BARTOLOMEU DA ROCHA FAGUNDES
José Ozildo dos Santos
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acerdote e político, Bartolomeu da Rocha Fagundes nasceu a 8 de setembro de 1815, em Vila Flor , Capitania do Rio Grande do Norte. Foram seus pais Bartolomeu da Rocha Fagundes e dona Florência Gomes de Jesus. Seu pai, velho político liberal, gozou de grande prestígio na Província, durante a primeira metade do século XIX e elegeu-se deputado à Assembléia Provincial em cinco legislaturas.
Padre Bartolomeu da Rocha Fagundes
Após concluir o antigo curso primário em Vila Flor , o jovem Bartolomeu Fagundes resolver abraçar o sacerdócio e ingressou no tradicional Seminário de Nossa Senhora da Graça, em Olinda, Província de Pernambuco, ordenando-se em finais de 1837.
Volvendo ao Rio Grande do Norte, o jovem padre Bartolomeu Fagundes celebrou sua primeira missa na igreja de Vila Flor. Nomeado coadjutor da Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, após o falecimento do Padre Feliciano José Dorneles, ocorrido a 13 de abril de 1838, vitimado por um incêndio em seu quarto de dormir, ascendeu à condição de vigário encarregado, assumindo a referida freguesia a 6 de janeiro de 1839.
Mais tarde, aos 20 de novembro de 1843, tornou-se seu vigário colado, após aprovação em concurso. Homem de elevado conceito e caráter, cedo conquistou a estima e admiração de seus paroquianos. Sempre zeloso em suas funções, regeu a Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação até 23 de março de 1873, quando foi suspenso de suas ordens, por não haver abjurado a maçonaria, na forma determinada por Dom Vital, Bispo de Olinda.
Em Natal, o Vigário Bartolomeu (como era comumente chamado) gozava de grande estima e possuía um grande círculo de amizades, conquistadas através de seu caráter, de sua dignidade, de suas ações e gestos humanitários. Prócer do antigo Partido Liberal, elegeu-se deputado provincial em 1848 e foi reconduzido à Assembléia Legislativa durante os biênios de 1850-1851, 1864-1865 e 1866-1867, tendo ocupado a presidência da Mesa Diretora daquela casa, nas sessões legislativas de 1864, na qual, também foi seu primeiro secretário, no biênio de 1866-1867.
Considerado um dos maiores oradores sacros de seu tempo, o Vigário Bartolomeu revelou-se também um grande tribuno na Assembléia Provincial. Cavaleiro da Ordem de Cristo, foi nomeado 6º Vice-Presidente da Província, a 1º de junho de 1864, governou o Rio Grande do Norte por dez dias, no período de 29 de julho de 1868 a 6 de agosto seguinte, quando passou o cargo ao 2º Vice-Presidente Antônio Basílio Ribeiro Dantas.
Homem de pequena estatura, magro e risonho, era um espírito humanitário e acolhedor, espalhava em esmolas e auxílios tudo quanto ganhava. Sempre cumpridor de seus deveres, durante mais de trinta anos, distribuiu os sacramentos na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, sendo compadre de uma metade da população natalense e padrinho da outra.
Afastado do sacerdócio, Bartolomeu da Rocha Fagundes nos últimos anos de sua vida, fixou residência no Recife, onde faleceu no dia 2 de novembro de 1877. Como negaram-lhe sepultara eclesiástica, seu corpo foi sepultado em cova rasa, no Cemitério de Santo Amaro, na capital pernambucana.
Seu filho, o jovem Joaquim Fagundes, talentoso poeta, orador, jornalista e dramaturgo, que era uma das maiores expressões das letras potiguares na segunda metade do século XIX, faleceu prematuramente aos 21 anos de idade, dois meses antes de sua morte.
Sempre encontro algo de novo e interessante no Construindo a história. José Ozildo, incansável pesquisador, com muito brilhantismo, administra este blog para o deleite de seus leitores.
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho! E quando tiveres algo sobre Esperança, me informe.
Att.
Rau Ferreira
Blog HE
Eu não sabia que Pe. Bartolomeu fora pai de um filho, Joaquim Fagundes, que morreu jovem ainda, e quem era a mãe daquele filho de Bartolomeu? Descobri seu blog através de Zé Pereira, muito interessante, vou sempre consultá-lo para aprender a nossa história.
ResponderExcluirDescobri seu blog através do mendes e mendes, parabéns pela iniciativa, gosto de história e doravante terei oportunidade de conhecer algo mais de nossa história, não sabia que vigário Bartolomeu tinha filho, e a mãe do filho do padre quem era?
ResponderExcluirCaro amigos, Com o único intuito de divulgar os grandes escritores e grandes livros Potiguares, foi criado um espaço para divulgar e valorizar as nossas obras literárias. Peço, gentilmente aos amigos que divulguem esse trabalho sem fins lucrativos, que apenas reconhece e valoriza as obras e os autores da nossa terra. Muitos dos grandes livros e autores do RN precisam ser reeditados e relançados urgentemente, é preciso chamar atenção dos Governos Estadual, Municipal e da sociedade para essa causa. Essa luta é de todos os Potiguares
ResponderExcluir101 Livros do RN ( que você precisa ler).
http://101livrosdorn.blogspot.com/
Grato pela atenção.
Meu caro conterrâneo Francisco Borges, através de você, envio um abraço à nossa querida Jardim de Piranhas.
ResponderExcluirO vigário Bartolomeu foi uma das mais expressivas figuras do Rio Grande do Norte, durante o império. Blindado pelo conservadorismo da história, o nome da mulher com quem ele teve uma relação estável, restando um filho de grande talento e de vida precoce, não é muito divulgado. E isto impossibilita responder a sua pergunta no momento. Contudo, a pesquisa continua. Aguarde, terei o prazer de respondê-lo em breve.
Ozildo
José Ozildo, sou tataraneto de Bartolomeu da Rocha Fagundes. Depois te escrevo com mais detalhes, o nome da esposa dele(eu ainda tento descobrir como foi o matrimonio, porque ele, de alguma maneira, oficializou e batizou os tres filhos(dois homens e uma mulher). Meu tio, 93 anos, neto de Bartolomeu tem algumas informações que podem interessar aos amantes da nossa historia. Um abraço,
ResponderExcluirIsac de Menezes Galvão.
Olá, Isac! Sou historiadora e recentemente tenho estudado sobre o Vigário Bartholomeu da Rocha Fagundes, seu tataravô! Gostaria, se possível, que entrasse em contato comigo através do e-mail: janaporto_2008@hotmail.com.
ExcluirPor gentileza, seria bastante útil o seu auxílio em minhas pesquisas, pois pretendo desenvolver um projeto de mestrado acerca dos feitos do Bartholomeu.
Grata e ansiosa por um contato;
Janaína Porto Sobreira.
Olá, lendo este texto me surgiu uma questão, a título de curiosidade, teria o tabelião Armando de Lima Fagundes, algum parentesco com Vigário Bartolomeu?
ResponderExcluirO Vigário Bartolomeu Fagundes, dá nome à uma Loja Maçônica na qual sou membro. Vigário Bartolomeu Fagundes N°35 na cidade de Ipu-CE. Sua história na maçonaria é exemplo para os irmãos. Para maiores informações da nossa Loja 88 99956-3489 meu contato. Hélio Lopes Ipu
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