Hoje é

sábado, 4 de janeiro de 2025

 NOSSAS PRODUÇÕES ACADÊMICAS - 14

 

INCLUSÃO ESCOLAR EM DEBATE

 

APRESENTAÇÃO 

José Ozildo dos Santos

Professor Universitário 

Nos últimos anos, a Inclusão Escolar tem sido um tema muito comum nos debates promovidos no campo da Educação, principalmente, após a implementação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI), que propõe a inclusão de crianças com deficiências nas escolas regulares, “sem nenhum tipo de discriminação” (BRASIL, 2008, p. 5).

No entanto, quando se promove uma análise sobre a Educação Inclusiva no Brasil a partir da instituição da PNEEPEI pelo governo federal, facilmente se constata o quanto ainda precisa ser feito para que realmente se tenha uma escola acessível à criança com deficiência. A falta de investimentos pontuais em processos formativos de professores visando à inclusão escolar é, sem dúvidas, um grande obstáculo há ser superando quando o assunto é Educação Inclusiva.

É preciso compreender que o professor para atuar na Educação Inclusiva precisa de uma boa formação inicial. E, como o espaço escolar não é estático, o docente que atua na Educação Inclusiva necessita de uma formação continuada para que tenha condições de melhor atender o aluno com deficiência, identificando suas necessidades e colocando em prática um processo educativo que produza aprendizagem. Em outras palavras, de nada adiantará a existência de um espaço físico adaptado se o professor não estive preparado para conduzir o processo educativo planejado para a Educação Inclusiva.

Promover a Educação Inclusiva não é uma tarefa fácil. Pois, ela vai muito mais além da simples garantia da acessibilidade. Trata-se de um processo que exige uma escola inclusiva. E construir essa escola necessária “depende de mudanças que envolvem princípios éticos, políticos, morais e também concepções pedagógicas e metodológicas para a organização de processos de ensino que garantam a educação de todos” (RIGO; OLIVEIRA, 2021, p. 3).

Trata-se de uma tarefa difícil, mas não impossível. Além da necessidade de uma completa redefinição do papel da escola, exige-se compromisso com a sociedade por parte do governo e porque não dizer, é preciso vontade política, que precisa encontrar-se materializada nas políticas e nas práticas de inclusão escolar.

Antes, em nosso país, a inclusão escolar era conduzida “política e pedagogicamente, sob o viés da educação especial segundo uma perspectiva clínica e terapêutica” (RIGO; OLIVEIRA, 2021, p. 3). Após alguns avanços, já no início do presente século, entrou em vigor a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.

As análises produzidas revelavam a necessidade de se avançar mais no campo da Educação Inclusiva, mostrando que era preciso transformar o discurso em práticas concretas e produtivas.

No entanto, quando se pensava que realmente havia se deixado de lado a concepção centrada na perspectiva clínica e terapêutica e mais avanços seriam registrados, os educadores brasileiros foram surpreendidos com a ‘Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da vida’, instituída pelo Decreto nº 10.502/2020.

Ao invés de promover a Educação Inclusiva, o Decreto nº 10.502/2020 promovia um verdadeiro desmonte da política de inclusão escolar no país, ignorando os princípios básicos garantidos legalmente ao longo das últimas décadas, retirando a criança com deficiência da escola comum, anulando completamente o que vinha sendo discutido sobre diversidade, diferença e políticas de inclusão, excluindo completamente esse debate do contexto escolar (BRÍGIDA; LIMEIRA, 2021).

Cedo, a ‘Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da vida’ passou a ser alvo de inúmeros questionamentos, ao ponto do Supremo Tribunal Federal ser provocado através de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI - 6.590).

O relator ministro Dias Toffoli concluiu pela inconstitucionalidade do Decreto nº 10.502/2020, posicionamento que foi referendado pela maioria dos membros do STF, determinando a imediata suspensão da Política Nacional de Educação Especial, instituída pelo governo Bolsonaro.

Com a revogação do Decreto nº 10.502/2020 registrada em 1º de janeiro de 2023, continua em vigência a proposta de Educação Inclusiva norteada pela Política Nacional de Educação Especial instituída em 2008.

Desnecessário é dizer que a Educação Inclusiva acumulou mais prejuízos do que ganhos nos últimos anos e isto precisa ser revisto.

Espera-se que o debate sobre a inclusão escolar seja fortalecido em nosso país para que existam mais investimentos direcionados ao sistema educacional inclusivo, que hoje apresenta inúmeras deficiências. 

Diante de tal realidade, debater esta temática é necessário porque precisamos construir ações que reforcem e assegurem o direito à educação da pessoa com deficiência em nosso país.

Venha conosco participar deste debate tão necessário!

 

Link para acesso ao nosso e-book

https://archive.org/details/inclusao-escolar-em-debate

Nenhum comentário:

Postar um comentário

GOSTOU? COMPARTILHE!

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More