FRANCISCO PINTO DE ABREU
José Ozildo dos Santos
Bacharel em Direito, jornalista, educador e poeta, nasceu a 25 de novembro de 1869, em Campina Grande , Província da Paraíba, sendo filho legitimo de Bernardo Pinto de Abreu e dona Cândida Leopoldina de Oliveira. Em sua terra natal, fez seus estudos básicos. Mais tarde, matriculou-se na tradicional Faculdade de Direito do Recife, diplomando-se em Ciências Jurídicas Sociais , em abril de 1892.
Iniciou sua vida profissional, na Província de Pernambuco, onde ocupou inúmeros cargos, entre eles, o de Promotor Público interino, no Recife, e efetivo, no município do Cabo, além de ter sido Curador Geral de Órfãos, na capital e Juiz Distrital, em Olinda.
Francisco Pinto de Abreu
Em fins de 1895, transferiu-se para o Rio Grande do Norte, após ter sido nomeado Diretor Geral da Instrução Pública, pelo Governador Pedro Velho. Professor de matemática no Ateneu Norte-rio-grandenses, com a reforma constitucional e judiciária de 1898, ingressou na magistratura como Juiz de Direito de Ceará - Mirim, funções que exerceu até 30 de setembro de 1901.
Filiado ao Partido Republicano, elegeu-se Deputado à Assembleia Legislativa, para a legislatura de 1901-1903, que foi a quarta do período republicano. Naquela Casa, ocupou a Vice-presidência de sua Mesa Diretora. Ainda em 1901, reassumiu suas funções no Ateneu, passando a ocupar a cadeira de Francês, tornando, ainda, Diretor do referido estabelecimento de ensino (1901-1904). Reeleito deputado, cumpriu seu mandato parlamentar até 1906.
Em 1908, retornou à direção da Instrução Pública, no segundo Governo Alberto Maranhão, “tendo promovido e organizado a Reforma do Ensino daquele ano, autorizada pela lei de 22 de novembro de 1907” . Por seus esforços, como Diretor da Instrução Pública, foi criada a Escola Normal, instalada a 13 de maio de 1908 e vários grupos escolares e escolas isoladas, em todo o território do Estado, sendo, também, “suprimidas todas as escolas primárias existentes, sob o regime de “cooperação municipal”.
Secretário do Governo Alberto Maranhão, no período de 1911 a 1913, foi posteriormente nomeado para ocupar o cargo vitalício de Consultor Jurídico do Estado, funções que das quais afastou-se em 1916, quando, por injunções políticas da época, teve seus vencimentos reduzidos à metade. Desta forma, regressou ao Recife, ali estabelecendo-se com escritório de advogado e, em seguida, assumindo a Secretaria Geral do Estado, no Governo José Rufino.
Anos mais tarde, aposentou-se como professor e Diretor da Escola Normal de Recife, em cuja cidade faleceu a 11 de julho de 1951. Casado três vezes, desposou em segundas núpcias a senhora Maria Suzana de Moura, de tradicional e ilustre família norte-riograndense.
Sócio fundador do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do norte, foi seu primeiro secretario e pertenceu ainda a outras instituições literárias e históricas. Em sua extensão bibliografia, encontramos: ‘Cartas ao Povo’, ‘Amador em literatura’, ‘A Decadência’, ‘Exercícios de numeração’, ‘Espinhos e pétalas’; ‘Frutos e Flores’, ‘Ideias e Máximas’, ‘Discursos’, ‘Poder da Virtude’ (drama), ‘Lírios Murchos’, ‘Poesias’, ‘Notas Jurídicas’ (curso médio), ‘Musa infantil’ (recitação escolar) e ‘O Problema da instrução’.
Jornalista exímio, deixou valiosa coloração esparsa na imprensa diária e em revistas, que circularam na cidade do Natal e no Recife. Homem culto, o Dr. Francisco Pinto de Abreu foi uma espécie de “pedagogo nato mais professor do que bacharel”, que imprimiu reformas didáticas no ensino do Rio Grande do Norte, e, por seu “intermédio nasceria a Escola Normal definitiva”, em Natal.
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