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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O RIO GRANDE DO NORTE NA CRÔNICA POLICIAL DO SÉCULO XIX - IV


O BÁRBARO ASSASSINATO DE UMA INOCENTE EM
JUCURUTU (31-08-1889)

José Ozildo dos Santos

A crônica policial do século XIX registra no Rio Grande do Norte um bárbaro homicídio ocorrido na antiga povoação de São Miguel do Jucurutu, parte integrante do município de Caicó, à época, ‘Cidade do Príncipe’.
No dia 3 de agosto de 1889, o senhor Manuel Tomás de Araújo, que ocupava o cargo de sacristão da Matriz de São Miguel de Jucurutu, compareceu à ‘Cidade do Príncipe’ para denunciar à imprensa, à polícia e à justiça, um fato gravís­simo ocorrido em sua localidade.
Em seu relato, Manuel Tomás informou que no dia 31 de julho daquele ano de 1889, encontrava-se na Igreja Matriz de Jucurutu, quando “apresenta­ram-lhe para dar à sepultura o cadáver de Rita, de 4 anos de idade, filha de Luiza, liberta do finado Major José Batista dos Santos. Estra­nhando ele que a própria mãe e a avó da infeliz criança se tivessem encarregado de levarem o cadaverzinho ao cemitério, quando existia um homem em sua companhia, interrogou-as, e viu imediatamente as suas lágrimas, aumentarem e entre outras frases entrecortadas pelos soluções dizerem: “Não choraríamos tanto se Rita tivesse sido  morta por Deus”.
Após ouvir semelhantes palavras o denunciante não consentiu que o corpo da menina Rita fosse sepultado, sem antes se proceder um exame de corpo delito. Assim, por falta de autoridade policial na localidade, convidou entre outras pessoas qualificadas no lugar, o capitão Francisco Brito, o tenente José Batista da Natividade, além dos senhores José Tomas e Honorato de Araújo, “para examinarem minuciosamente o cadáver, no qual encontraram sinais evidentes de arranhaduras de unhas no pescoço, manchas no corpo e o pescoço visivelmente deslocado”.
Sem muito esforço, logo chegou-se ao autor de tão horroroso fato. Tratava-se de um indivíduo conhecido por Manuel Cutuca, que odiava a criança e após matá-la, não consentiu que seu cadáver fosse amortalhado por estranhos. Quando o fato chegou ao conhecimento público, o assassino no mesmo dia evadiu-se.
Após informada, a autoridade policial do município de Caicó determinou a exumação do cadáver da infeliz criança e constatou que a mesma teve sua cabeça separada do tronco. Lamentavelmente, apesar das buscas promovidas pela força policial, o criminoso não foi capturado.

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