Hoje é

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

ARQUEOLOGIA NO RIO GRANDE DO NORTE

OURO BRANCO E SEU PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO

José Ozildo dos Santos
Rosélia Maria de Sousa Santos
Almair de Albuquerque Fernandes


O
 sítio arqueológico da Pedra Lavrada é um conjunto rochoso localizado no município de Ouro Branco, Estado do Rio Grande do Norte. O referido sítio, que ocupa uma área de aproximadamente 1500 m², é repleto de inscrições rupestres, de tamanhos e formas variadas, gravadas em baixo relevo. Tais representações encontram-se espalhadas por diversos setores dos entroncamentos rochosos situados às margens do Rio Raposa, que nasce no vizinho município de São José do Sabugi e entra no solo potiguar, através do território ourobranquense, percorrendo uma distância de pouco mais de 19 km até desaguar no Rio Quipauá, nas proximidades da localidade denominada Lajes.

Aspectos do painel principal do Sítio da Pedra Lavrada

Durante muito tempo, o local onde encontra-se situado o Sítio da Pedra Lavrada, às margens do Rio Raposa, foi considerado como parte integrante do município paraibano de São José do Sabugi. Localizado numa propriedade comum aos dois estados, o referido sítio somente passou a ser reconhecido como parte do município de Ouro Branco-RN, após a realização de estudos promovidos pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, em cumprimento a uma solicitação feita pelo vereador e ativista cultural Genildo da Silva Medeiros.
O entroncamento rochoso contendo as incisões rupestres encontra-se no ponto dado pelas coordenadas 6º 44' 19" S 36º 51' 54"W e está localizado a pouco mais de trezentos metros do marco limite RN-PB. Assim, após a divulgação dessa informação oficial, o referido sítio passou a ser reconhecido como parte do território ourobranquense e vem sendo objeto de grande atenção e ações visando à sua preservação.
No principal painel, disposto verticalmente, em cuja rocha suporte forma-se um poço - após uma pequena queda d’água - que conserva água não somente durante o período chuvoso, mas até os meses de agosto e setembro, existe uma grande profusão de sinais. São símbolos complexos, gravados ao longo do entroncamento rochoso em declive, até a sua base, que são cobertos pelas águas, no todo ou parcialmente, no período já mencionado.

Aspectos do painel principal do Sítio da Pedra Lavrada,
visto no período de chuvas

Aspectos do painel principal do Sítio da Pedra Lavrada,
visto no período chuvoso

O referido entroncamento rochoso, em formato convexo, mede aproximadamente 65 m de comprimento, apresentando, em determinados pontos, uma altura de 5,2 m em relação ao leito do Rio Raposa. Praticamente, o bloco rochoso se eleva no meio do referido curso d'água, ora de forma continua, ora deixando-se ser cortado pelas águas, formando pequenas ilhas de pedras, totalmente visíveis quando o leito do mencionado rio se encontra seco.
No painel principal, insculpido de frente ao painel secundário, na base do bloco de pedra, observa-se um conjunto de capsulares, seguidos de várias representações profundamente sulcadas, expressando diferentes motivos gráficos, onde se destacam mesmo ao longe, duas grandes gravuras em formatos quadrangulares, que intrigam os visitantes por sua simetria e perfeição de detalhes.
Frente ao painel principal do Sítio Arqueológico da Pedra Lavrada, o visitante fica estático. Mergulha no passado e tenta entender, ou melhor, descobrir como o homem primitivo conseguiu produzir aqueles complexos grafismos em rocha tão dura, que representam um enigma para a civilização presente.
A Pedra Lavrada de Ouro Branco é impressionante. Ela pode até representar para alguns, mera brincadeira ou passatempo de índios desocupados. No entanto, ela representa o testemunho de um passado ali deixado por antigos caçadores coletores, que percorriam e habitavam as matas virgens do sertão do atual Seridó potiguar.

Caracteres existentes na base do painel principal do Sítio da Pedra Lavrada, somente vistos durante o período de estiagens

No painel principal, é possível identificar mais de trinta caracteres, que mesmo submersos às vezes por mais de seis meses no ano, conservam boa visibilidade. Na parte superior do bloco rochoso, existe um conjunto de caracteres dispersos e de variados tamanhos, incluindo círculos, pontos capsulares e representações complexas. Nessa parte, um processo natural dá ao bloco rochoso uma coloração avermelhada. Nessa área, é possível verificar que a ação do intemperismo tem produzido algumas descamações e eliminado complemente partes dos caracteres ali existentes.
Estes sinais, gravados em rocha dura, são comumente encontrados em todo o Brasil, em paredões rochosos de grutas, em Lages de pedras ao ar livre, enfim, nas mais diversas superfícies e nos mais variados locais.

Caracteres para parte superior do painel principal
do Sítio da Pedra Lavrada

O painel secundário, em frente ao anterior descrito, e que também fica submersos durante o período de chuvas registrado no município, é possível também encontrar um grande conjunto de inscrições, formado por círculos, retângulos, pontos capsulares, semicírculos e outros caracteres, cujos contornos já não mais completamente visíveis.
Impressionante, é que apesar da ação erosiva produzida pelo tempo e por muitos outros fatores, as inscrições rupestres da Pedra Lavra de Ouro Branco, em grande parte, resistem "deixando características agudas de sua perfeição e dos métodos de feitura empregados pelos seus cuidadosos autores".

Caracteres para parte inferior esquerda do painel
principal do Sítio da Pedra Lavrada

Caracteres para parte inferior esquerda do painel principal
do Sítio da Pedra Lavrada, contornados
para uma melhor visualização

No Sítio da Pedra Lavrada, as gravuras rupestres se apresentam ora em traços bem definidos, ora com contornos formados por linhas grosseiras, que não permitem uma interpretação completa.
Na parte assinalada com a seta na foto ao lado, existe uma cavidade na pedra, somente vista com maiores detalhes durante o período em que o Poço da Raposa, formado no local, seca. Contudo, o acesso a essa cavidade é possível em qualquer época do ano, pelo outro lado do bloco rochoso, em sua parte superior. Diversos registros rupestres assinalam a abertura desse espaço entre os blocos rochosos.
Fenda na rocha, na parte inferior, à direita, do painel
principal do Sítio da Pedra Lavrada


Aspectos internos da cavidade (ou marmita), localizada
 na parte inferior, à direita, do painel principal
do Sítio da Pedra Lavrada

Aspectos dos caracteres rupestres existentes no interior da cavidade (ou marmita), localizada na parte inferior, à direita, do painel principal do Sítio da Pedra Lavrada

A marmita formada no entroncamento rochoso que contém o principal painel do Sítio Arqueológica da Pedra Lavrada, em Ouro Branco, mede, aproximadamente, 3,70 m de comprimento, possuindo uma profundidade que chega atingir 3,00 m em seu ponto máximo, com uma largura máxima de 1,70 m.
Na parte superior da abertura que liga o espaço interior ao leito do Rio Raposa, existe um conjunto de gravuras com formas bem definidas. No entanto, como uma parte da pedra suporte foi retirada, três dessas gravuras perderam consideráveis partes de seus contornos.

Aspectos dos caracteres rupestres existentes no topo do
 entroncamento rochoso, contendo o painel principal

Aspectos dos caracteres rupestres existentes num bloco
rochoso isolado, localizado à margem direita do rio Raposo,
cerca de 13 metros do principal painel do Sítio da Pedra Lavrada

Durante o período chuvoso, em decorrência das precipitações pluviais, as águas do Rio Raposa passam na frente do painel principal, submergindo grande parte dos caracteres rupestres.
Por outro lado, a falta de sombreamento impõe aos blocos rochosos que formam o Sítio Arqueológico da Pedra Lavrada, um constante processo de esfolheamento, em decorrência dos choques térmicos: durante o dia, altas temperaturas; à noite, uma queda brusca de temperatura. Esse processo contrai e dilata os blocos de pedras constantemente, produzindo perdas em suas camadas superiores.
Cerca de trinta metros após o conjunto de blocos que contém o principal painel do Sítio Arqueológico da Pedra Lavrada, rio abaixo, encontra-se um outro grande conjunto de pedra fragmentos, apresentando-se com se estivesse sido tombado, repleto de incisões. Algumas, apresentam boa visibilidade, outras, já sofreram a ação do tempo e encontram-se completamente apagadas.


Parte do Rio Raposa, onde o curso é dividido
em duas margens Ouro Branco-RN

O Rio Raposa - que cerca de cento e cinqüenta metros acima do entroncamento rochoso contendo o painel principal do Sítio Arqueológico da Pedra Lavrada – se divide em dois braços, volta a assumir um curso único, após esse segundo bloco rochoso, contendo novos caracteres rupestres.
No entanto, o principal fator que tem contribuído para o desgaste dos caracteres que compõem esse conjunto rochoso é forma como o mesmo está disposto, completamente na horizontal, sem nenhuma proteção, sujeitos aos raios solares e à ação das chuvas, bem como das periódicas inundações do Rio Raposa.
Nesse imenso conjunto de blocos, nota-se que os primitivos executores dos caracteres rupestres utilizaram a técnica da raspagem simples com posterior polimento, o que deixa as marcas mais profundas. Nesses blocos, os caracteres absorvem forma e tamanhos variados.
A falta de visibilidade apresentada pelos caracteres dificulta a identificação precisa de seus contornos. Muitos desses caracteres já se encontram completamente desaparecidos. No entanto, os poucos que ainda podem ser identificados, atestam a dimensão desse imenso painel, onde mais de uma centena de grafismos ainda pode ser identificada.


Aspectos do conjunto blocos rochosos contendo caracteres
 rupestres, localizado no meio do Rio Raposa

Durante o período chuvoso, em decorrência das precipitações pluviais, as águas do Rio Raposa passam na frente do painel principal, submergindo grande parte dos caracteres rupestres.
Por outro lado, a falta de sombra impõe aos blocos rochosos que formam o Sítio Arqueológico da Pedra Lavrada, um constante processo de esfolheamento, em decorrência dos choques térmicos: durante o dia, altas temperaturas; à noite, uma queda brusca de temperatura. Esse processo contrai e dilata os blocos de pedras constantemente, produzindo perdas em suas camadas superiores, levando consigo, alguns caracteres rupestres.
No Sítio da Pedra Lavrada, os sinais, circulares, em losango, em retângulo, em disposição geométricas diversas, chamam a atenção pela sua excentricidade

Aspectos dos caracteres rupestres existentes num conjunto de blocos, localizado no meio do Rio Raposa, contornados para uma melhor visualização

Na análise desses grafismos é importante se promover uma observação completa de todo os painéis e nunca de apenas uma determinada gravura. Pois, através da análise de todos os painéis é possível se ter uma idéia do simbolismo que o Sítio Arqueológico da Pedra Lavrada possui.
O Sítio da Pedra Lavrada, de Ouro Branco, se apresenta com um corpus gráfico de gravuras. Cerca de dez metros ao norte, do bloco fragmentado acima descrito, existe uma 'tenda' de pedra, formada por dois blocos inclinados em sentido oposto, dando ao interior o formato de um triângulo. Nesse espaço, que possui uma base com quase 1,5 metros e uma altura máxima de 0,90 metros, existem vestígios de algumas pinturas rupestres. Contudo, não apresentam boa visibilidade, impossibilitando a identifica de sua simbolização.

Abrigo rochoso contendo vestígios de pintura rupestre.
Sítio Arqueológico da Pedra Lavrada, Ouro Branco-RN


Vestígios de pintura rupestre num abrigo rochoso,
 no Sítio Arqueológico da Pedra Lavrada, Ouro Branco-RN

Quanto ao bloco fragmentado existente no meio do Rio Raposa, percebe-se que nele não houve superposições nos grafismos. O que aconteceu foi um desgaste natural do suporte, produzindo ao longo de vários anos. Contudo, ainda existem gravuras cujos contornos são bem definidos.
No geral, as gravuras rupestres existentes nesse conjunto de bloco apresentam morfologia e temática semelhante. São gravuras de pés, tridígitos, retângulos, círculos e semicírculos, que se repetem por toda a extensão, tanto na horizontal, quanto nas laterais dos blocos.
Como o Sítio da Pedra Lavrada ainda não foi devidamente estudado, não há como afirmar quantas gravuras compõe seus vários painéis. É importante ressaltar que embora possa parecer simples, o levantamento de um sítio arqueológico é algo complexo, constituindo-se numa tarefa que exigem além de formação teórica, uma grande vivência de campo.


 
Leito principal do Rio Raposa, após o Sítio
Arqueológico da Pedra Lavrada



No que diz respeito à cronologia, com relação ao sítio da Pedra Lavrada, somente pode-se obter cronologias relativas, apenas sendo possível determinar quais os desenhos mais antigos e os mais recentes.
Os grafismos encontrados no Sítio da Pedra Lavrada, em Ouro Branco, possuem semelhança com as gravuras rupestres existentes no Sítio Arqueológico denomina Pedra Branca, no município de São Mamede, no Vale do Sabugi. É importante destacar, que:

Nessa região as inscrições rupestres são inúmeras. Não obstante, é unânime a presença de gravuras em baixo-relevo, que chamamos genericamente de itacoatiaras [...]. As inscrições dessa região ocorrem principalmente em painéis horizontais, decorando outeiros de grandes proporções quase sem deixar espaços livres. As gravuras são superficialmente sulcadas nos lajedos com polimento rústico no interior, cuja visualização só é possível devido à diferenciação cromática entre a superfície natural – já apresentando desgastes meteóricos, fixações orgânicas e oxidações – e o interior dos sulcos onde a rocha foi rejuvenescida pelo cinzel pré-histórico (BRITO, Wanderley. Arqueologia na Borborema. João Pessoa: JRC ED., 2008, pág. 108).

À semelhança de muitos outros sinais pictográficos do interior do Nordeste brasileiro, os grafismos da Pedra Lavrada de Ouro Branco foram insculpidos com apurada técnica. Mas, a quem atribuir tão perfeitos detalhes em rocha tão dura como o granito? Teriam sidos produzidos por uma comunidade pré-histórica, que deixou os vestígios de sua passagem, gravados nas duras rochas localizadas ao longo de nossos cursos d’água?
O Seridó potiguar é rico em registros rupestres. São gravuras e pinturas, que assumem formas e tamanhos diferentes e encontram-se espalhadas por quase todos os municípios da região, em serras, penhascos, cursos d'água e em outros lugares. 
No Sítio Riacho Verde, corre de boca em boca, que o entroncamento rochoso que contém o painel principal é 'oco' e seu interior habita uma jovem princesa de longos cabelos pretos, que costuma se banhar no Poço da Raposa, durante as noites de lua cheia.
Deixando de lado as narrativas da tradição local, tem-se que reconhecer que estudos apurados poderão determinar com as gravuras da Pedra Lavrada, em Ouro Branco, foram cavadas e polidas. Para a população local, tais gravuras foram talhadas com ferramentas de metal e que mesmo assim, seus autores levaram anos para produzi-las. Observadores mais apurados afirmam que aqueles caracteres foram produzidos a partir da percussão de pedra contra pedra. Por enquanto, a forma com esse conjunto de símbolos foi produzida, ainda encontra-se mergulhada no campo da pseudológica.
No Sítio Arqueológico da Pedra Lavrada, as gravuras rupestres assumem diferentes formas simétricas, são retângulos gradeados, pontos capsulares agrupados, sobressaindo ainda no painel principal, círculos, contornos curvilíneos e outras formas não definidas. Alguns símbolos, atingem até 95 cm. Os pontos capsulares, formando conjuntos ordenados, possuem, em média, 1,5 cm de profundidade, enquanto que os sulcos que formam as gravuras, atingem em média 3 cm de largura, apresentando a mesma profundidade de 1,5 cm.
Como tais gravuras, em grandes painéis, encontram-se a céu aberto, estão sujeitas a ação do intemperismo e sofrem um processo contínuo de desgaste. O referido sítio já perdeu muito dos primitivos sinais e um número considerável perdendo espessura e contornos. Outros, porém, apresentam-se tão somente resquícios.
Uma das formas de preservação que pode ser indicada para o referido sítio é o registro documental das gravuras. A modelagem do Sítio Arqueológico da Pedra Lavrada, da superfície gravada, produzida por uma equipe de especialista, preservará para as gerações futuras, o que ainda resta do mencionado sítio arqueológico.
Lamentavelmente, apesar de seu grande valor arqueológico, o Sítio da Pedra Lavrada, em Ouro Branco, ainda não foi devidamente estudado. E, até alguns meses atrás era completamente ignorado pela imprensa e pelos pesquisadores potiguares.
Atualmente, o referido sítio arqueológico vem sendo procurado por número crescente de curiosos, bem como por vários de grupos de alunos de Ouro Branco, graças ao incentivo e ao trabalho de Educação Patrimonial, desenvolvidos pelos professores José Francisco de Figueiredo e Luís Figueiredo.
Após passar pelo entroncamento rochoso que contém o painel principal, o Rio Raposa novamente se ramifica: o leito principal segue em frente, enquanto que um secundário segue pela direita. Cerca de vinte metros à frente, o leito principal, pela esquerda, recebe as água de um secundário, que escorre sobre uma imensa plataforma de granito. E, após transpor o conjunto rochoso (contendo os caracteres rupestres) já abordado, poucos metros à frente, novamente absorve um curso único e assim segue até desaguar no Quipauá.
Às margens do braço esquerdo do Riacho da Raposa, uma série de ‘caldeirões’ – nome dado às covas lisas e circulares erodidas na rocha – se forma, dando à paisagem um aspecto exótico. Essas depressões de diâmetros e profundidades variáveis vêm aumentando gradativamente ao longo de milênios. 
O Riacho da Raposa, à semelhança dos demais da região, é temporário. Entretanto, quando chove em suas cabeceiras, um grande volume d’água desce, formando uma grande correnteza, cobrindo grande parte do Sítio Arqueológico da Pedra Lavrada.  Apesar da aridez da região, o local onde se encontra o Sítio Arqueológico da Pedra Lavrada, no município de Ouro Branco, é pitoresco. Juazeiros, carnaubeiras, angicos e baraúnas, sobrelevam-se no meio da caatinga, embelezando-a.


Marmitas existentes na parte do Rio Raposa,
acima do Sítio Arqueológico da Pedra Lavrada

O imenso bloco de rocha na horizontal, parecendo que foi tombado, apresenta ainda mais de 70 gravuras, que mesmo com baixa visibilidade, pode ser fotografadas e moldadas, quando, previamente contornadas.
No vizinho município de Jardim do Seridó também existe uma localidade com o nome ‘Pedra Lavrada’, localizada às margens do Rio Seridó. Ali, também é possível se encontrar “umas inscrições rupestres curiosas e que debalde se tem procurado decifrar. Dizem que o Imperador Pedro II, sabedor dessa curiosidade, incumbiu a um magistrado alagoano de procurar-lhe a explicação, mas esse erudito não acertou com o lugar das inscrições. A impressão é de que por aqui passaram pessoas pré-históricas, que deixaram inscritos naquelas pedras uns sinais dando a impressão de sua antiguidade muito afastada. Diferem muito essas inscrições das pinturas que se encontram noutras serras e serrotes do estado, feitas a tintas indeléveis [...].
Reza a crônica local, que no Sítio Riacho Verde, a poucos quilometros do Sítio da Pedra Lavrada, de Ouro Branco, em 1956, seu proprietário, o senhor Celso Afonso, encontrou vários fósseis quando promovia a retirada dos sedimentos de um tanque de pedra formado entre dois lajedos. 
Informou o professor José Nilton de Azevedo, que “para alguns pesquisadores, essa paleozoologia era de um rinoceronte, já para outros era de uma gigantesca tartaruga que existia na região do Seridó, no período da Pré-história. A interpretação é de que esse animal desceu para tomar água, porem não conseguiu subir, aí morreu e se petrificou”.
Lamentavelmente, esse acesso paleontológico, patrimônio ourobranquense, foi subtraído sem a devida autorização dos órgãos competentes, despareceu completamente e ninguém sabe o seu paradeiro. 

FOTO: ROSÁLIA SANTOS

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Ruth Trindade de. A arte rupestre nos cariris velhos. João Pessoa EDUFPB, 1979,

AZEVEDO, Carlos Alberto. Sítios arqueológicos de Santa Luzia - PB. Brasília: Senado Federal; João Pessoa: IPHAEP, 2004.

AZEVEDO, José Nilton de. Um passo a mais na história de Jardim do Seridó. Brasília: Senado Federal, 1988.

BELTRÃO, Maria. A arqueologia e a Caatinga. Carta Mensal, Rio de Janeiro, n. 40, p. 28, fev. 1995.

BRITO, Wanderley. Arqueologia na Borborema. João Pessoa: JRC ED., 2008.

______. A Pedra do Ingá: Itacoatiaras na Paraíba. 2 ed. João Pessoa: JRC ED., 2008.

CABRAL, Elizabeth Mafra; NASSER, Nássaro R. Souza. Informação sobre Inscrições Rupestres no Rio Grande do Norte. Coleção Mossoroense. Série B , N.º 936. UFRN: Natal, 1991.

DANTAS, José de Azevedo. Indícios de uma civilização antiqüíssima. João Pessoa: Governo do Estado/Secretaria de Educação e Cultura/Fundação Casa de José Américo/IHGPB/A União, 1994 (Biblioteca Paraibana, n. XI).

FARIA, Francisco C. Pessoa. Os astrônomos pré-históricos do Ingá. São Paulo: IBRASA, 1987.

GASPAR, Madu. A arte rupestre no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

GUIDON, Niéde. Da Aplicabilidade das Classificações Preliminares na Arte Rupestre. Revista do Curso de Mestrado em História. CLIO, n. 5, p. 114-128, UFPE: Recife, 1982.

______. Métodos e Técnicas para a Análise da Arte Rupestre Pré-Histórica. Cadernos de Pesquisa. Série Antropologia III, n. 4, UFPI: Teresina,1985.

LAMARTINE, Osvaldo. Índice Geográfico das Inscrições Rupestres no Rio Grande do Norte. Boletim Bibliográfico. Nº 130-135, Mossoró-RN, 1960.

LIMA, Clóvis. As itacoatiaras de Ingá. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, v. 12. João Pessoa: Teone, 1953.

MARTIN, Gabriela. Os sítios rupestres do Seridó, no Rio Grande do Norte. No Contexto do Povoamento da América do Sul. Anais da Conferência Internacional sobre o Povoamento das Américas. FUMDHAMENTOS. Revista da Fundação Museu do Homem Americano, n. 1, p. 339-346. Brasil: São Raimundo Nonato-PI, 1996.

______. Pré-história do Nordeste do Brasil. 4 ed. Recife: EDUFPE, 2005.

PESSIS, Anne-Marie. Método de análise das representações rupestres. Cadernos de Pesquisa. Série Antropologia II, n. 3, p. 11-39, UFPI: Teresina: 1983.

______. Identidade e classificação dos registros gráficos pré-históricos do Nordeste do Brasil. Clio, Recife, v. 1, n. 6, p. 44, maio 1992. Série arqueológica.

SANTOS JÚNIOR, Valdeci dos. As técnicas de execução das gravuras rupestres do Rio Grande do Norte. FUMDHAMentos, v. 8. p. 515-528, 2009.

SOUZA, Maurina Sampaio; MEDEIROS, Osmar. Inscrições rupestres no Rio Grande do Norte. Natal: PRAEU/Museu Câmara Cascudo, 1982. (Col. Textos Acadêmicos, ano 2, n. 214).

SOUZA, Oswaldo Câmara de. Acervo do Patrimônio histórico e artístico do Rio Grande do Norte. Natal: IPHAN, 1981.



domingo, 25 de dezembro de 2011

VITTORIA COLONNA

A MUSA DE MICHELANGELO



José Ozildo dos Santos

I
nteligência marcante, Vittoria Colonna foi uma das maiores expressões da poesia da Itália do século XVI, ocupando ainda hoje um lugar de destaque no quadro da poesia feminina daquele país. Considerada a escritora mais renomada e bem sucedida de sua época, ela foi amplamente admirada por seus pares e sua produção literária passou por várias edições ainda no século XVI, demonstrando a sua vanguarda na produção literária das mulheres, na Renascença.

Esplêndido retrato de Vittoria Colonna, pintado
por Sebastiano del Piombo, em 1520

Vittoria Colonna nasceu em Marino, Itália, em abril de 1490 (algumas fontes trazem 1492). Filha de Fabrízio Colonna (senhor de vários feudos e condestável do reino de Nápoles) e de Agnesina di Montefeltro, era neta de Federigo da Montefeltro, o primeiro duque de Urbino, e, também sobrinha dos Duques de Urbino, Guidubaldo Montefeltro e Gonzaga Elisabetta, figuras emblemáticas no 'Cortegiano Baldassarre Castiglione', a obra prima literária da cultura cortês italiana.
Era ainda adolescente - quando numa manobra política que estabeleceu uma aliança entre os Colonna e o trono espanhol do rei Fernando D'Aragona - foi prometida em casamento a Francesco Ferrante D'Avalos, nobre napolitano de origem espanhola, que mais tarde tornou-se um dos principais generais do Imperador Carlos V, tendo sido condecorado por suas várias vitórias.
O referido casamento ocorreu no dia 27 de dezembro de 1509, no Castelo de Aragonês, na Ilha de Ischia, contando com a presença das melhores famílias da nobreza napolitana. Logo em seguida ao casamento, Francesco Ferrante recebeu o título de Marquês de Pescara. E, deixando a jovem noiva na responsabilidade do pai Fabrizio Colonna, seguiu para lutar sob a bandeira espanhola na guerra contra Fernando, o Católico, rei da França.


Vittoria Colonna, por Sebastiano del Piombo,
cerca de 1520

Quase esquecida pelo marido, que ansiava mais a fama do que o seu amor, Vittoria descreve sua dor em uma carta para Pescara, escrita em rima, contendo 37 estrofes. Guardada nos arquivo da família, esta carta, escrita três anos após o casamento, somente veio a público, em 1840, quando Visconti acrescentou-a a outros poemas em sua edição revista dos escritos de Vittoria. A referida carta começa assim:

Eccelso Mio Signor! Questa ti scrivo
Per te narrar tra quante dubbie voglie,
Fra quanti aspri martir, dogliosa io vivo!"

Com esses versos, Colonna conclui sua triste carta:

"Tu, vivi lieto, e non hai doglia alcuna:
Che pensando di fama il nuovo acquisto,
Non curi farmi del tuo amor digiuna.
Ma, io, con volto disdegnoso e tristo,
Serbo il tuo letto abbandonato e solo,
Tenendo con la speme il dolor misto,
col vostro gioir tempro il mio duolo!"

Em Ischia, esquecida pelo marido, Vittoria viveu martírios amargos e dias triste. E, enquanto seu marido lutava para adquirir fama, ela vivem 'seu jejum de amor', como narra em sua carta íntima, misturando dor e esperanças.
Com brilho, o Marquês de Pescara participou da Batalha de Pavia, na qual saiu gravemente ferido. Durante sua recuperação, ocorreu algo que deixou-lhe insatisfeito com Carlos V, tendo sido sondado por Morone, o antigo ministro dos Sforza, para participar de uma conspiração idealizada por outros príncipes italianos, sendo-lhe prometido o reino de Nápoles como recompensa por sua ajuda na execução do enredo.

Vittoria Colonna, frontispício do livro 'Rime e lettere' (1860)

No entanto, o plano chegou ao conhecimento do Imperador, que designou-o para prender o próprio Morone. Relata a história, que Vittoria Colonna fez protestos nesta ocasião, na esperança de manter o marido dentro dos limites de sua lealdade ao Imperador, mas não foi ouvida.
Entretanto, os ferimentos que recebidos na batalha de Pavia fizeram declinar a saúde do ilustre comandante "e no decorrer do ano 1525 ele se afundou sob as suas consequências, deixando para trás lhe um nome, juntamente com a mais alta reputação militar", falecendo aos 36 anos de idade.

Vittoria Colonna, vista por Michelangelo

Vittoria era apaixonada pelo marido e chorou a sua morte em poemas considerados admiráveis. E, durante sete anos, desistiu de todo, tendo, inclusive, sido pressionada a aceitar uma das muitas ofertas de casamento, que recebeu.
Viúva e rica, passou a dedicar-se inteiramente à religião e à literatura, sendo frequentemente encontrada em vários mosteiros, tanto em Roma quanto em Viterbo, embora possuísse residência em Ischia e em Nápoles. Sua dedicação à poesia sagrada, fez projetar uma peregrinação a Jerusalém, mas o marquês Del Vasto, primo e herdeiro de seu falecido marido, opôs-se ao seu plano.

Vittoria Colonna, Retrato de Muziano

Contudo, deixando Nápoles, Vittoria Colonna realizou uma excursão pelo norte da Itália, tendo visitado Lucca e Ferrara. E, posteriormente, fixou residência definitiva em Roma, onde, em pouco tempo, tornou-se o centro de tudo o que era mais nobre na vida intelectual e espiritual de seu tempo.
Possuidora um gênio peculiar para a amizade, manteve laços de amizades com grandes nomes da intelectualidade de sua época, a exemplo de Ghiberti, Contarini, Morone Giovanni e um grande grupo de homens e mulheres, que trabalhavam em prol de uma reforma interna na Igreja.
Embora tivesse um grande número de admiradores fervorosos, entre os quais, destacava-se o cardeal Pietro Bembo, o ditador literatura da época, Vittoria Colona voltou sua atenção para o mestre veneziano Michelangelo, protagonista da reforma religiosa que gravitava em torno Cardeal Reginald Pole. E, muitas vezes deixou lugares, a exemplo de Viterbo e outros, onde tinha ido para o lazer ou para passar o verão, e vinha  à Roma, apenas para o propósito de ver Michelangelo, tornando-se o romance de sua vida.


Vittoria Colonna, Retrato de Maria Bandini Buti

Para alguns biográfos, sua relação com Michelangelo não ultrapassou as raias do amor platônico. Ela própria definiu os seus contatos com o grande artista como sendo "amizade estável e firmíssimo afeto"
Contudo, Vittoria Colonna tornou o amor possível na vida de Michelangelo. E ninguém melhor do que Teófilo Braga viu isto quando em 1870, assim afirmou:

Vittoria Colonna! que alma para dal-a a tamanho artista, Vuom di quatralme. Como a poetisa saberia inspirar o poeta, arrebatar com a melancholia de sua saudade o pintor, dar a vida toda ao estatuario para animar o marmore, revelar as perfeições da linha ao architecto! Vittoria Colonna fala de amor como Dyotima, a estrangeira de Mantinea abrasada pelo sol do christianismo. Os seus sonetos são um dialogo apaixonado de Platão; Miguelangelo deixa-se vencer, como aquelle poeta da antiguidade que se deixara vencer também por Corina. Ella possue-se do amor do céo, foge-lhe na suspensão de um extasis amoroso. O artista ao vêr passar o saimento d'aquella por quem fora poeta, resumiu todo o seu amor na vaga aspiração d'estas palavras: "Não ter eu beijado aquella bocca".

Ascanio Condivi, em sua 'Vita di Michelagnolo Buonarroti', publicada inicialmente em 1553, focalizou a relação que se desenvolveu entre Michelangelo e Vittoria Colonna, no final da década de 1530 e início de 1540, período, que coincidiu com a fase difícil da vida daquele grande artista, envolvendo a execução do 'Juízo Final' e os resultados atormentados da longa história do monumento fúnebre para o Papa Júlio II.
Acredita-se que foi o diálogo privado e intelectual entre aquele grande artista e Vittoria Colonna, deu-se no período em que Michelangelo realizou a mais extraordinária de suas obras sacras. E é também provável que o primeiro encontro entre os dois tenha ocorrido em idos de 1537. No entanto, a referida relação somente se estreitou por volta do ano de 1542, quando Colonna era viúva há dezessete anos e Michelangelo, um homem maduro.

Vittoria Colonna, representando a Virgem Maria,
num retrato de Michelangelo

Suas conversas giravam em torno da arte e da religião. Mas, Michelangelo fez da Marquesa de Pescara a sua musa, tendo escrito para ela várias poesias e produzido alguns desenhos. Em resposta, Vittoria dedicou-lhe uma série de poemas.
Num livro publicado por Walter Pater e Donald L Hill, em 1980, sob o título 'The Renaissance: Studies in Art and Poetry', os referidos autores compararam a relação entre Michelangelo e Vittoria Colonna, à experiência vivida por Dante e Beatriz.
Outro renomado biógrafo, que teceu comentário em torno dessa relação, foi Abigail Brundin (Vittoria Colonna, University of Chicago Library, 2005), afirmando que as poesias dedicadas por Vittoria ao ilustre amigo, "revelam um esforço de lidar com a responsabilidade pela sua vida interior e de compartilhar os frutos do labor no espírito de uma comunhão evangélica com alguém que passava pelas mesmas dúvidas e agitações de alma".
Ainda na decada de 1530, Michelangelo deu para Vittoria três desenhos excepcionalmente famoso: 'a crucificação com Cristo vivo' (agora perdido, mas conhecido a partir do belos desenhos preparatórios proveniente do Museu Britânico e do Louvre), a 'Pietá' (uma reflexão sobre a figura de Cristo que mais uma vez se conecta com um dos aspectos cruciais do diálogo entre o artista e Vittoria), e o 'Cristo e a Samaritana', sobre o qual se chegou até a atualidade um estudo parcial, escrito por Michelangelo.
Os primeiros anos da década de 1530 testemunharam o surgimento de Vittoria Colonna na cena literária italiana, sendo  consagrada por Ariosto em seu livro 'Orlando Furioso', publicado inicialmente em 1532.
Ao longo de sua carreira como poeta, Colonna escreveu 352 sonetos. Suas poesias, louvadas como impecáveis na época, fizeram dela a mais importante das continuadoras da tradição de Petrarca, em sua geração.
Espírito talentoso, a Marquesa de Pescara além de mediadora política respeitada, era uma reformadora religiosa. Em vida, teve seus méritos amplamente reconhecidos. Entretanto, de forma indevida e maldosa, a historiografia posterior a retratou não como uma mulher de talentos múltiplos, mais como uma figura passiva, vivendo à sombra de grandes homens, com os quais compartilhou amizade e trabalhos, a exemplo de Michelangelo, conforme observa Abigail Brundin, em seu livro 'Vittoria Colonna and the spiritual poetics of the Italian Reformation'.
Espiritualista, defendendo sua capacidade de escrever sobre assuntos religiosas, Vittoria Colonna afirma em seu versos que "A poesia da oração e da fé revela/que as pessoas desejam fazer profundamente/sacrifícios abnegados e este anseio/é esculpido no núcleo do coração".
A Marquesa de Pescara atribuía uma grande significado à figura evangélica de Maria Madalena. E isto vem à luz em várias de suas iniciativas pessoas, entre as quais destaca-se a fundação, em Roma, de um refúgio para prostitutas.
Vittoria Colonna faleceu em Roma, no dia 25 de fevereiro de 1547. Ao seu lado, até os últimos momentos, Michelangelo esteve presente. Narra a história que ela morreu em seus braços e que ele, em lágrimas, beijava suas mãos sem cessar.

Michelangelo ao lado do leito de Vittoria Colonna

Conta Ascanio Condivi, que foi um dos primeiros biógrafos de Michelangelo, e, também seu discípulo em Roma, que o grande artista após a morte de sua musa, "passou um longo período transtornado, como se tivesse perdido a razão", mostrando-se arrependido por não tê-la beijado nos lábios. E, num de seus mais belos sonetos, Michelangelo "expressou sua tristeza e revolta, e disse que jamais a natureza fizera face tão bela".
Inteligência ímpar, Vittoria Colonna ainda na década de 1530, quando já era um nome reconhecido na literatura italiana, passou a participar das polêmicas em torno da justificação pela fé. No entanto, graças à sua amizade com o cardeal Reginald Pole - a quem declarou que devia a sua salvação - escapou das perseguições impostas pela Igreja Católica, não sendo acusada de ortodoxa.
Conta-se que seu último desejo era ser sepultada no Convento de Santana de Funari, em Roma. No entanto, o local exato onde repousam seus restos mortais é duvidoso. Acredita-se que tenham sido removidos para o cemitério de San Domenico, em Nápoles, onde repousam ao lado do Marquês de Pescara.
A verdade é que Vittoria Colonna foi maior como uma personalidade do que como poeta. Seu livro 'Rime', publicado em Bergamo, no ano de 1512, é essencialmente dedicado à glorificação do seu marido, o jovem Marquês de Pescara. E, para alguns críticos da literatura, é um tanto monótono.
Anos mais tarde, sua poesia tornou-se profundamente religiosa. Em seu poema 'Trionfo di Cristo', é possível perceber a forte influência de Dante e Savonarola, bem como de Petrarca. Além de inúmeros sonetos, também foi preservado de sua autoria uma meditação em prosa sobre a 'Paixão de Cristo'.
Considerada uma das mulheres mais notáveis da Itália quinhentista, Vittoria Colonna publicou: Cartas (Florença, 1532), 'Rime' (Bergamo, 1512), 'Correspondência' (Londres, 1523). Posteriormente, estes livros foram reunidos em único volume, sob o título 'Rimas e cartas'.
Figura da maior grandeza na literatura italiana, Vittoria Colonna foi uma mulher quase divina. Sua beleza, seu talento e sua virtude, foram exaltados por seus contemporâneos. Em sua época, seu nome era sempre acompanhado por elogios brilhantes e expressões de respeito sincero, pois em vida ela foi 'um modelo de matrona italiana'.


BIBLIOGRAFIA

BRAGA, Theophilo. Estudos da Edade Media: Philosophia da litteratura. Porto: Livraria Internacional, 1870.

BRUNDIN, Abigail. Vittoria Colonna (1490-1547). Chicago, USA: University of Chicago Library, 2005.

______.  Vittoria Colonna and the spiritual poetics of the Italian Reformation. Burlington, USA: Ashgate Publishing, Ltd., 2008.

CONDIVI, Ascanio. Vita di Michelagnolo Buonarroti pittore scultore architetto e gentiluomo fiorentino. Seconda edizione. Firenze: Caetano Albizzin, 1746.

MONTGOMERY, James; SHELLEY, Mary Wollstonecraft. The cabinet cyblopedia: Eminent Literary and Scientific Men of Italy, Spain, and Portugal. London: Longman, Rees, Orme, Brown, Green, & Longman, 1835.

PATER, Walter; HILL, Donald L. (ed). The Renaissance: Studies in art and poetry. Ewing, USA: University of California Press, 1980.

ROSCOE, Henry. Vittoria Colonna: her life and poems. London: Macmillan and co., 1868.

SERVADIO, Gaia. Renaissance woman. New York, USA: I. B. Tauris, 2005.

SOCIETY FOR THE DIFFUSION OF USEFUL KNOWLEDGE (Great Britain). The penny cyclopaedia. Londres: C. Knight, 1837. Volumes 7-8.

GOSTOU? COMPARTILHE!

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More