, cujo povoado somente aparece nos documentos oficiais - com essa denominação - a partir de 1870.
         Em novembro daquele mesmo ano de 1870, a pequena povoação tornou-se distrito de paz, subordinado ao município de Jardim do Seridó, do qual era parte integrante. A localização privilegiada estimulou seu crescimento.  Ainda naquele ano, ali surgiu a primeira escola de instrução primária, fundada e regida pelo talentoso professor José Gomes, que, por seus relevantes serviços, foi agraciado pelo Imperador Dom Pedro II com a Comenda da Ordem de Cristo. A referida escola foi a primeira no interior da Província do Rio Grande do Norte a funcionar em prédio próprio, construído à custa de seu professor.
          Aos poucos, a pacata povoação foi adquirindo importância econômica. Em 1888, o padre Bento Maria Pereira Barros instalou-se em Parelhas, após ser designado para ocupar o cargo de capelão local. Sacerdote culto e revestido de elevados predicados, realizou a primeira feira na localidade, e, de forma consciente, estimulou o plantio do algodão, cultura que ainda no final do século XIX, tornou-se o primeiro suporte econômico da região.
          No início do século XX, Parelhas recebeu várias missões científicas, financiadas pelo governo central, através da antiga Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas – IFOCS. Todos os cientistas que por ali passaram, unanimemente, atestaram as possibilidades econômicas da próspera povoação. No entanto, apesar de seu grande potencial econômico, Parelhas permaneceu durante muito tempo reduzida à condição de simples povoação, embora ostentasse um aspecto superior a muitas cidades do interior do Estado, superando, inclusive, Jardim do Seridó, de cujo município era parte integrante.
          Somente após uma grande mobilização popular, coordenada por Antão Elisário e outros filhos da terra, a florescente povoação foi elevada à categoria de vila, através da Lei Estadual nº 778, de 26 de novembro de 1920. Anos mais tarde, pela Lei nº 630, de 8 de novembro de 1926, tornou-se município autônomo, ocorrendo sua instalação no dia 1º de janeiro do ano seguinte, oportunidade em que aconteceu a posse de seu primeiro prefeito, o senhor Laurentino Bezerra Neto, que, historicamente, foi também o primeiro cidadão eleito para o referido cargo, no Rio Grande do Norte. Posteriormente, a Lei Estadual nº 656, de 22 de outubro de 1927, elevou a próspera vila à condição de cidade.

Antiga Capela de São Sebastião - Parelhas (Década de 1920)

Aspecto atual da Igreja Matriz de São Sebastião - Parelhas

A Paróquia de Parelhas, sob a invocação de São Sebastião, foi criada por decreto diocesano de 8 de dezembro de 1920, assinado por Dom Antônio dos Santos Cabral, segundo bispo de Natal. Seu primeiro titular foi o padre Natanael Ergias de Medeiros, que, na condição de vigário de Jardim do Seridó, coube-lhe a missão de instalar a nova sede paróquia, regendo-a até 1924. Atualmente, a referida paróquia integra a Diocese de Caicó.

Praça Arnaldo Bezerra - Parelhas (Década de 1950)

            Inicialmente, o território parelhense pertenceu, à povoação, sede da Freguesia de Nossa Senhora do Bonsucesso do Piancó (atual cidade de Pombal, no sertão paraibano). Em 1745, criada a Freguesia Nossa Senhora Santana, do Seridó, passou a ser subordinado eclesiasticamente àquela histórica matriz, mas continuou vinculado administrativamente à povoação de Nossa Senhora do Bonsucesso do Piancó, assim mantendo-se até 1788, quando ocorreu a criação do município da Vila Nova do Príncipe (atual cidade de Caicó).
           Posteriormente, em 1834, criado o município de Acari, o território parelhense passou a integrar aquela novel comuna, condição mantida até 1º de setembro de 1858, quando foi criado a vila e o município de Jardim do Seridó. Como povoado, distrito de paz e vila, Parelhas pertenceu a Jardim de Seridó até 8 de novembro de 1926, quando conquistou sua emancipação política.
             Em síntese, a cidade de Parelhas nasceu de uma fazenda de gado, apoiada no elemento religioso, representado pela capela, erigida sob a invocação de São Sebastião (o santo protetor das vítimas do cólera morbus), que foi o marco inicial de sua formação histórica.
             Seus primeiros habitantes, herdaram a mentalidade agrícola-pastoril de seus desbravadores. Hoje, o referido município encontra-se inserido entre os dez mais desenvolvidos no interior do Estado do Rio Grande do Norte, projetando-se como um importante pólo socioeconômico e cultural da região do Seridó, que desenvolveu mais pelo trabalho de seu povo do que pela ação direta dos organismos governamentais.

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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

CAICÓ - RN

DATAS E NOTAS PARA A HISTÓRIA
DO MUNICÍPIO DE CAICÓ - RN

José Ozildo dos Santos

FEVEREIRO



01-02-1890
Pelo Decreto Estadual nº 12, a antiga Vila do Príncipe teve sua denominação alterada para ‘Cidade do Seridó’.

01-02-1891
Era divulgada a conclusão do serviço de recenseamento dos distritos do município de Caicó, que totalizou uma população de 11.609 habitantes, sendo 5.769 do sexo masculino e 5.840, do sexo feminino. Eis a referida população por distrito:

Distritos
Homens
Mulheres
Caicó
2.298
2.414
Palma
580
500
São Fernando
692
705
Jardim de Piranhas
840
850
Santana
673
695
São Miguel
686
676
Total
5.769
5.840
Total Geral
11.609


02-02-1802
O padre Francisco de Brito Guerra - futuro vigário da Matriz de Santana, do Caicó - logo após ordenado, celebra sua primeira missa, na capela de Santana, do Campo Grande, na qual fora batizado.

02-02-1835
É instalada a Assembléia Legislativa da Província do Rio Grande do Norte, que teve como seu primeiro presidente o padre Francisco de Brito Guerra, vigário colado da Matriz de Nossa Senhora Santana do Caicó e futuro senador do Império.

02-02-1874
Sob a regência do talentoso professor Manoel do Coração de Maria, foi instalada na cidade de Caicó uma cadeira de latim, em solenidade de contou com grande participação popular.

02-02-1926
Foram iniciadas as atividades educacionais do Colégio Santa Teresinha, sediado na cidade de Caicó.

02-02-1936
Em solenidade realizada nesta data e presidida pelo governador Rafael Fernandes, foi inaugurado o Açude Itans, no município de Caicó. Distante quase uma légua da cidade e situado quase ao sul, o Açude do Itans foi projetado em 1922, pelo engenheiro Mendes da Rocha e construído no período de 1932 a 1935, pela Inspetoria de Obras contra as Secas. Sua construção foi, sucessivamente, dirigida pelos engenheiros Carlos de Freitas, João Izidoro Magalhães Drumont, Roberto Miller e René Becker.

03-02-1820
Por decreto desta data, a capitania do Rio Grande do Norte, que era sujeita à de Pernambuco, ficou inteiramente desligada. Esse referido dispositivo legal também mandou criar no Rio Grande do Norte uma alfândega, uma casa de inspeção de algodões e uma junta da fazenda.

03-02-1922
Nesta data, o jovem caicoense Walfredo Dantas Gurgel ingressou no Seminário de São Pedro, de Natal.

03-02-1932
Tomou posse na promotoria pública da Comarca de Caicó, o Dr. Adauto Maia, que permaneceu no exercício de suas funções até dezembro daquele mesmo ano.

03-02-1934
Tomou posse na promotoria pública da Comarca de Caicó, o Dr. Inácio Soares de Barbosa. No exercício das referidas funções, foi substituído pelo Dr. Hilarino Amâncio Pereira, que, posteriormente, em 1944, foi nomeado Juiz de Direto da Comarca de Pau dos Ferros.

03-02-1966
Falece em Caicó, Dona Quininha - a ‘Mãe Quininha’ - figura por demais querida no seio do povo caicoense, mãe do monsenhor Walfredo Gurgel, à época, governador do Estado do Rio Grande do Norte.

03-02-1987
Nesta data, o padre José Tadeu de Araújo foi nomeado para ocupar o cargo de reitor do Seminário Diocesano Santo Cura d’Ars, de Caicó.

Padre José Tadeu de Araújo
04-02-1893
Falece em Caicó a senhora Paulina Engrácia de Medeiros, esposa do coronel José Bernardo de Medeiros, homem de grande prestígio político no Seridó, no final da Monarquia e nos primeiros anos do regime republicano, que eleito senador, representou o Rio Grande do Norte no Senado da República.

04-02-1935
Em Serra Negra, por fazerem oposição do Governo Mário Câmara, são presos e escoltados por 40 soldados da Polícia Militar para a cidade de Caicó, os senhores Derossi de Medeiros Mariz (ex-prefeito daquela cidade e irmão do futuro senador Dinarte Mariz), Gentil Soares, Artéfio Bezerra da Cunha, Feliciano Pereira, Sandoval Medeiros, Édson Monteiro Faria e o Sargento Climério.

05-02-1789
Nesta data, por ato assinado pelo Governador e Capitão-general de Pernambuco e Capitanias Anexas, Dom Tomás José de Melo, foi nomeado para ocupar o posto de sargento-mor das Ordenanças da Vila do Príncipe, o senhor Manoel de Medeiros Rocha, proprietário da fazenda Remédios, no atual município seridoense de Cruzeta. Filho caçula do casal Ro­drigo de Medeiros Rocha e Apolônia Barbosa de Araújo, “por volta de 1771 ou 1772, Manoel de Medeiros Rocha e seus irmãos, Antônio de Medeiros Rocha, Francisco Freire de Medeiros e José Barbosa de Medeiros, adquiriram a fazenda do Riacho de Fora, na ribeira do Sabugi, comprando-a a Francisco da Cunha Ribeiro que, anteriormente, a adquirira a Manoel Nogueira de Carvalho, que a obtivera por data de sesmaria”.

06-02-1698
Uma correspondência oficial, desta data, assinada por Fragoso Ribeiro de Castro Frutado e endereçada ao Vice-Rei do Brasil, informava que a Capela da Senhora Santana, do Vale do Acauã, nas proximidade da casa-forte do Cuó, havia sido construída a três anos (1695), “pr. entermedio do frei Antº Joan do Amor Divino paroquiano das tropas das guarnissões da Capela de Olinda no lado norte do pais e benta hú ano depois pelº mezmo frei”.

06-02-1861
Nesta data, por ato assinado pelo presidente da Província, foi nomeado para ocupar a cadeira de instrução pública da Vila do Príncipe, o professor Francisco Lustosa Cabral, que esteve no exercício de suas funções até 1881.

06-02-1888
Nasce em Martins, Joaquim Inácio de Carvalho Filho. Bacharel pela Faculdade de Direito do Recife (1908), após ocupar vários cargos públicos no Rio Grande do Norte, ocupou o Juizado de Direito da Comarca de Caicó. Diretor do Departamento de Agricultura e do Departamento da Fazenda Estadual, deputado estadual, vice-presidente do Estado e senado da República, o Dr. Joaquim Inácio de Carvalho foi uma das mais expressivas figuras do cenário político potiguar, na primeira metade do século passado. No Estado Novo, presidiu o Conselho Administrativo do Estado, foi prefeito de Natal e posteriormente, de Martins, onde faleceu aos 9 de junho de 1948. Deixou valiosos estudos abordando as possibilidades econômicas do Rio Grande do Norte.

Joaquim Inácio de Carvalho Filho

06-02-1917
Nasce em Natal-RN, Eymard L’Eraistre Monteiro. Ordenado sacerdote em 1941, tornou capitão-capelão do Exército e posteriormente, diretor do Ginásio São Luís, em Natal. Regeu a Matriz de Nossa Senhora Santana, do Caicó, no período de 1943 a 1944, em substituição ao padre Walfredo Dantas Gurgel. Dedicado à literatura, pertenceu à extinta Academia Potiguar de Letras. Sua bibliografia e extensa e valiosa. Em 1945, no Recife, publicou seu livro Caicó: Subsídios para a história completa do município, resgatando um pouco da história da ‘capital do Seridó’.

Monsenhor Eymard L’Eraistre Monteiro

07-02-1739
Nesta data, Pascácio de Oliveira Ledo e Sebastião da Costa, solicitaram junto ao governo da Paraíba, a ratificação da concessão de uma data de terra no poço ou riacho Adequê, alegando que já ocupavam a referida situação desde 1690. Tais terras ficavam no antigo município da Vila do Príncipe e atualmente integram o município de Jucurutu, cujo território, em parte, foi desmembrado de Caicó, em 1935. 

07-02-1894
O caicoense Amaro Cavalcanti, por decreto desta data, foi nomeado Ministro Plenipotenciário na República do Paraguai.

07-02-1926
Circula na cidade de Caicó, o primeiro número do ‘Jornal das Moças’. De publicação semanal, o referido jornal era dedicado ao interesse da mulher. Editado pela professora Georgina Pires e gerenciado por Dolores Diniz, o periódico tinha como redatoras Júlia Medeiros, Santinha Araújo, Maria Leonor Cavalcante e Julinda Gurgel, todas da sociedade caicoense.

07-02-1934
Entra em funcionamento o Hospital do Seridó, principal centro médico-hospital da cidade de Caicó, ainda em funcionamento.

07-02-1995
O médico caicoense Álvaro Dias é eleito primeiro secretário da mesa diretora da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte.

08-02-1837
Falece Manoel de Medeiros Rocha, antigo capitão-mor da Vila do Príncipe. No entanto, ignora-se o local. O inventário que procedeu de seus bens, é omisso quanto a este fato.

09-02-1883
Em sua Fala desta data, perante à Assembléia Legislativa, o Dr. Francisco de Gouveia da Cunha Barreto, presidente da Província, informava que a população escrava do Rio Grande do Norte totalizava 9807, sendo que o município da Vila do Príncipe era o que possuía o maior número de escravos, 1298 ao todo. Ainda segundo dados fornecidos por aquele presidente, no referido município existiam também 468 filhos livres de mulheres escravas.

09-02-1931
Era inaugurado o primeiro coreto da ‘Praça da Liberdade’, em Caicó.

10-02-1858
Falece o cônego honorário da Capela Imperial, visitador geral dos sertões e vigário colado do Caicó, Manoel José Fernandes, ‘fulminado de traiçoeira apoplexia’. Seu termo de óbito foi lavrado pelo padre Luís Marinho de Freitas, seu primo e coadjutor.

11-02-1922
Nasce em Caicó, Eládio L’éraistre Monteiro. Sacerdote, professor universitário e pintor, é um dos grandes nomes das artes plásticas norte-riograndense.

12-02-1889
Nesta data, era publicado na cidade de Caicó, o edital convocando eleições para o preenchimento de uma vaga surgida na Assembléia Legislativa, após o falecimento do deputado Antônio Carlos de Medeiros.

12-02-1933
Era constituído o Partido Popular do Rio Grande do Norte, resultante da fusão do Partido Republicano Federal do Rio Grande do Norte e da União Democrática Norte-Riograndense, dirigidos, respectivamente pelo Dr. José Augusto e pelo monsenhor João da Matha Paiva. Na presidência da nova agremiação partidária, foram investidos, na mesma ordem, os citados cidadãos, como presidente e vice-presidente. Organizador do Partido Popular, coube a José Augusto conceber seu programa, contemplando as tendências políticas existentes.

12-02-1975
Nasce Edson Medeiros de Araújo. Ordenado sacerdote aos 10 de fevereiro de 2001, foi empossado como vigário da Paróquia de Nossa Senhora Santana, de Caicó, no dia 25 de fevereiro de 2007.

13-02-1815
Nasce em Caicó, Joaquim Manoel da Silva. Autodidata, tornou-se professor público e educou várias gerações de conterrâneos. Faleceu aos 73 anos, no dia 4 de abril de 1891, no antigo povoado de São João do Sabugi, quando já era aposentado como professor público. Seu pai, o coronel Antônio da Silva e Souza, português de nascimento, foi o primeiro presidente da Câmara Municipal da Vila Nova do Príncipe, cabendo-lhe a honra de instalar o referido município, em 31 de julho de 1788.

13-02-1923
Nasce em Caicó, Joacil de Britto Pereira. Jornalista, historiador, biógrafo, memorialista e ensaísta. Entre as várias funções públicas exercidas, destacam-se: Secretário do conselho penitenciário, relator de anais e debates da Assembléia Legislativa, secretário de governo e chefe da casa civil no governo Flávio Ribeiro, secretário do interior e justiça, no governo Ivan Bichara e secretário de segurança interinamente. Na vida política paraibana, elegeu-se deputado estadual em duas legislaturas (1959-1967), pela UDN e deputado federal, pela ARENA (1979/1983), sendo reeleito para o mandato de (1983/1986). Na Câmara dos Deputados integrou importantes Comissões (Constituição, Legislação e Justiça, de que foi Vice-Presidente; de Redação Final de Leis, e de Relações Exteriores). Integrou o Colégio de Vice-Líderes do Governo João Batista Figueiredo, com apreciada atuação no Plenário. Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, exerceu sua presidência por dois mandatos. Membro e ex-presidente da Academia Paraibana de Letras, pertence ainda ao Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica, à Associação Paraibana de Imprensa, à Academia Campinense de Letras, à Academia Brasileira de Ciências Morais e Políticas, da Academia Brasileira de Letras Jurídicas, da Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro – Núcleo da Paraíba e da União Brasileira de Escritores – UBE/PB, sendo presidente fundador das duais últimas. Sócio Correspondente do IHG/RN e da Academia de Letras de Pernambuco. Ex-membro do Conselho Estadual de Cultura, é sócio honorário da Academia Paraibana de Filosofia e sócio de honra da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. Em sua extensa bibliografia, destacam os seguintes livros: O Homem Público Afonso Campos; Idealismo e Realismo na obra de Maquiavel (prêmio nacional do V Centenário de Maquiavel); Uma Vocação Política, De Mestre-Escola a Presidente; Um Título de Cidadão; O Voto Distrital; A Pena de Morte; Argemiro de Figueiredo – a oratória do seu tempo; José Américo de Almeida – a Saga de Uma Vida; A Vida e o Tempo (memórias, em 3 volumes), Joaquim Nabuco, o Libertador de uma Raça; Maurílio de Almeida- Uma Figura Encantadora e Vivaz; Elogio a Gama e Mello; Solon de Lucena – o Legislador e o Estadista; Horácio de Almeida: as Rotas do seu Destino; Flóscolo, um Filósofo do Direito; Severino de Albuquerque Lucena; Ruy Barbosa.; Ascendino Leite; Humberto Lucena; Odon Bezerra Cavalcanti – Homem de Lutas e de Letras; Ascendino Leite – escritor existencial e Convívio Literário de Ascendino Leite.

Joacil de Britto Pereira
13-02-1934
Nasce na cidade do Caicó, Olavo de Medeiros Filho. Pesquisador, genealogista e historiador, destacou-se nos últimos tempos como um dos mais seguros e criteriosos autores de livros e artigos sobre a história do Rio Grande do Norte. Conferencista na melhor escol, foi membro da Academia Norte-riograndense de Letras; sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (e membro de sua diretoria); da Sociedade Brasileira de Estudos do Século XVIII (Brasília); do Colégio Brasileiro de Genealogia (Rio de Janeiro); da Academia de História do Amazonas (Manaus); da Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia (São Paulo); sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (Rio de Janeiro); do  Instituto Cultural do Vale Caririense (Juazeiro do Norte); da Sociedade Cearense de Geografia e História (Fortaleza); do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (Recife); do Instituto do Ceará (Fortaleza); do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (Vitória); do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (Mossoró); da Academia de Letras de Campina Grande, do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica; da Academia Mossoroense de Letras, de Mossoró; do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano; do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba e do Instituto Histórico e Geográfico de Campina Grande. Em Natal, ainda, foi membro do Conselho-Diretor da Fundação Hélio Galvão (1988-2005) e membro do Conselho-Diretor da Fundação José Augusto, nos períodos de 1988-1991, 1991-1993 e 1993-1995. Funcionário do Banco do Brasil aposentado, residia desde os seis anos de idade em Natal, onde faleceu, de infarto, no dia 2 de julho de 2005. Colaborador assíduo dos jornais da capital e do interior, publicou, além de inumeráveis artigos, os seguintes livros: Velhas Famílias do Seridó (1981); Velhos Inventários do Seridó (1983); Índios do Açu e Seridó (1984); Caicó, Cem Anos Atrás (1988); Naufrágios no Litoral Potiguar (1988); No Rastro dos Flamengos (1989); Terra Natalense (1991); O Engenho Cunhaú à Luz de Um Inventário (1994); Aconteceu na Capitania do Rio Grande (1997); Os Holandeses na Capitania do Rio Grande do Norte (1998); Joaquim Estanislau de Medeiros (Major Quinca Berto do Fechado) (1998); Notas para a História do Rio Grande do Norte (2001); Gênese Natalense (2002); Cronologia Seridoense (2002); Ribeiras do Assu e Mossoró: Notas para a sua história (2003); Os fenícios do Professor Chovenágua (2004) e Os Barões do Ceará-Mirim e de Mipibu (2005).

13-02-1935
Era assassinado na Fazenda Ingá, município de Acari, por policiais sob as ordens do tenente Oscar Mateus Rangel, o engenheiro agrônomo Otávio Lamartine de Faria, filho do ex-senador e ex-governador Juvenal Lamartine de Faria. O referido crime teve como objetivo intimidar os adversários políticos do governador Mário Câmara, às vésperas das eleições suplementares.

14-02-1901
Nesta data, na fazenda Pedreiras, de propriedade do capitão Janúncio Nóbrega, ocorreu um confronte entre um grupo de cangaceiros, sob o comando de Antônio Silvino e a volante do major Tolentino, de Santa Luzia-PB. Na oportunidade, “a Fazenda Pedreiras se preparava para o casamento do Cel. Santa Rosa com a filha do Capitão Janúncio Nóbrega, proprietário da Fazenda. Antônio Silvino ali estava hospedado com 14 (quatorze) cabras. Às 05:30h da manhã, chega a volante de Santa Luzia, comandada pelo Major Tolentino. Os bandidos se dispersaram pelo canavial, debaixo de uma saraivada de balas. Morreram, além do cangaceiro Pilão Deitado, um Alferes e um Sargento”.

14-02-1881
Falece em Caicó, Manoel Pinheiro. Professor e latinista aplicado, exerceu sua especialidade na antiga Vila do Príncipe, onde deixou descendentes.

15-02-1890
Em sua edição desta data, o jornal ‘O Povo’, noticiava: “Foram nomeados intendentes municipais desta localidade os honrados e distintos cidadãos: Dr. José da Silva Pires Ferreira, presi­dente, cap. José Inácio de Araújo, ten. Gorgônio Ambrósio da Nóbrega, Basílio Gomes Dantas e José Batista de Melo. Basílio Gomes é o presidente e Gorgônio Nóbrega o vice-presidente do diretório do Cen­tro Republicano Seridoense. Justas e acertadas nomeações”. Entretanto, aos 12 de março daquele mesmo ano, já ocupava a presidência da referida Intendência, o tenente coronel Francisco Antônio de Medeiros.

15-02-1891
Em sua edição desta data, o jornal ‘O Povo’ registra a passagem por Caicó de uma companhia composta por quatro homens e um menino, durante a época da quaresma, apresentando a peça ‘Gymnasticas a trapézio, à barra rixa e ao chão’. O referido jornal ainda faz uma crítica à apresentação do espetáculo, tratando os componentes da ‘companhia’ - se é que se pode usar essa denominação para o grupo - de “figuras velhas e pouco bem executadas”.

15-02-1914
Aparece, em Caicó, o primeiro número do jornal ‘O Cinema’.

15-02-1977
Nesta data, o tenente-coronel Sid Erlan de Alencar assumiu o comando do 1° Batalhão de Engenharia de Construção, sediado em Caicó. Permaneceu no exercício do referido cargo até 7 de marco de 1979.

16-02-1909
Pelo decreto estadual nº 189, assinado pelo governador Alberto Maranhão, foi criado o ‘Grupo Escolar Senador Guerra’, na cidade de Caicó. Fruto de uma solicitação expressa do prefeito da cidade, à época, cel. Joaquim Martiniano Pereira (1908-1910), o referido educandário foi oficialmente instalado pelo Dr. José Augusto Bezerra de Medeiros, que ocupava interinamente o cargo de Diretor Geral da Instrução Pública do Estado.

16-02-1911
Chegava a Caicó o geólogo canadense Dr. Roderic Crandall, a serviço da IFOSC.

16-02-1952
Era criada a Arquidiocese de Natal, oportunidade em que a Diocese de Caicó passou a pertencer àquela Província, desvinculando-se da Província Eclesiástica da Paraíba, à qual pertencia desde sua criação.

17-02-1969
Falece em Natal, o Dr. Silvino Bezerra Neto. Caicoense, bacharel em direito, juiz de direito, desembargador, procurador geral do Estado, o Dr. Silvino Bezerra Neto foi uma das maiores culturas jurídicas do Rio Grande do Norte.

Dr. Silvino Bezerra Neto
 
18-02-2006
Falece em Natal-RN, aos 94 anos de idade, Dom Manuel Tavares de Araújo, bispo emérito de Caicó.  Aquele prelado viveu seus últimos anos de vida no Seminário de São Pedro, em Natal, onde ocupava um modesto comodo.  Nascido em São José de Mipibú, ordenou-se sacerdote em 25 de outubro de 1936, e, em 05 de abril de 1959, foi sagrado bispo de Caicó, em cuja diocese esteve até 29 de março de 1978, quando renunciou ao governo diocesano.

20-02-1747
Por decreto desta data, expedido por dom Frei Luís de Santa Teresa, bispo de Olinda, foi autorizado a criação da Freguesia de Nossa Senhora Santana com sede na povoação do Caicó.

20-02-1973
Nesta data, o tenente-coronel Hely Rego assumiu o comando do 1° Batalhão de Engenharia de Construção, sediado em Caicó. Permaneceu no exercício do referido cargo até 31 de janeiro de 1975.

21-02-1919
Nasce em Caicó, Joel Celso Dantas. Autodidata, mesmo tendo estudado apenas até a antiga 2ª série ginasial, em 1959, instalou em Natal o ‘Curso Joel Dantas’, pioneiro dos cursos de preparação aos vestibulares no estado. Considerado um dos maiores ‘experts’ em minério no Estado do Rio Grande do Norte, profundo conhecedor das ciências físicas e da mineralogia, foi Diretor Geral do Departamento de Minério e Estudos Científicos, extinto no governo Aluízio Alves.

22-02-1680
Nesta data, os desbravadores Antônio Gonçalves Cabral, Antônio de Azevedo Cabral, Pascoal Pereira de Lima, Antônio Moreira e Antônio Fonseca, moradores na Capitania do Rio Grande, obtiveram vinte léguas de terras na ribeira do Acauã. A referida concessão iniciava nas testadas das datas concedidas a Luís de Souza Furna, Simão de Góis e Vasconcelos, e outros desbravadores.

22-02-1892
O seridoense José Bernardo de Medeiros foi eleito vice-governador, pela Assembléia Legislativa, juntamente com o Dr. Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, que fora confirmado no governo do Rio Grande do Norte.

23-02-1918
Era inaugurado o atual Mercado Público da cidade de Caicó. Concluído na administração do Cel. Celso Dantas, o referido centro comercial substituiu o antigo mercado - hoje inexistente - da Praça da Liberdade. De concepção arquitetônica eclética, o atual mercado público “concentra não só o comércio caicoense, mas a diversidade de tipos humanos e a variedade social do Seridó”.

24-02-1931
Tomou posse na promotoria pública da Comarca de Caicó, em substituição do Dr. Rosemiro Robson Silva, o adjunto Abel Freire coelho, na época, acadêmico de direito.

24-02-1964
Era fundado o Lions Clube de Caicó.

25-02-2007
O padre Edson Medeiros de Araújo foi empossado como vigário da Paróquia de Nossa Senhora Santana, de Caicó.

26-02-1845
Falece no Rio de Janeiro, o padre Francisco de Brito Guerra, vigário colado da Freguesia de Nossa Senhora Santana do Seridó, deputado provincial, deputado geral, senador do Império, comendador da Ordem de Cristo, visitador geral dos sertões de Pernambuco e Rio Grande do Norte, poeta e fundador da imprensa provinciana. Seu nome “encheu seu tempo e traz, ainda hoje, as cintilações de uma personalidade perenemente marcante”.

27-02-1921
Nasce em Caicó, Leandro Simões da Costa, poeta popular de grande valor.

27-02-1953
Era fundada a Associação dos Motoristas Seridoense, com sede na cidade de Caicó.

28-02-1889
Falece, às 2 horas da manhã, em sua fazenda ‘Barra-Verde’, município de Caicó, o capitão Cristóvão Vieira de Medeiros, aos 67 anos de idade. Na época, o jornal ‘O Povo’, em sua edição do dia 9 de março seguinte, assim noticiou o ocorrido: “Vítima de uma meningite cerebral, que zombou completamente da ciência médica, faleceu no dia 28 de fevereiro, em sua fazenda Barra-Verde, na idade de 67 anos, o nosso distinto e prezado amigo, capitão Cristóvão Vieira de Medeiros, representante de uma honrada estirpe, que se tem tornado tradicional nesta comarca, pela nobreza de caráter e união. Pai extremoso, amigo dedicado, esposo exemplar, exercia a caridade como um verdadeiro apóstolo da religião. Sua habitação foi sempre o ponto de hospitalidade, onde prodigalizava ao viajor, qualquer que o solicitasse. Espírito culto e empreendedor, gênio laborioso, deixou em sua propriedade vivos sinais do muito que prezava o desenvolvimento das inovações civilizadoras do seu país. Por suas excelentes qualidades, era o finado o alvo do acatamento e respeito dos habitantes daquelas paragens. Militava nas fileiras do partido liberal, não obstante serem as suas crenças conservadoras, as quais por desgostos particulares, abandonou. Sua morte é uma verdadeira dor e consternação para os seus parentes e amigos, e principalmente a sua angustiada esposa a Exmª Sª Dª. Francisca Umbe­lina a quem, bem como aos amigos Dr. Manuel Gomes e Olegário Vale, enviamos a expressão sincera de nossos sentimentos”.

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